quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pendências: Parte VIII: Desenvolver o seu próprio Universo



Demorei um tempo considerável para escrever essa que será a penúltima parte dessa minissérie, a qual durou esse período de férias inteiro e que já é a maior até hoje. Espero um dia ter um tema que supere-a em números, rsrs. Quem sabe no meu casamento, kkk.


Essas férias não foram só pendências no quesito romântico. Também tive que resolver a questão da minha carta de motorista. Quando fiz aulas de motorista, conheci o filho do instrutor, que trabalha na auto escola. Plínio nunca me enganou. Seu jeito de sentar, de rir e de fazer certos comentários (como dizer exatamente o perfume que um rapaz usava assim que ele saiu da auto-escola). Meu radar logo apitou, e ele até que era bem apessoadinho.

Paguei o quebra de carro e moto, cujos exames fiz em dezembro. E fiquei no aguardo da minha carta de motorista. Tempo passou, às vezes ligava na auto-escola e o enteado do instrutor, que trabalha lá também (super mal educado, vivia brigando com o Plínio) me atendia dizendo que minha carta ainda não estava pronta. Nisso se passaram sete meses. Com doze, tenho que renovar a carta e o faria sem nem tê-la utilizado. Encontrei o Plinio em um site de relacionamento gay (meu radar não falha) e falei um "oi" para ele por lá, mas ele me ignorou. Deve ser reservado ou não me reconheceu, rs.

Liguei na auto-escola e perguntei ao enteado arrogante o que estava acontecendo. Ele me disse que era um problema no Demutran, onde houve uma mudança de sistema. Pedi o número de lá e ele disse que não tinha (conta outra, auto-escola sem número do Demutran). Mandei um e-mail para o Procon explicando a situação e perguntando o que eu poderia fazer. Se for provado que a auto-escola agiu de má fé posso processá-los por danos morais. Podem fazer oque quiser comigo, menos me fazer de palhaço.

No dia seguinte, o enteado ligou e disse:

"O Demutran ligou, é pra você ir lá para retirar sua carta."

No dia seguinte à minha reclamação o Demutran liga. Muito cômico. Fui lá e
perguntei há quanto tempo minha carta ficou lá parada esperando. Me disseram que está lá desde dezembro, mês que eu fiz os exames. Me subiu o sangue na hora. Expliquei que me disseram que o Demutran estava com problema de sistema e o cara riu na minha cara:

"É, te disseram isso, é? Cada coisa que dizem..."

Isso me estressou pelo resto do dia. Fui no Procon do meu bairro e disseram que tenho que levar isso ao fórum da minha cidade. Eles que me aguardem, mexeram com a pessoa errada. Não sou de fazer barraco, desde que não brinquem comigo. Ao menos essa pendência está quase resolvida...

Bom, terça feira eu e Tiago tinhamos marcado de dar um passeio no parque do Ibirapuera mas perto da hora que marcamos lembrei que teria que ir no médico e tive que desmarcar de última hora, uma pena. Estamos há tempos querendo ir num parque mas sempre acontece algo pra atrapalhar. Marcamos para mais tarde então. Por causa dos medos que ele ainda tem com relação ao que os outros pensam, não entramos no barzinho e fomos ao cinema de novo, confesso que isso já me enjoou um pouco e o que eu mais detesto é rotina. No cinema ele perguntou se eu tinha algo a dizer a ele e eu respondi que não.

Saindo do cinema, fomos ao Mc Donald (olha a propaganda) e lá ele tirou um embrulho da bolsa. Já fiquei bravo, por que no primeiro encontro, ele tentou me dar um presente e eu avisei a ele que só era pra me dar algo quando eu pudesse dar algum em troca. Ele me deu um Cd do Epica, Design your Universe, a melhor banda do mundo, em seu melhor cd de carreira, não tem como ficar bravo. A música desse post é "Martyr of the Free World", presente nesse cd.

"Falei que não queria presente nenhum."

"Sim, quando não houvesse motivo. Mas hoje há."

"Qual?"

"Um mês que te conheci, oras."

Bom, nunca sou bom com datas. Jamais lembraria que tínhamos só um mês juntos, mesmo por que parece muito mais, considerando o número de encontros que tivemos. E percebi meu record. A única pessoa que durou mais de um mês comigo foi o Leonard, isso por que ele viajava para o sítio dos pais e ficava semanas longe. Agradeci o presente e fiquei feliz, ainda que preocupado. Afinal, acho que ele realmente gosta de mim...

