sábado, 27 de fevereiro de 2010

Um lugar nas sombras...



Bom, a coisa não deu muito certo entre mim e o Max, e agora acho que nem amigos mais somos. É estranho, eu falei sobre não querer estragar nossa amizade ser o motivo de não ter feito nada em nosso encontro, depois falei que não curti o estilo dele e isso o deixou muito estressado, discutimos muito e pedi desculpas. Mesmo assim não adiantou. Encontros são complicados, gostos pessoais são complicados. Nem sempre quem você curte acaba curtindo você e vice-versa. Na verdade fui incapaz de não magoá-lo, acabei piorando as coisas. Ele era um leitor do meu blog, provavelmente não é mais. Disse coisas como "achei que você era diferente, mas você é igual a todo mundo", também disse que o fiz sentir-se pior do que todos os encontros que teve, nossa, isso acabou comigo. Por fim, desejou que eu tenha boa sorte com garotos de calça larga por que critiquei sua calça colada. Nunca fui tão sincero na minha vida, e descobri a duras penas que sinceridade trás consigo um peso maior do que eu posso carregar. Mas falei, e de mentiroso ele não vai poder me chamar. Com certeza Max será inesquecível,mais uma lição que a vida me dá que estou lhe dando com seres humanos acima de tudo, os quais são dotados de sentimentos como eu. E com certeza ele não vai me esquecer como a pior pessoa que já encontrou, como aquele babaca que não ficou com ele por causa de pedaços de pano. Falando assim pode parecer estúpido,mas eu chamo de química. Você sabe quando há química, você sente no ar quando quer ter algo com alguém e quando há o risco de estar com aquela pessoa em um instante pode não passar daquele instante. Ai, você, pelo bem da amizade de duas semanas, escolhe não fazer nada e quando tenta ser sincero, acaba fazendo parecer que tem motivos estúpidos para agir como agiu.

É como eu lhe disse: Sou um ser humano em fase de aprendizagem, ter expectativas sobre mim lhe trará, mais cedo ou mais tarde, decepções. Não espere muito de mim, pois o que tenho a oferecer é apenas imperfeição, disfuncionabilidade e falta de experiência com outras pessoas. Às vezes parece que vivo nas sombras, sempre falhando com todos, sempre falhando comigo. Não sei quando encontrarei respostas, não sei quando vou parar de me machucar e machucar os outros. Lhe dar com seres humanos no ramo do relacionamento é como engatinhar pra mim. Já sofri rejeições demais, já procurei muito sem sucesso. Novamente desculpas eu peço aos que saíram feridos de toda essa história, que entra para o grupo de falhas que trazem consigo a aprendizagem. É errando que se aprende, uma pena sairmos tão feridos no final.

O que me deixa pior é que foi tanto esforço pra tirá-lo de casa, pra fazê-lo me encontrar e no fim, fica mais uma péssima experiência. Ainda assim, Max, se você estiver ai, fica esse recado: ATITUDE. Para nós dois, pois precisamos. Nunca deixe-a, nunca a abandone. Ela é a força que o moverá para longe de toda sua segurança e de todo seu conforto. Ela é o impulso que lhe fará a diferença, ela é a respiração que lhe fará ter algo além de uma vida medíocre. A vida só vale a pena pelas nossas atitudes. Ao menos isso posso lhe garantir, ao menos essa lição posso lhe dar com convicção!!

O Rascunho



A existência é um mero acaso, um encontro de improbabilidade com absurdo. O tempo é tão somente uma ilusão para delimitar a existência. Jamais fomos por que não lembramos plenamente do que éramos. Jamais seremos o que idealizamos, ainda que possamos nos aproximar. Jamais estamos sendo, por que estar sendo já é ter sido. Logo, o tempo é a grande ilusão na qual não podemos impedir o que se foi nem alterar o que virá a ser. Não nos resta nem o momento, por que este jamais faz parte do que somos. Existir é assim um estado imaginário. A única certeza que temos é que existimos, ainda que seja questionável, já que o conceito de existência se limita ao que determinamos que seja essa existência. E se o que pensamos ser existir não passar de um mero conceito para não-existir? E se formos formas de vida indeterminadas soltas nas páginas de um livro cósmico? O que nos garante que estamos aqui é somente um conceito. Eu existo, e meu pensamento comprova que estou aqui. Mas e se todo o restante for somente um recheio mental pré-estabelecido pela minha vontade de achar que existo. Não posso provar que existo, nem que o que penso é real. Posso ser só parte da mente de quem existe para preencher determinada lacuna na história deste. Posso ser somente um pensamento achando estar vivo. A humanidade inteira pode ser um teste, um rascunho do que virá a ser a vida. Não estamos aqui vivendo, mas somente probabilizando. Somos variáveis testando erros para que, quando a vida for criada, todas as possibilidades de erros tenham sido testadas e anuladas, criando uma humanidade perfeita, livre de erros. Pena não podermos contemplar tamanha beleza de perfeição. Mas e se pudessemos escapar. E se pudéssemos quebrar as amarras da imperfeição e alcançar aqueles que seremos sem erros? Guerra? Paz? Quem será capaz de préjulgar o que faríamos, o que nosso instinto de preservação da vida nos impulsionaria... Ah, a beleza de imaginar o absurdo é que não se há risco que nele se acredite, tornando-o teoricamente impossível e por isso mesmo capaz de ser.

Durante muito tempo de minha vida, vivi sem a segurança de um rascunho, sem grandes aventuras ou expectativas. Vivi mediocremente, com medo de não poder passar a limpo os erros. Só com o tempo aceitei os erros como lições e aprendi que podemos sim rascunhar enquanto vivemos e, porque não, nos arrepender e voltar atrás, engolindo tolos orgulhos. Nada é definitivo. Cabe a nós determinar originais e rascunhos em nossas vidas.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O encontro sobre a perspectiva do Max:



"Bom, eu conheci o Rod num chat que eu casualmente entro pra "zoar" algumas pessoas, sabe aquele tipo de cara que diz "alguém afim de cam?" Eu respondo "olha eu não tenho mas se você quiser ligar pra mim eu aceito dai eu gravo e coloco na net, rs." Um dia desses o Rod apareceu por lá ai eu o adicionei. Conversamos um pouco e ele logo queria sair comigo eu dei uma desculpa esfarrapada e não topei... Um tempo depois ele me falou uma coisa que me fez repensar ai resolvi o chamar pra sair na semana seguinte. Ele não gostou muito, mas achou que era melhor do que nada, mas como eu sou muito ansioso, não aguentei esperar, saímos na mesma semana.

No dia do encontro eu enrolei pra caramba como eu sempre faço, sai de casa quase 15h30min detalhe o encontro era às 16h00min. Bom, ele foi bem simpático eh tals mas ele parecia ser mais tímido do que eu(?!) Conversamos um pouco até chegar ao cinema decidimos o filme, que só começaria uma hora depois, então caminhamos e conversamos pelo centro. Eu geralmente fico nervoso nessas situações, ai falo de mais e só bobagem. Ele não falou muito, o que me deixou mais nervoso ainda mas o papo foi até que divertido. Rimos, nos perdemos, voltamos pro cinema, nos sentamos. O filme começou, fiquei pensando: "Será que eu devo fazer alguma coisa?" Achei melhor não, ele não deu nenhuma brecha, sem falar que ele não olhava pra mim nunca, fui ao banheiro e comecei ah rir "O que eu to fazendo aqui hein, acho melhor dar no pé!! Droga, esqueci ah mochila lá em cima hunf!"