Segunda feira marcamos um local mais reservado, longe dos olhos alheios, onde ficaremos sem ter que se esconder de todos. O fim da minissérie, o fim da pendência e o fim das férias, que dão lugar às aulas que voltam terça.

Acho que a maior pendência que tenho em minha vida é o relacionamento com alguém. Queria ao fim dessa minissérie fechar essa pendência. Pena que certas coisas não podemos simplesmente querer, já que envolvem diversos fatores. Mas não estou mais pensando nisso, como fui aconselhado. Deixando a vida acontecer. É como um amigo disse: Se dessa vez eu não namorar, será por que eu não quis, e não adiantará eu culpar ninguém. Tenho consciência disso. Pra fechar um trecho da música tema do cd do Epica:

"So many people will idolize
While their own success is in their reach
Don't forget you're able to
Design your own universe

Find your balance, sink into rumination

Ipsum te reperies

Potire mundorum
Potire omnis mundi"

Tradução:

"Tantas pessoas idolatrarão
Enquanto o próprio sucesso está ao alcance delas
Não esqueça que você é capaz de
Desenvolver o seu próprio universo

Ache seu equilíbrio, afunde em reflexão

Descubra-se

Domine o universo
Domine todo o mundo"


domingo, 25 de julho de 2010

Projeto Pessoal: Foto Série



Olá caros leitores. Hoje não estou aqui pra falar da minha vida! Hoje irei apresentar meu primeiro projeto voltado para o público GLTB!! Ou GLBT? Sei lá, pra vocês!!

O Nome: O nome da história está fogo! De acordo com os escritores, é a última coisa que criamos, então estou esperando o nome aparecer. Há três vertentes a se seguir: Fragilidade, Espelho e Fragmentos, pois fala pessoas que vivem relações frágeis, que não se reconhecem no espelho e que se dividem em várias camadas, fragmentos que em um conjunto formam quem são.

O Conceito: Consiste em contar uma história sobre sete jovens que vivem na cidade de São Paulo, explorando seus relacionamentos entre si, entre os familiares e mostrando seu cotidiano. Sem muita pretenção.

A Narrativa: Eu sou o escritor da obra, e ela é contada de uma forma diferente do convencional. Contando com 21 capítulos em seu primeiro Arco (parecido com temporada de séries), a história não é contada do primeiro ao último, mas em fragmentos. É como se tivesse quebrado a história e, juntando os fragmentos um a um, chegasse a um todo no final, tendo a visão completa.

A história: Em uma universidade, começa a fazer sucesso um blog que fala sobre a vida de um rapaz que se diz "bissexual" e confuso com relação a sua vida amorosa. O blog "historiadevidro" envolve a vida de todos na universidade, dividindo entre os fãs, os críticos e aqueles que não se manifestam. Alguns dos jovens que a história vai tratar estudam nessa faculdade, outros não, mas todos acabam se envolvendo com a história e percebem  quanto tem em comum com o escritor, o quanto levam uma vida dupla e frágil em suas relações.

A Linguagem: Para contar essa história, estou procurando pessoas que gostem de tirar fotos, não precisa ser artista e nem modelo, só ter um pouco de estilo! Os interessados podem inclusive mandar depoimentos ou e-mails para rodapth@yahoo.com.br, desde que morem em São Paulo e que tenham fins de semana livre e disposição para viver um personagem. Ai eu verifico se a pessoa se encaixa na pele de algum deles. Se não, pode só assistir a produção, garanto que será divertido!! Cada pessoa viverá um personagem, há os principais e os secundários, além dos que aparecem uma vez (participação especial não é para qualquer um, rsrs). Estou querendo criar um site para a história, mas devido à parte financeira, talvez eu crie um blog, então ainda não tenho certeza. Aqui vão alguns layouts:


Este é o Layout provisório da tela principal. Sua identidade visual remete a vidro quebrado e espelho. O nome acima é somente um teste.

                                     


 Aqui está a página dos capítulos. Em cada semana, um novo fragmento será publicado. Apenas ao final de 21 semanas, os leitores conhecerão o arco do começo ao fim e poderão amarrar todas as pendências e compreender tudo.

Os Personagens: Não há um personagem principal na história, que explora as sete vidas e todos aqueles ao seu redor.

Matheus: Rapaz de 21 anos, confuso com relação a seus sentimentos. Não assumido, ele estuda faculdade de publicidade e trabalha em telemarketing para pagar. Acaba apaixonando-se por Renan, rapaz que não se aprofunda com ninguém.

Renan: Rapaz desencanado que fica com homens e mulheres e desconsidera as classificações como hétero e gay como válidas, vivendo da sua forma. Para ele, Matheus é só mais um entre muitos.