O filme acabou, então caminhamos e conversamos um pouco mais, ele até que estava bem mais a vontade mas teve uma hora que ele me olhou de um jeito que deu um pouco de medinho ele arregalou os olhos e girou a cabeça. Acho que foi quando eu disse que nunca havia ficando com um cara.
Conversamos sobre isso e aquilo, teve uma hora que ele falou sobre acreditar no amor, fidelidade, coisas que eu meio que acredito também. Nessa hora, fiquei muito tentando a dizer que queria algo mais com ele mas achei melhor não. Pegamos o metrô e foi um pra cada lado. Eu pra variar desci na estação errada um monte de gente ficou me olhando com uma cara de "nossa, que demente" rs.

No msn, conversamos sobre o encontro. O que eu meio subentendi foi nos curtimos, mas ninguém teve atitude de chegar no outro ou ele estava sendo apenas gentil. Perguntei para um amigo que não me ajudou muito. Ele disse "olha, eu até ficava com você se não fossemos tão amigos e se você tivesse mais experiência com caras, não quero te traumatizar..." esse traumatizar não ficou muito claro, será que ele estava com medo da minha língua ficar presa no aparelho dele ou era porque ele tava gripado, medo de me passar gripe A?"

PS: Não estou com a gripe A, rsrsrs
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Onde a inocência se acaba...



Inocência. É dificil falar sobre ela nos tempos atuais. Digo isso por que já presenciei muitos fatos que comprovam que a inocência e a pureza são escassas.

Já fui inocente, hoje entendo bem mais da máquina do mundo, dos movimentos das pessoas e dos conflitos de interesses. Mas devo confessar que nos seis últimos anos da minha vida, passei a me conhecer e me aceitar mais como ser humano que tem direitos e deveres de amar quem quiser. Sexualidade não é opção, é obrigação. Devemos aceitar ou encarar uma vida de mentiras.

Quando iniciei minha faculdade, a qual completo este ano, ainda era um inocente sonhador que queria encontrar o grande amor de sua vida em um local romântico como uma viagem para longe, um parque inspirador ou qualquer outro lugar cheio de poesia e significado. A vida aos poucos nos mostra o quanto sonhamos, mas não ligo de sonhar. Sou romântico por natureza.
Em uma de minhas idas para a faculdade, aconteceu um fato que digo ser a transição do romantismo para a realidade nua e crua. Estava eu, de pé em meio à lotação do trem da manhã, provavelmente com sono, e do nada vi um cara ao meu lado. Bonito, usava um boné quase cobrindo os olhos por completo. Minha mão segurava o ferro de apoio, e lentamente, senti alguns dedos tocando minha mão.

Aquele garoto estava, vagarosamente tocando minha mão...

Com o tempo,descobri que o último vagão era o local onde as coisas aconteciam. Homens discretamente pegando em seus órgãos íntimos enquanto olhavam para outros, troca de olhares, insinuações. Mais um tempo e descobri que em determinada estação, o último vagão virava um vagão de pegação gay. Isso mesmo, ali eles se reuniam e faziam todo o possível, principalmente sexo oral. Eu e Ed estávamos indo à cidade uma vez e dois rapazes conversavam e olhavam para nós. Sentimos que eles estavam incomodados com nossa presença. Então, eu disse: "Podem ficar à vontade." Pra que fui dizer?! Começaram ali mesmo um sexo oral. Tivemos até que mudar de lugar para não ver a cena.

Seus dedos tocaram levemente nos meus. Senti o rosto enrubecer. Era real aquilo?

Na primeira vez que tentei ir à parada gay, se não me engano foi no primeiro ano de faculdade, só cheguei à metade do caminho. Conheci um cara, cujo nome não me recordo, feio de dar dó. Ele me viu sentado na estação e veio falar comigo,dizendo que seguindo ao ponto final daquela linha, poderíamos curtir um momento à sós e que eu nem imaginava o que acontecia por ali. Obviamente que eu não fui, mas o achei bem divertido. Também não fui à parada, faltou coragem. Com o tempo, comecei a observar o que acontecia naquele determinado vagão, indo até aquele ponto final. Percebi trocas de olhares para mim. E na estação final, um esquema relacionado ao banheiro. Sim, os gays iam no banheiro para completar a diversão. Alguns me acenavam. Outros tentavam sinalizar. Nunca acompanhei ninguém. Há algo que chamo de índole, essa cada um tem a sua, vem de berço. Cada um escolhe seu caminho.

Dedos se tocavam. A minha inocência me levou para longe. Será que eu era capaz de perguntar seu nome? Será que finalmente estaria tendo contato com meu primeiro namorado? Será que ele estava apaixonado por mim?

Há um lado negro em toda história. O lado negro dos homossexuais é recorrer a determinadas atitudes para conseguir seus objetivos. Atitudes que não concordo. Se há hotéis, motéis, baladas, barzinhos, por que ir a uma estação, correr risco de pegar doenças de banheiro, por que se submeter a isso? Não é mais fácil agir normalmente? Nunca seremos nada além do que somos sem dignidade. Não vou negar que já me aproveitei da situação e que já não tive boas ficadas no trem, por que estaria mentindo. Mas jamais deixei ninguém fazer nada além de beijar-me. A sensação de perigo, a emoção de fazer algo aparentemente proibido,tudo isso gera adrenalina. Mas tudo tem seu limite. E este limite que me separa de todos os outros. Não serei hipócrita dizendo que somente os gays fazem prevaricações e indescências, muitos héteros têm ações semelhantes ou piores. Só o que eu digo é que o que nos define é nossa índole.

Nossas mãos então se fecharam, uma em cima da outra. Estávamos conectados, em meio àquelas pessoas indo ou voltando de seus trabalhos, mergulhados em seus próprios problemas. Eu e o rapaz de boné estávamos ali, parados entre eles, de mãos praticamente dadas, como se o mundo inteiro não existisse.

O mundo nos rejeita. Cabe a nós criarmos mecanismos de defesa, escapes do cotidiano. É normal, as necessidades criam isso. Descobri que alguns gays vêm do outro lado de sampa só para sentir um pouco de prazer naquele local, naquele banheiro. No último fim de semana, encontrei um antigo colega de trabalho que me apresentou um grupo. Isso mesmo, um grupo cuja finalidade era ir caçar ali.


"O que você faz?" Perguntou um deles para mim.

"Ah, eu sou design, estou procurando emprego..."

"Não... o que você faz... por aqui?"

Sim, ele queria saber se eu curtia chupar, dar ou comer... Indignado, disse que só ia ali para beijar na boca, e eles riram com indignação. Graças a Deus eu não seria aceito no grupinho, mesmo por que não foi essa a vida que escolhi pra mim. Acabou que voltei para casa muito pensativo. Como aquele meu amigo do emprego, tão inocente quando trabalhou comigo, a ponto de, na época eu tê-lo chamado para a balada e ele ter respondido "Vamos à igreja" teria se transformado nisso, um cara que ia para a estação "bater uma" e se engaufinhar no banheiro. Me entristeci, percebendo o fim da inocência dele, por quem já tinha tido uma quedinha. Hoje em dia não conseguiria beijá-lo, pois pensaria até que ponto ele chegou. Levar uma vida na linha tênue entre estar saudável e contrair uma doença por bobagem... Não era para mim.


Chegou minha estação. Eu teria que descer ali. A mão do rapaz deixou a minha, e minha inocência não permitiu que eu passasse de estação e visse até onde aquilo chegaria. Mas amanhã era outro dia, pensei. O tempo passou e eu tentei todos os horários possíveis. Nunca mais o encontrei. Mas encontrei muitos outros com intenções semelhantes, olhares enganadores e pensamentos ousados. O proibido é mais gostoso, desde que feito com descência. Mas isso é minha humilde opinião.

Ontem tive um encontro. Foi com um cara que conheci há umas duas semanas na net. Max é o nome dele. Tive que batalhar muito para conseguir encontrá-lo, contra sua insegurança e contra meus medos, por que ele não possuia foto nem celular para se comunicar. Não sou de dar tiro no escuro. Mas dessa vez mudei as regras do jogo, pois os papos na internet me deixaram cada vez mais intrigado. Um rapaz de 21 anos que nunca fez sexo, isso me lembrava a mim mesmo. Nos conhecemos, assistimos um filme e conversamos. Enquanto ele falava, eu via a mim mesmo em suas palavras, um garoto com uma ingenuidade e pureza que há muito não sentia. Sim, eu estava diante da inocência mais uma vez, o que em meio àquele mundo de sexo no banheiro sujo e pegação sem proteção era um verdadeiro milagre. E eu adoro milagres. O encontro de ontem veio me mostrar que nem tudo está perdido e que o amor é possível. Acredito no romance, no amor e repudio a traição. Podem dizer que sou careta, podem falar que sou um sonhador. Mas jamais vou me admirar pelo errado, jamais vou contra meus princípios. E sei que, se penso assim e se o rapaz de ontem pensa assim, então milhões devem pensar e se orgulhar da forma que pensam. Acredito, até hoje na inocência daquele vagão de trem, daquelas mãos se tocando... e vou morrer acreditando...
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Devoção Obsessiva



"Faces. Somos todos os dias nem mais nem menos do que podemos ser. Mesmo assim caímos em abismos por não ser suficiente aquilo que somos. Somos ingratos, por que nunca satisfazemos nosso ser. Diante da impossibilidade de encarar o que somos, lutamos para algo melhor. É condenável, por que como seres vivos não deveríamos desejar mais do que o suficiente. Sim, pecamos, desmoronamos e destroçamos o inimigo em nosso caminho para obter aquilo que mais desejamos. E diante do espelho, não há remorso, somente a vaidade e o desejo de obter mais queimando nossos espíritos. Vivemos em uma constante linear de desejos pseudonecessarios... dos quais precisamos obsessivamente. Conquistar, derrubar e aniquilar. Eis ai nossa necessidade mais básica. Eis nossa sina, não neguemos, mas aceitemos. Afinal, do que seriam os homens sem sua meta? Como encararíamos a nós mesmos sem nosso mais profundo desejo e a possibilidade de sua realização?"
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Primeira vez: Parte V: Quem procura... se frustra



"Sim, tenho coragem."

Entramos, eu e o Leonard, e nas escadas, ele nos esperava. Sorriu quando nos viu e nos conduziu a seu quarto. Vagarozamente, tiramos nossas roupas e começamos a nos beijar intensamente. Eu estava um pouco tímido, mas aproveitei a animação da dupla para me jogar no meio. Naquela noite, tive minha primeira vez, e logo de cara foi um Ménage à trois. Inesquecível.

Foi o que passou pela minha cabeça naquele instante, milésimos antes de responder:

"Claro que não! Sou virgem, quer que eu comece com dois de uma vez??"

"Também não tenho coragem." Completou Leonard, enquanto dávamos as costas ao hotelzinho fuleiro, à minha tão sonhada noite e ao gato que passou por nós. Aposto que o Leonard iria se estivesse só. Talvez eu tivesse ido se estivesse só. Mas como sempre ficaria dividido entre o desejo e o pudor. Cabe à indole nos conduzir ao destino final.

Voltamos ao barzinho, fiquei com o Leonard naquela noite, mas já não era mais o boyzinho intocável, já não era mais a emoção de uma possível transa e com ele sempre tive um senso de que as coisas jamais chegariam a um namoro. O que estávamos fazendo ali era o que? Tenho necessidade de definir coisas. Fui para casa indefinido, derrotado e desanimado por aquela força que não me deixava ser normal. Afinal, o que me impedia de ser feliz por uma única noite? Meus amigos se decepcionaram tanto quanto eu daquela morte na praia. Dali por diante, Leonard ficou distante. Desapareceu por quase duas semanas. Não ligou nem mandou mensagem. Eu desanimei. Quase fomos na "T" juntos, mas ele disse que talvez fosse numa festa na paulista. Fui na "T" com o Ed e ele não apareceu, no dia seguinte disse que ficou em casa, dormindo. Acredito!

Então, depois desse sumisso inesperado, ele apareceu no msn, onde já não tinhamos muito papo. A química estava morrendo. Ele contou que foi para o sítio dos pais e que não tinha como mandar mensagem.

"Leonard, eu só queria lhe pedir que quando nosso lance acabar, você me diga para que eu não fique me iludindo."

"Nossa, mas o que foi que eu fiz?"

"Nada, é só o que eu te peço."

"Tá ok."

Eu então tentei complementar.

"Gostaria de saber em que pé estamos em nosso lance, definir o que somos."

Mas era tarde. Ele ficou offline. E assim terminou nossa história, tão repentina como começou. Tão friamente como começou, movida por quentura carnal e congelada pela procura de algo mais. Algo mais que nunca existiu, que eu sabia que nunca existiria. A gente se engana, se ilude e sofre por quem não está nem ai. Ao menos alguns de nós.

Nos dias que se seguiram, tentei bate papo, orkut, troquei dez msn, excluí onze, não consegui nada. Então, decidi parar de procurar. Janeiro estava chegando na metade, minha meta era março. Mas as esperanças se acabaram. Afinal, se eu me entregasse, tinha que ser a quem valesse a pena ou simplesmente a quem sentisse o desejo? Só sei que nada sei. Cheguei ao climax e tudo esfriou novamente. Um amigo que tenho somente online me falou:

"Eu, quando era virgem, procurava que nem você. Não adianta procurar, nem marcar. Apenas deixe a vida conduzir."

"Hum, legal... e com quantos anos você perdeu a virgindade?"

"14 anos."

"Nossa, procurou bastante, né? Eu, nove anos mais velho, quer que fique como? Esperando acontecer?"

Cheguei a uma única conclusão: Sexo não é meta, sexo tenque vir naturalmente. Então, deixei o resto nas mãos do acaso. Não demorou muito para ele se manifestar...

Primeira vez: Parte IV: Salva-vidas (Sexo a três?)





Encontrei o Leonard na República e logo que chegamos na rua que conduz ao Largo do Arouche, caminhei na direção de um grande hotel na rua. Ele se espantou quando me viu entrando no saguão e perguntando o preço da hora. Ficou do lado de fora, fingindo nem mesmo me conhecer. O atendente disse que aquele hotel era por noite e que eu tinha que procurar um que cobrasse por hora. Pedi informação sobre aonde encontrar hotéis desse tipo e segui as orientações. Mas na rua que ele me indicou, próximo à praça do Arouche, não encontramos nada. Enquanto eu procurava nervozamente um local para nos engalfinharmos, Leonard começou a contar um pouco da família "UZ" que ele encontrava às segundas no Tatuapé. Contou também de seu trabalho como promoter para viagens a sítios e comecei a perceber que ele era bem engajado no circuíto, demonstrando-se muito amigo e devoto àquela família. Todas as vezes que se negou a encontrar-me na segunda feira não eram por causa de desculpas em relação a provas do emprego como me contara, mas sim para ter seus indispensáveis encontros de segunda. Dentre as pérolas que soltou, aqui vão algumas delas:

"Eu aconselho você a nunca ir comigo de segunda feira no Tatuapé. As 'meninas' me protegem como se eu fosse o tesouro delas."