Erick: Conhece o blog Históriadevidro e começa a conversar com o autor, mora fora da capital e planeja vir estudar nela, ansioso para conhecer o famoso escritor. Tem um namorado em São Paulo mas os dois não sabem se tal namoro resistiu à distância.

Guilherme: Primo de Matheus, é um verdadeiro caçador, não quer se amarrar a ninguém e curte baladas, a noite paulistana e pegação sem compromisso. Namora um rapaz e faz de tudo para descobrir se este o trai como forma de justificar sua infidelidade.

Kleber: Aprendiz de Skinhead, ele aparenta odiar o universo gls, porém há indícios de que ele já fez parte desse mundo. Não aparenta ter emoções e aos poucos vai se envolvendo com os outros personagens.

Lilian: Ex namorada de Kleber, vive bêbada, drogada e metida em confusão, sem perspectiva ou expectativa em relação a nada, é amiga de Matheus e começa a nutrir um sentimento diferente por ele.

Bia: Irmã de Renan, aproxima-se de Matheus para que ele à ajude a conquistar um rapaz da sala dele. Ela não concorda com o universo gay de forma alguma, é amiga de infância de Guilherme apesar de não aprovar a vida que ele leva.

Esses são os sete principais, em breve postarei fotos, quando suas "imagens" estiverem prontas (eu iria chamar de atores, mas eles não são, não sei ao certo como denominá-los por hora...). Convido-lhes a deixar comentários sobre as primeiras impressões da história, espero que gostem. Não vou dar uma previsão de lançamento mas estou planejando um Teaser para o youtube. E aguardo talentos dispostos a nos ajudar. A história já foi registrada na biblioteca nacional, todos os direitos reservados.
quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pendências: Parte VII: Para dentro da mente: Par perfeito ou perfeito se torna?



"Você seria meu amigo caso não dê certo?"

"Seria."

"Duvido."

"Seria sim."



Foi essa a pergunta que eu fiz para o Tiago quase ao final do dia de nosso encontro, e foi essa a resposta que ele me deu. Tenho avaliado muitos aspectos da relação em quem entrei. Posso dizer que estou gostando dela, apesar de não sentir muito aprofundamento. Como sempre, a inquietude ressurge das cinzas como uma fênix. Fazendo uma retrospectiva rápida, posso dizer que a frase que o Thinker me falou está certa: "Eu vivo fugindo de compromisso."

Adriano: Minha OBI, usei a chegada de minha amiga que não via a anos pra justificar minha covardia e não encontrar-me com ele.

Tom: Usei sua filosofia de vida para criar argumentos que conflitassem com minha filosofia de vida, acarretando incompatibilidade.

Loirinho boyzinho Leonard: Relacionamento fadado ao fracasso. Nunca esperei que ele gostasse de mim e nunca me permiti gostar dele.
Fuga: Após não aceitar entrar no hotel, fiquei com raiva e quis discutir a relação, o que eu sabia ser sua fraqueza e o que o afugentaria. Certeiro.

Carlos: Minha primeira vez: Disse que não passaria daquilo, ainda que ele tivesse interesse. Ele respeitou.

Alvaro: Rapaz da empresa, minha OBI suprema. Por quase um ano, tive esperanças com um hetero homofóbico. Medo de ser gay ou de me relacionar? Ambos.

O mais engraçado são os finais inacabados. Parece que falho em todos. Parece que interrompi todos, como se cortasse a raiz que pudesse crescer. Como se podasse a erva daninha e continuasse na zona de conforto, abraçando e me confortando na escura solidão (poético e patético).

Nunca amei ninguém, e acho que este é meu grande dilema. A gente se acostuma a ver em filmes, em romances e em séries sobre o amor, e fica esperando aquilo acontecer. Aquela certeza dos protagonistas de que estão apaixonados e de que vale morrer pelo amor, aquela dedicação dos antagonistas de, igualmente por amor, querer matar, fazer sofrer, lutar incansávelmente. Ai chega no mundo real, tudo que não queima não é amor, tudo que não se dedica com a vida não é paixão. Então vivemos em busca da felicidade, tão mitológica quanto a pessoa perfeita. Nessa busca, nos deparamos com certas pessoas que, de tão verdadeiras, nos iludem com seu papo, com sua simpatia, nos parecem aquela pessoa certa. Mas é como um reality show, só que rolando na internet. Quando acordamos, é tarde demais. Sempre foi e sempre será. O coração está partido novamente. Foi o caso do Tyler, o rapaz perfeito que por um tempo ameassou minha relação com o Tiago. No fundo, Tyler e sua perfeição veio contracenar com a realidade imperfeita de Tiago. Cada vez que o Tiago errava, eu pensava no Tyler, no que estava perdendo, no mito inalcansável, no Unicórnio símbolo da perfeição e da essência pura. Pura.... ilusão.