Passava um cara bonito, ele fazia questão de dizer: "Viu o olhar que ele trocou comigo? Claro que ele estava olhando para mim."

"Quando posso, levo as pessoas para transar em casa ou espero que elas tenham uma casa para fazê-lo. Pelo menos todos os meus ex-namorados tinham."

"No dia em que terminei com meu namorado... eu fiquei com 25 no shopping Tatuapé. Mas eu estava muito nervoso. E fiz na frente dele."

Vinte e cinco. Mais do que eu fiquei em toda minha vida. Sem duvida naquela caminhada, Leonard me mostrou tudo o que eu encherguei assim que o vi na balada: o boyzinho intocável e experiente da área estava ali para diversão total. E ia conseguir comigo. Caminhamos, indo e voltando naquelas ruas escuras, até que avistei outro hotel e neste também era diária de 200 reais. Comecei a ficar um pouco desesperado. Em 20 e poucos anos de minha vida, nunca cheguei tão próximo do veredito. Não podia morrer na praia.

Passamos pela rua dos barezinhos na qual ficamos da outra vez e viramos a esquina. Avistei um hotelzinho do lado de um barzinho movimentado e, preparando-se para atravessar a rua, surgiu um cara. Camiseta preta, regata, calça jeans, rostinho perfeito. Atravessou lentamente nosso caminho. Eu e Leonard quebramos o pescoço vendo-o passar vagarosamente e ele deu uma olhadinha para nós. Sutil, porém olhou, todo com pose de machinho.

"Com certeza foi para mim que ele olhou." Soltou o Leonard, enquanto atravessávamos a rua. Loirinho, boyzinho metido a besta. Ia arregaçar ele na cama só pra mostrar com quem estava lhe dando. Entrei no hotelzinho micho do outro lado enquanto ele ficou do lado de fora fingindo falar no telefone. O hotel era 40 reais, duas horas. Era ali. Saí e comuniquei meu parceiro. Ele olhou para dentro, olhou para o barzinho com os homens bebendo e disparou a frase que mudou tudo.

"Eu não tenho coragem de entrar ai."



Foi como uma porrada no estômago. Foi como um banho de água fria. Foi como avistar a praia e começar a me afogar sem nenhum salva-vidas estar ao meu alcance. Sim, eu estava morrendo, de tesão, de fúria pelas bobagens que tinha que ouvir, por ter feito papel de otário perguntando nas portas dos hotéis quanto eram as entradas, me expondo. Para terminar assim. Insisti com ele, afinal, não queria perder a viagem. "Vamos entrar, a gente passa rapidinho ali."

"Não, dentro de quatro paredes eu me solto, mas não tenho coragem de entrar com você ai."

Depois de uma meia hora ali, parados diante do local, ele disse que achava melhor que fossemos para o barzinho que ficamos da outra vez. Atravessamos a rua, e o carinha machinho que topamos quando vinhamos estava voltando. Leonard parou, assim como eu e ele passou por nós. Nos viramos, admirando sua beleza estupenda. Ele atravessou a rua, agora nos fitando explicitamente e, de costas para nós, acenou com a mão na bunda um "vem" disfarsado.

PARA, PARA TUDO!!! Aquele gato monumental estava NOS chamando para um sexo a três... Ele entrou no hotelzinho em que o Leonard fez doce para entrar. Ficamos ali, olhando, estarrecidos. Perguntei, finalmente: "Tem coragem, agora?" e ele respondeu: "... Você teria?..."

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Primeira vez: Parte III: Depois do ano novo



Depois de nosso primeiro encontro, eu e o Leonard passamos o fim de semana longe, ele foi para o sítio dos pai. Só poderíamos nos encontrar novamente na semana seguinte. Em uma de nossas conversas por msn, ele disse:

"Quero fazer amor com você."

Fui às núvens. Na semana seguinte,marcamos de nos ver na quarta feira e dessa vez eu escolhi o local. Indicado por um de meus amigos, iria conceber aquela noite na República, único local onde sabia que motéis gays eram garantidos. Encontrei o Leonard que novamente se atrasou na estação da
República e fomos caminhando e conversamos. Saímos da Repúbica, descemos o Anhamgabaú e eu não conseguia encontrar um só hotel descente. Ele só me seguia. Um pouco frustrado, eu o levei novamente à República e ficamos em um barzinho. Bebemos alguma coisa e depois saímos para a rua. Nos beijamos agora despreocupados, sem paranóia de estarem nos olhando, já que ali todos estavam fazendo o mesmo. Foi muito bom ficar com ele novamente, estávamos de uma forma tão intensa, porém não haviam hotéis à vista. Ele então, antes de ir embora, disse querer me ver de novo e que talvez seus pais viajariam e a casa ficaria vazia naquele final de ano.

Casa vazia...

Era agora ou nunca. Eu iria ter minha primeira vez em uma casa... fiquei cada vez mais ansioso. No fim de semana, lá foi ele novamente para o sítio. Era natal, e passei sozinho. Na época, estava brigado com o Ed, sem falar com ele. A Hayashi foi viajar para a casa de parentes. Ou seja, meu natal foi em casa, solteiro e sem festas. Mas tudo bem, era só mais um natal. Toda aquela expectativa já me animava para continuar.

Leonard não voltou naquela semana, e chegou o ano novo. Eu estava cada vez mais ansioso e ao mesmo tempo irritado por estar "preso" a alguém que ainda não estava tendo nada além de encontros. Tenho um senso de compromisso com as pessoas. Enquanto estou saindo com uma, não invisto em ninguém. Este sou eu, por mais estranho que pareça, principalmente vindo desse mundinho gay. Na véspera de ano novo, recebi a ligação do Ed, que há meses não ligava pra mim. Ele me perguntou o que eu iria fazer na virada. Ano passado, passamos esse dia juntos na Paulista e depois da meia noite, fomos para a famosa "T". Eu disse que não faria nada e ele me chamou para ir novamente na virada. Como eu tinha que ver o resultado da mega-sena, na qual joguei, disse que iria encontrá-lo às 10 da noite. Não ganhei na mega. e fui pra Paulista.

Chegando lá, foi bem frustrante, não o encontrei naquela multidão. Fomos nos encontrar na rua da "T" faltando 20 pra meia noite. Ele contou que seu ex, Dean, estaria na "T" e eu resolvi entrar, pois estava sem grana e considerei só ver os fogos e partir. Na "T", encontramos o Dean, conversamos um pouco e nos abraçamos na hora da virada. Dançamos, comemoramos, enfim, foi uma noite agradável, mas o melhor foi resgatar aquela amizade que estava por um fio. Fiquei com um cara lindo naquela noite, o que me fez sentir-me mal, por que era como se eu estivesse traindo o Leonard. E o que eu menos suporto é traição. Mas resolvi desencanar. Afinal, eu e o Leonard não estávamos oficializados em nada. Basicamente estávamos esperando o momento certo de transar.

O momento então chegou. Ele me ligou e disse que se tudo desse certo, eu poderia ir na casa dos pais dele. Mas me confirmaria no dia seguinte, acho que era uma quarta. Mas na quinta, disse que um tio tinha chegado em sua casa e que não ia dar. Então, eu já de saco cheio daquilo disse para procurarmos novamente algo na República. Ele aceitou de boa. Eu estava decidido daquela vez. Levei todas as camisinhas e lubrificantes que pude. Aquela seria a noite que tanto esperei. Contei ao Will e ao Ed que iria acontecer, como sempre fazia. E fui que fui.

No fim daquela noite, as coisas definitivamente mudaram. Nada seria o mesmo à partir dali. Mas como sempre, não é como esperamos.
sábado, 20 de fevereiro de 2010

Primeira vez: Parte II: Hipocrisia



Nos conhecemos no domingo. Na segunda feira, liguei do orelhão, por que não tinha crédito e tivemos uma conversa que foi mais gritaria do que outra coisa, pois a ligação estava uma droga. Mas conseguimos marcar para o dia seguinte um encontro. Era eu mudando as coordenadas da minha vida. Sempre fui um cara desajeitado para encontros, tive sempre dificuldade nas coisas que para os outros eram tão simples. Mas marcando aquele encontro, eu estava me permitindo viver uma vida que há muito não me permiti. E estava pirando com isso.

Terça feira. Marcamos no shopping tatuapé, e cheguei um pouco atrasado. Estava uma chuva torrencial, dessas que começaram a dar inexplicavelmente nas tardes de São Paulo. Cheguei na Barra Funda e o local estava um caos. Horário de pico, todo mundo querendo ir pra casa ao mesmo tempo. Liguei para o Leonard e falei da situação da Barra Funda. Naquele momento, tudo que eu queria era desistir e marcar para outro dia, tamanha minha insegurança. Afinal, o carinha era lindo. Quando me visse pela segunda vez, iria repensar sobre tudo que vivemos no escuro da balada. Mas pelo telefone, ele falou que iria me esperar lá, pois também se atrasaria. Não teve jeito. Tive que enfrentar a manada da estação de trem. Fui arrastado para dentro pelas pessoas, sem piedade e depois de meia hora, cheguei ao destino. Marcamos de nos encontrar na entrada do shopping metrô. Cheguei, e não havia ninguém. Milhares de besteiras começaram a passar pela minha cabeça. Esperei vinte minutos e já estava quase desistindo. Foi então que ele surgiu. Leonard. Loirinho, boizinho de olhos verdes, muita areia para o meu caminhãozinho. Passeamos, conversando pelo shopping. Ele me contou que frequentava o tatuapé de segunda feira, onde a coisa esquenta na comunidade gay e logo me levou para o cantinho deles. Uma das saídas do tatuapé que dá para uma rua dos fundos. Estava vazia, com apenas um casal de lésbicas dando alguns beijinhos disfarsados. Nós encostamos na mureta enquanto a noite ia chegando e em meio a histórias dele, soltei que eu era virgem.

"Ah, eu também sou!!" Disse, na brincadeira.

"É sério!" Eu repliquei, e ele engoliu o riso. Novamente me senti mal, pois parecia que eu era uma peça rara no mundo só por nunca ter feito sexo. Conversamos sobre o assunto e ele disse que não ligava para isso, claro. Começamos a nos beijar disfarsadamente próximos à saída de estacionamento e logo veio um dos guardas do shopping, pedindo que saíssemos de perto do local,pois os carros de saída tinham visão perfeita para nós. Caminhamos pela rua até uma bifurcação e ali começamos a nos beijar intensamente, ambos temerosos com um ou outro pedestre que aparecia. Eu não acreditava que estava ficando na rua, uma das primeiras vezes. Para nós gays, cada situação comum é uma conquista gigantesca. Depois de uma meia hora, surgiram dois guardas do shopping, os quais cruzaram os braços diante de nós. Um deles disse: "Eu não disse?" e eles nos olhavam como aberrações. Hipócritas. Ainda bem que não estavamos nos beijando naquele instante, mas somente conversando. Caminhamos então como se fossemos dois amigos e senti o peso de viver em um mundo que não me aceita. Não sou aceito entre os héteros, sou mal visto entre os gays por nunca ter namorado ou transado. O mundo me provava a cada passo que eu dava não ser um bom lugar.

Comemos um lanche e eu tirei uma foto do Leonard, a qual depois mostrei a alguns amigos que não acreditaram que eu estava ficando com ele. Às vezes nem eu mesmo acreditava. Antes de partir a seu trem, ele falou: "Eu quero te ver de novo." Aquelas palavras me encheram de esperança. Eu sentia que o momento se aproximava.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Primeira vez: Parte I: Loirinho boyzinho



A primeira vez é inesquecível, bem como dizem. No meu caso, a jornada foi longa e exaustiva. Nunca havia feito sexo com um homem, e sendo homossexual, durante muito tempo de minha vida isso foi tudo que eu quis. Devido á minha idade sem ter compartilhado contato físico com outro cara, eu me achava um alienígena, achava que tinha algum problema. Como pode, alguém querer algo e não conseguir? A coisa simplesmente não fluía, o desespero me acompanhou durante muito tempo. Tentava, exaustivamente, sem sucesso. No início de 2010, decidí que faria antes dos 24 anos. Faço aniversário em março, então três meses seria meu prazo definitivo. Narrarei aqui a corrida contra o tempo até chegar no apse e no desfecho dessa saga. Não foi nada fácil.

Começou no fim de 2009, em dezembro. Como sempre, teve início na "T", minha balada preferida. Aprendi a dançar um pouquinho e vivia me aventurado na pista de dança; Ali era o local em que os lances casuais aconteciam. Quando não havia uma chance de conhecer alguém que quisesse um bom papo e quem sabe rolasse alguma química, era só ir para a pista e esperar alguém que logo aparecia. Rola o beijo e cada um para seu canto. Às vezes faz bem, mata a necessidade, mas não gosto, não me sinto bem comigo. Não sou assim, não quero uma vida casual. Só de vez em quando caio na tentação. E naquela noite de dezembro, lá estava eu. Perto de mim, dançava um carinha muito bonito. Depois de um tempo se encarando, não deu outra. Começamos a nos beijar e a pegação foi intensa. Depois de uns vinte minutos lá, aos beijos e amassos, perguntei seu nome. Pablo. Eu peguei na mão dele e disse:

"Vamos lá fora."

"Pra que?"

"Quero conhecer você..."

Ele soltou da minha mão, sorriu para mim e disse:

"Eu... vou ali... Depois eu volto."

Obviamente eu já sabia o que aquilo significava. Ele jamais voltaria. Mas eu fui tolo. Conhecia as regras da pista de dança. Casual, não compromisso. Ainda assim, me senti mal. Desci a escadaria para a segunda pista e sentei em um dos banquinhos. Me senti miserável. O ano logo ia virar e eu, com 23 anos, não era capaz de atrair nenhum homem para perto de mim e nem de conquistar ninguém. 23 anos, sozinho no mundo. A vida é injusta. Faltavam quinze minutos para as 11 da noite, horário máximo para sair daquela matinê sem perder o último trem. Subi para a pista de dança. Estava de blusa, fazia frio naquela noite. Ali, próximo à entrada da pista, decidi tomar as rédias do meu humor. Disse para mim mesmo: Não vou permitir ficar triste agora. Comecei a dançar. Não sei dançar, imagino o quão desengonçado estava, com raiva de mim por estar com raiva daquele mundinho gay de casualidades e descompromissos. Dancei até não aguentar mais. Foi então que, ao meu lado,avistei um boizinho loirinho e de olhos verdes, desses que você olha e pensa: "Legal, nunca vou pegar um desse na vida." Tirei minha blusa, estava com uma regata branca por baixo, quase nunca saio de regata, só quando estou com blusa. O loirinho, ao ver aquela regata, descontrolou-se e se jogou nos meus braços. Foi uma surpresa pra mim, considerando que eu só dançava e que sua beleza era acima dos padrões. Que beijo perfeito era aquele? Depois de uns cinco minutos, puxei ele para o lado de fora.