Minha mente é soda... Me peguei outro dia pensando:

"Por que estou com o Tiago? Seria mais fácil terminar... Seria mais fácil deixar que tudo volte à zona de conforto. Eu não o amo. Eu apenas gosto dele. Gosto de sua companhia. Posso arranjar isso a qualquer instante. Abandone-o..."

Ainda, para ajudar, recebi uma ligação do Fulano, que começou a questionar minha relação. A dizer que eu não o amo e sei disso... Dizer que era uma relação estranha, que não via futuro... Não vou nem comentar, mas blz. Isso foi um combustível pra minha cabeça, ficou maquinando uma forma de escapar. Instinto de conveniência, preciso manter as mentiras sociais. É mais fácil terminar.

A verdade é que tenho tendência à infelicidade quando o assunto é vida amorosa. Procuro alguém quando estou só... e quando estou com alguém sinto falta da solidão, da individualidade e da liberdade. Dizem que eu sou muito exigente, mas não posso exigir muito, nem sou um padrão de beleza... estou do mediando para baixo, e ainda que quem me conheça a fundo possa gostar (ou odiar, desperto muito esse sentimento também), eu nem posso exigir muito exatamente por esse meu complexo de inferioridade. Acho homens bonitos distantes da possibilidade de ter relação e acho que por isso mesmo não me ligo a padrões de beleza. Chamo a maioria deles de intocáveis, e de fato em poucos eu consegui algo. Justifico a feiura ou imperfeição como "é o que eu posso ter, já que não posso exigir muito". Igualmente o Tiago não é um cara bonito, mas beleza não é a prioridade. Há outros quesitos a considerar. Entre problemas e qualidades que ele, assim como qualquer homem da face da terra tem, ele tem algo a mais que está me tirando o sono, e que grita em minha mente que eu não deveria estar progredindo, mas sim terminando. E me sinto mal em pensar assim. Não posso dizer que problema é esse, mas é algo estético. E isso me atormenta, e me impede de fugir. É como se minha mente conhecesse o remorso das histórias inacabadas, recordasse a busca interminável dos tempos de solteiro e insistisse pra que eu continue. Minha mente dividida em dois caminhos: Aquele em que eu quero aceitar todos os problemas, enfrentar todos os medos e tentar mudar os rumos da minha história, namorando de FATO... e aquele em que aceito que, como designer, procuro a perfeição e condeno todo e qualquer defeito e que, como meu amigo leitor do blog e designer disse: "Procuramos a harmonia e o equilíbrio das formas e querendo ou não, será inevitável que eu crie um motivo para terminar tudo". Toda a minha razão, todos os pontos indicam para um só rumo: Eu devo terminar.

Não existe pessoa perfeita, a pessoa perfeita se torna? E o medo de ficar sozinho? de ficar velho e sozinho? De quando perguntar aos céus "por que", ele me responder: "Eu lhe enviei as oportunidades, você que não as aproveitou". Odeio baladas, não quero ter que ir nelas pro resto da minha vida. Outro dia um velho baixinho e gordo tocou no meu braço na pista de dança e eu me inclinei para perguntar se ele queria dizer algo. Ele tentou me beijar e eu empurrei ele. Parecia meu pai, credo. Fiquei triste com aquilo, com seu desespero em "pegar" um jovem, de sentir alguém, mas não tenho nada contra pessoas velhas, desde que se cuidem e não cheguem na velhice parecendo ter o dobro da idade e ainda querendo agir como adolescente (por que pra mim, sair agarrando na pista é coisa de adolescente). Não quero envelhecer só. Eu quero alguém. A idéia de estar só é perturbadora. Mas e quanto a essas chances boas? Pessoas boas que venho descartando por meu perfeccionismo e medo de me aprofundar? Só sei que nada sei again.