"Desculpa, tenho que ir embora mas passa seu telefone agora!!" Falei, cheio de decisão, nem eu me reconheci. Ele passou, entre beijos, pegou o meu também. Disse que também ia embora e subimos juntos. Conversamos, caminhando juntos até a estação de trem. Ficamos de nos ligar e trocamos msn também. Fiquei esperançoso. Era aquela chance que pedi aos céus de conhecer alguém em quem eu sabiamente investiria. O nome dele era Leonard. E eu decidi que iria ter minha primeira vez. Era agora ou nunca.

Logística, odeio amá-la, amo odiá-la





Há algum tempo procuro um emprego, pois saí do meu. Trabalhei toda a minha vida na área de logística e mudar de área a essa altura do campeonato necessita ter muita coragem e paciência. Duas coisas que não tenho muito, rs. Mas estou encarando essa luta de frente. Ainda assim, gosto de relembrar alguns fatos importantes da época em que trabalhei nessa área.

Logística não é para homossexuais. É uma constatação pessoal à qual cheguei. Pensem: Um bando de homens trabalhando juntos, os quais não gostam de estar ali e estão sempre com a libido no nível máximo. Seus três assuntos preferidos são Futebol, Mulher e Cerveja. Ah, e adoram tirações daqueles que dão alguma brecha. E eu vivia dando brecha, obviamente. Tive sérios problemas, muitas irritações, mas também conheci pessoas extraordinárias, muito me ensinou trabalhar em logística. Mas a maior lição que tirei é de que não posso trabalhar mais no ramo. Não é pra mim.



No decorrer desse blog, vou contar alguns fatos interessantes acontecidos. Foi uma grande época, ainda que viva apenas na saudade, sem arrependimento. Foi na empresa inclusive que conheci o Ed, um dos meus melhores amigos, gay também. Não é raro encontrar gays na logística, mas estar lá é sofrer constantes preconceitos e agressões verbais diretas e indiretas. Se quer saber o que é préconceito, entre em uma empresa de logística.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O chamado da liberdade...



"As nuvens são passageiras desse trem chamado céu.
Eu sou um passageiro desse expresso chamado vida. E ultimamente comecei a pensar na vida como um expresso. Daqueles que partem com hora marcada, independente se você já entrou ou não. Meu expesso partiu sem mim. Ultimamente tenho sentido a angústia de abandonar o expresso no meio do caminho. Sinto a tristeza de deixar naquele expresso pessoas com quem convivi por uma longa jornada. Sim. Eu desci, e o expresso seguiu viagem. Todas as redes sociais que criei por aquele caminho agora se desfazem aos poucos. Algumas mais intensas com certeza permanecerão. Outras, porém, demonstram um resultado já previsto. Não podemos manter o mundo parado. O MUNDO GIRA SEM NÓS.
Morremos. Pessoas nascem. Deixamos o expresso naquela estação mas sermos facilmente substituidos por outros. O tempo não para. O tempo continua correr mesmo se pararmos nele. É egoismo demais querer que o mundo pare por que nós o deixamos? Minha vida é um projeto. Sempre foi um projeto, uma expectativa do que virá a ser. Quando o projeto está perto da concretização, eu o torno mais difícil para poder continuar no projeto. Assim minha vida nunca será uma prática, mas somente um planejamento do que a vida deve ser.

Eu sinto a vida partir sem mim. Sinto que a vida não precisa de mim para continuar. Sinto-me triste por não ser fundamental à vida. Deixo que o expresso me deixe. Me dediquei tanto a deixar o expresso que quando o deixei, minha vida perdeu a tal necessidade de dedicar-se. Sim, padeço da necessidade de dedicar-me a algo que roube-me o tempo e a alma. Algo que me prenda a uma razão. Minha viagem acabou mas os créditos não subiram. Estou vivendo no depois de tudo. Ninguém quer ver o filme depois dos créditos finais. Pagamos por ser livres. Mas estamos tão reclusos na máquina desse mundo que a vida perde o valor quando nos libertamos. A LIBERDADE É A MAIOR DAS PRISÕES, POR QUE A DESPADRONIZAÇÃO É O CHOQUE DA UNIDADE COM O COLETIVO.
Me dói ser o coadjuvante. Me dói não ser necessário na história."

Escrito por mim, algumas semanas depois de sair de meu último emprego.
domingo, 14 de fevereiro de 2010

O caso Tom: Parte III: Massacre



E então chegamos Sábado, véspera de carnaval. Decidi varar a noite na "T", considerando não ter nada melhor pra fazer. Decidi de ultima hora, tinha vip mesmo. Fui. Cheguei lá meia noite e dez, o vip era até meia noite, o cara quase não me deixou entrar!! Mas acabou que deixou, mesmo por que não tinha mais trem pra voltar!!

Beleza. Entrei na balada e no decorrer da noite, troquei uns olhares para alguns gatos, mas estava de boa, não fiz nada além disso. Ai, em um determinado momento, encontrei o Tom. Ele pegou na minha mão como sempre e partiu sem falar nada. Dali em diante, nos cruzamos a noite toda, e ele até beliscou minha barriga, rs.

Mais para o final da noite, eu estava dançando. Então vi o Tom, falando com um carinha que estava diante dele. Parei de dançar e assisti aquela cena. Os dois sorrindo juntos. Relembrei meus bons momentos com ele. Poderia ser eu lá, sorrindo com ele. Mas graças a mim mesmo, não era. Então, decidi ter uma recaída. Depois de meses sem conversa, iria tentar puxar assunto. Mas o que? Simples: Eu o vi na estação de trem!! Procurei ele, mas tava dificil encontrar, a casa nunca esteve tão lotada. Deu 5:00 da manhã. Decidi desistir da recaída, e então tropei com ele!!!

"Ei, já está indo embora?" perguntei, e ele disse que ia pagar. "Eu subo com você". Subimos, e citei que o vi na minha cidade.

"Ah, é. Eu trabalhei lá alguns dias." Matei minha curiosidade. Saímos.

Chegamos do lado de fora, ali eu já tinha certeza de que era só jogar alguma indireta e eu já o teria novamente. Mas então teve início uma cadeia de eventos inacreditável; Até agora às vezes não acredito que tenha acontecido. Do lado de fora, haviam umas sete pessoas andando em grupos aleatórios. E um outro, esse um brutamontes, gritando: "Vagabundo? Acha que sou vagabundo? Tá me tirando? Cê qué morrer?" Eu tentei ignorar os gritos, continuei falando, fui com o Tom para a rua vazia naquela hora enquanto o grandão caminhava pela calçada. Parecia estar falando com alguém. De repente, ele tirou o sapato e tacou nas costas de um cara que estava na frente dele. A vítmia então falou: "Ei, eu não te fiz nada..." O grandão passou por aquele que atacou e chegou em seu objetivo: O casal de héteros à frente. Ele deu um soco direto no rosto do rapaz e a menina começou a gritar "Covarde, a gente não fez nada pra você, sai fora!!" O segurança da boate aproximou-se e tentou conter o louco, que continuou a gritar "Acha que eu sou vagabundo? Hein, sua bixinha? Acha?" Eu e o Tom continuamos caminhando, logo à nossa frente o casal caminhava e o louco atravessou a rua, ainda gritando: "Corre, corre, seu viado, se não você vai morrer!! Corre!!" O Tom disse para irmos mais para perto do casal na tentativa de protegê-los e caminhamos mais próximos deles. Os outros grupos estavam mais afastados.
O brutamontes de cabeça raspada então atravessou a rua correndo e, diante do estacionamento da boate, acertou um outro soco no rapaz que ainda tentou voltar com a menina pouco antes. Ela começou a gritar, colocando-se na frente do namorado e o brutamontes à pegou pelo braço e jogou contra o chão. O Tom e outros começaram a gritar para que a briga parasse e o gigante deu uma gravata no rapaz. Eu, em um ato perigoso e impensado, tentei empurrar o cara para que ele soltasse a vítima e ele olhou nos meus olhos, ensandecido, dizendo: "Se tocar em mim vai morrer com tiro!!" Eu nunca briguei, minha força física é zero. Não tinha como fazer alguma diferença, mas naquele momento a coisa já estava tão crítica que ninguém estava pensando racionalmente. Em meio à gritaria dos outros por socorro, o louco arrastou o rapaz para o meio da rua. Eu gritei por socorro, tentei chamar os seguranças e um deles caminhou (lentamente) até nós. O alarme de um dos prédios disparou para tentar dispersar a confusão, sem sucesso. Um montinho juntou-se ao redor do discerebrado,tentando aplacá-lo enquanto ele gritava como louco e um dos rapazes falou para levarmos o ferido dali, que eles levariam a garota logo atrás. Eu, Tom e o desconhecido (que nem soube o nome), o qual estava com a cara inchando lentamente corremos para a estação e lá embaixo, o cara ainda apareceu gritando e correndo atrás de nós. Mas chegamos às 5:38 na estação de trem. Depois de uns dez minutos, chegou a namorada do rapaz, aos prantos. Ele teve alguns ferimentos,mas nada muito grave, enquanto a menina estava em choque. Explicaram que o cara os viu saindo da boate e que tentou mexer com ela. O rapaz então à puxou para perto dele, tentando apenas protegê-la e ele começou então a gritar daquela forma.

Sem leis de punição contra esses malditos, o mal continuará se proliferando e continuaremos sendo vítimas de uma sociedade hipócrita e violenta. O que seria deles se não estivéssemos por lá? Se não tivéssemos corrido? Podíamos ter realmente morrido ali, e seríamos só mais uma estatística nos jornais. Não diriam na televisão o nome da boate para preservá-la, provavelmente o careca drogado sairia em pune e nada seria feito. Somente números no noticiário. Nem que a balada era gay era capaz de falar, estaríamos dentre as estatísticas heterosexuais. Os motivos não seriam investigados à fundo. "Confusão de véspera de carnaval" é o que diriam. E logo, só as famílias se lembrariam dos que se perderam. A ÚNICA saída é aprender a se defender e torcer para que, quando nos defendermos, não acabemos presos no lugar dos agressores.

Bom, quanto ao Tom... na estação de trem, ele pediu que eu o adicionasse novamente no msn. Nunca imaginei que passariamos por isso juntos. Mas até agora não sei se adicioná-lo é o certo a fazer também. Vamos deixar acontecer.

O caso Tom: Parte II: Na estação



Calma, eu não me perdi na minha postagem e nem na história. É que sem contar o caso Tom, não haveria o mesmo efeito contar o que aconteceu nesse carnaval.

Assim que eu disse que precisavamos conversar, ele me mandou uma mensagem falando que já imaginava o que vinha por ai. Eu sai da casa da Hayashi e liguei no celular dele. Suas palavras estão na minha cabeça até hoje:

"Eu curti você, mas se você não concorda com minha filosofia de vida, então não concorda comigo. Um dia, quando eu deixar de ser um Niilista, eu te ligo!"

Cruel?! Acho que eu fui mais. Em seguida ele me excluiu do orkut, que tinha umas fotos tão legais dele. Ainda continuou no meu msn por um tempo... Chegamos a nos encontrar na balada, ele tava sem camisa, aquele corpo grandão na minha frente... me olhou, pegou na minha mão e... se foi.



Desencanei, após sofrer por um namoro de uma semana perdido. Como eu fui zombado por ter tido um namorado por uma semana. Nem considero que namorei, pois foi tão rápido... Mas sei lá, eu curti enquanto durou. Chegamos então há mais ou menos duas semanas atrás. Eu e a Hayashi estavamos na estação de trem para o encontro com uma amiga dela e quem eu topo na estação?! Tom. Não acreditei. Ele mora em sampa, como poderia estar ali? Não tive tempo de chamar, mesmo por que o trem chegou na estação e ele saiu correndo, e como eu estava de férias, tive que ir comprar o passe. Perdi ele. Porém, este fato contribuiu para os acontecimentos de ontem...

O caso Tom: Parte I: Namoro



Sábado, véspera de feriado de carnaval, tive um dos momentos mais assustadores de minha vida. Eu literalmente achei que iria morrer. Nossa, mal comecei o blog e já acontece uma história emocionante. Legal!!

Mas para falar dessa história, antes tenho que chegar até ela. E o modo como devo fazer isso é apresentando o "Caso Tom".

Tom. Estudante de filosofia. Eu o conheci na balada que mais frequento até hoje. Para não arranjar problemas, à chamarei de "T". Sempre que posso vou à "T", apesar de que ultimamente o local está muito decadente, cheio de grupos pré formados e ataque da "febre do Hetero", que é como chamamos a invasão deles ao nosso espaço. Uma vez, eu estava na fila da "T" e então, na minha frente, avistei aquele cara. Seu sorrisinho me encantou. Não resisti, e lá dentro lhe apontei um refrigerante. Ao invés de vir beber, ele veio e me tascou um beijo. Ai ficamos. Mas na época, eu não curtia nem entrar na pista de dança, e ele queria muito dançar. Eu o deixei ir, e algumas horas depois, o vi com outro cara, saindo da pista e beijando do lado de fora. Nossa, foi uma decepção muito grande, por que eu realmente havia gostado do cara. Mas fazer o que, fui embora sozinho pra variar.

Mas não acabou por ai. Depois de mais ou menos uns quatro meses (não lembro o tempo exato), eu estava na T de novo e o avistei poir lá. Ele passou me olhando e eu fiz cara feia, principalmente por pensar que ele já havia me esquecido e tava tentando me cantar de novo. Ele então sentou no banco do meu lado e falou

"Desculpa. Você me conheceu em um momento conturbado da minha vida e eu acabei não te dando o devido valor."

Subimos para a pista superior e ele me abraçou por trás. Eu me derreti todo e lá fui novamente. Dessa vez ficamos a noite toda e ele nem foi dançar, quis ficar só comigo. Mas nessa época eu já tinha aprendido a curtir a pista de dança e dançamos juntos.

Durante mito tempo da minha vida, eu tive vontade de namorar sério, e dividi esse pensamento com o Tom ali mesmo. Ele então, surpriendentemente me disse: "Você quer tentar?" Isso foi na mesma noite que nos reencontramos. Eu aceitei. Fomos embora juntos, passamos de mão dadas (que perigo) pela paulista, sem ligar muito para o mundo. Conversamos em um papo que fluia. Pessoa rara esse Tom.

Durante a semana seguinte, eu encarei o cotidiano de alguém que estava namorando. Não olhava para os homens ao meu redor, não fertava com ninguém e sempre nos falávamos carinhosa e rapidamente no telefone. Foi uma relação legal. Ainda na mesma semana, eu, já desempregado, fui almoçar com ele e nos encontramos na república. Um filósofo era tudo que eu precisava, afinal meu sonho sempre foi me aventurar no ramo do questionamento e do pensamento. Mas a mesma filosofia que nos uniu, acabou por nos atrapalhar. Ele me contou sobre sua filosofia de vida baseada no Niilismo.

"Eu não acredito em nada que não seja palpável. Não acredito no amor, vivo apenas o momento. Nesse momento estamos juntos, mas nunca poderemos saber o momento seguinte."

Sua sinceridade em relação ao amor acabou com minha visão sobre Tom. Como me dedicar a alguém que não acredita no amor? Como confiar em alguém para quem só o momento importa? Fui para casa com muita reflexão, e quando contei do meu namoro para os amigos, todos me julgaram precipitados. Um deles chegou a dizer que eu estava forçando um namoro apenas para não ficar sozinho. Que mal havia nisso?!

Bom, eu estava na casa da Hayashi quando ele me mandou uma mensagem: "Você não me curtiu muito, não é?" Sabe daquelas mensagens que a pessoa manda só pra ouvir você negando e dizendo o contrário?! Pois é, mas eu aproveitei a brecha pra tacar a bomba: "Precisamos conversar." Era o começo do fim...
sábado, 13 de fevereiro de 2010

Homens, aahh os homens...



Não tenho muita sorte com homens. Sempre fui um cara um tanto reprimido, filho de pessoas cristãs, criado em um quintal só com parentes cristãos dentro de muros onde a palavra homossexualismo não existe. Mantenho assim por enquanto. Vivo em dois mundos. Descobri muita coisa graças a um de meus amigos, Will. Mas ele é daqueles que não estão mais entre meu círculo. Não, ele não morreu, mas mora em outra cidade no interior de sampa e tivemos uma briga feia. Mas minha iniciação no mundo homossexual se deu graças a ele. Antes eu não era capaz nem de olhar para um homem, tamanha minha falta de coragem. Ele me mostrou um mundo novo, utilizou-se da internet para descobrir locais bacanas para se ir aos finais de semana e eu era sempre o chato da dupla, cheio de paranóias, de papos sobre ser pecado aceitar ser o que Deus decidiu que seria, no caso gay. Não podemos negar quem somos, pois isso seria negar o que nosso pai nos fez ser. Não houve ninguém que chegasse a mim e dissesse o que eu teria que ser, nenhum adversário me tentando e dizendo "você gostará de homens." Sou o que minha natureza diz para eu ser. E não tenho mais essas nêuras.


Antes o problema era me aceitar, e demorou pacas. Agora o problema são eles. AAAHH, os malditos e complicados homens que povoam essa terra. Não sou afeminado, não sou desses mesmo. Sou simplesmente um cara que gosta de outros. Mas a coisa é bem complicada.


Minha insegurança com mulheres sempre foi maior do que eu. Por isso eu tinha esperança de que quando a insegurança se fosse, eu me daria bem com elas. A insegurança morreu, mas mulher pra mim, só amizade! Procuro um amor há décadas, nunca namorei. Não digo que sou bonito,mas também não me acho horroroso. Fico na média e acho que sou um cara legal. Mas não sei por qual motivo,ainda não achei ninguém que me complete. Estou na busca, como muitos estão, mesmo sem se importar as vezes, por que as vezes enche o saco mesmo. Falarei muito de homens aqui, então quem não curtir isso pode se retirar, não aceito comentários com baixaria. É como eu disse, só quero um lugar ao sol como todo mundo. Não é pedir demais, é?!

Aquele famoso lugar...



Sou Rod, moro com meus pais e minha irmã, meu irmão emancipou-se. Sou gay não assumido, estudo design e tudo que procuro é um lugar ao sol, como todos. Mas não somente no quesito de emprego. Procuro um lugar no mundo, procuro uma razão de vida, uma companhia para a vida toda. Procuro amar e ser amado, ser o melhor para todos que conheço. Procuro ser livre, pois em muitos lugares não posso ser simplesmente eu. Tenho que fingir ser um cara normal, que gosta de mulheres, como se não fosse normal um cara gostar de outros caras. Enfim, uso máscaras para convenções sociais. E acabo me perdendo nelas. Acredito ser o melhor amigo dos meus amigos, apesar de que brigo muitas vezes com eles, cada um de uma forma diferente. Mas tenho personalidade forte, tal como eles, brigas são quase inevitáveis. O importante não é o quanto brigamos, mas o quanto nos esforçamos para uma reconciliação.

Não tenho muitos amigos. São poucos, mas estou satisfeito com eles. São a Hayashy, o Ed, o Will e a Ju. Quatro pessoas que transformaram minha vida de uma forma indescritível. Alguns estão ausentes, outros presentes, mas são pessoas de personalidade única, cada amizade à sua maneira. Eles estão sempre me ajudando a caminhar àquele lugar ao sol. Há pessoas igualmente importantes em minha vida, mas que por não saberem detalhes de mim não entram nessa lista. Ainda assim, sei que entrarão um dia se realmente valerem a pena.




Morar em são paulo é uma benção. É a cidade, em toda sua magnitude, em toda sua infinitude. Aqui não sou visto, aqui sou só mais um, e apesar de meu ideal ser algo além de todos, aprecio minha liberdade de não ser visto, ao menos por enquanto. Para que um homem seja imortal, basta fazer algo que realmente valha a pena na vida. É o que pretendo fazer!

A origem da vida






Bom, o objetivo desse blog é o de contar um pouco da minha história de vida, um pouco de minha conturbada personalidade, um pouco do meu dia a dia, um pouco do que passei e do que espero que a vida proporcione. É mostrar minha visão de mundo, refletir e desabafar sobre as intempéries que passei e tentar não me afogar em meus pensamentos, desabafando aqui para quem quiser ler. Serei aqui apenas Rod, e todos os nomes de pessoas serão fictícios para evitar qualquer tipo de ligação. Mas tudo aqui será a mais pura verdade, acredite se quiser. Não irei me ater a ordem cronológica nem a regras pré estabelecidas. O objetivo é unicamente desabafar e escrever o que der na telha. Espero que os poucos seguidores que eu tiver gostem do que trarei a vocês, que é um pouco de mim que poucos sabem, mas que o mundo deveria saber. É a força do indivíduo mostrando-se presente.

Espero que gostem, se possível divirtam-se e apressiem uma história comum, porém única!
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sobre o Lugar ao Sol

Bem vindos ao Nosso Lugar ao Sol, blog escrito por mim, Rod, criado em Fevereiro de 2010 com o objetivo de explorar um pouco de mim e minha vida, compartilhar com leitores minhas vitórias, frustrações, rolos amorosos e reflexões sobre a vida de um jovem homossexual na cidade de São Paulo. A proposta não é inovadora, nem é uma revolução no mundo gls ou na blogesfera, mas cada um tem uma história, é impossível que estas se repitam. Minha busca por um lugar ao sol nesse mundo tão preconceituoso, cheio de valores e crenças que tentam reprimir o que somos e o que sentimos é incessante. E essa busca inclui identidade, relacionamento, tolerância e principalmente RESPEITO. Espero que gostem, comentem, critiquem, elogiem e, por que não, participem dessa história como personagens.