Costumo dizer que não tive adolescencia. Toda a liberdade e ousadia dela foi perdida por meus complexos. Vivi na ilusão de gostar de garotas sem ter coragem de chegar nelas, pensando obviamente que era feio demais para elas. Hoje, com 24 anos, me vejo como um adolescente. Pego quantos quiser sem medo (as vezes um pouco), vivendo a vida sem pensar muito (tá, eu vivo pensando) e justificando minha covardia com o "deixa rolar", "não quero me aprofundar" ou "só estou curtindo". Olho no espelho e não vejo um homem de 24, mas um garoto de 16, com as mesmas ansiedades, medos e irresponsabilidade de tal idade. Não vejo seriedade em mim. Mas ultimamente meu espelho me tem incomodado, minha alma refletida clama por atitude. Minha cabeça me perturba com o senso de responsabilidade, questionando-me se não é hora de deixar o garoto partir e começar a virar homem... Se não, é capaz de com quarenta eu querer ter vinte, e ai sim me tornarei tudo que mais odeio. A cada idade cabem suas alegrias, resta a mim encontrar as minhas no tempo certo.

Conclusão? Nenhuma, só dúvidas. mas uma certeza eu tenho: EU QUERO AMAR, E EU QUERO AGORA, EU ESTOU PRONTO!! Que venham as tempestades, que venham os furacões. Se do outro lado houver a pessoa certa, sei que sou capaz de enfrentar o mundo por ela, de me assumir e enfrentar tudo o que me cabe enfrentar, como um homem. Acho que é o amor que falta na minha vida, tal como as loucuras e a ousadia do amor. Enquanto a vida for racional demais, for certa demais, sempre existirão muros e grades...

Resta saber se a pessoa que tenho ao meu lado pode ser aquela pela qual eu desafiaria o mundo...
sexta-feira, 16 de julho de 2010

Dicas ao Sol: Anima



O vídeo já diz tudo por si próprio, uma divertida reflexão sobre o que é ser gay, preconceitos que a maioria tem quando ouve que alguém é gay, etc. Bem legal!!


Saindo um pouco do gay world e entrando no mundo do Designer, que é meu segundo predileto, aproveito a brecha da chegada do Animamundi pra apresentar algumas animações bem legais. Por que rir é o melhor remédio, rsrs.

Sobre a Morte


Sobre Monstros


Sobre uma Missão Impossível, srsr.


Desculpem, mas sou apaixonado por animações. Quem sabe um dia não publico as minhas por aqui.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Pendências: Parte VI: Veredito: A versão dele...





Bom, fui encontrar o Tiago nessa quarta, que é o dia da semana que ele tem folga. Já o tinha avisado que iríamos discutir certos pontos e estava decidido a devolver aliança e acabar com essa palhaçada toda. Fiz ele vir até Osasco, viajou bem mais do que eu e fomos no shopping.

Chegando lá, começamos a conversar. Para não colocar os muitos diálogos que rolou, vou fazer uma síntese:

"Eu percebi que você ficou com raiva, mas eu tive meus motivos também. Imagine você no meu lugar: Levou um amigo de internet, que eu nem sabia quem era, sem contar que eu nem sei se você me diria que ele iria caso eu não fosse. Por que eu disse que ia, mas se eu não fosse, quem sabe o que você teria feito com o Bruce. Ai eu tirei a aliança pra ver sua reação, e pelo menos pude ver que você se importava. Eu testei você."

"Quer um conselho? Não me teste. Relacionamento não é um jogo e eu não estou saindo com uma criança; Tudo vai de você chegar em mim e dizer: Eu não gostei disso, disso e daquilo. E pra você ver como a honestidade custa caro. Eu te contei que ele era amigo de net quando eu poderia ter dito que era amigo de tempos."

"Pois é, acho que nós dois erramos em diferentes pontos e você não pode jogar a culpa em cima de mim. Sem contar que me acusar de olhar pro Bruce? Eu sempre olho nos olhos de quem eu converso e infelizmente o Bruce estava me dando mais atenção que os outros."

"Ainda assim, o lance do anel foi sacanagem, e tem um custo. Ele tá aqui no bolso e daqui não sai."

"Mas isso é injusto."

Nos sentamos na praça de alimentação e ele começou a falar de novo.

"Às vezes eu não entendo o que está acontecendo entre a gente. Eu já te disse que gosto de você. Já disse o que eu quero. Eu entendo por que estou com você... Mas não entendo por que você está comigo. As vezes penso que você está de boa e que eu tô procurando algo sério."

Aquilo me preocupou, obviamente. A pior coisa é gostar de alguém e não sentir que essa pessoa gosta de você. A tal questão do rítmo. Será que estamos em sintonias diferentes? Será que eu estou enrolando demais? Fui sincero dizendo que tinha pensado que seria o fim, pois não conseguia mais pensar nele como antes, mas depois da conversa (o segredo é a comunicação) voltei a sentir conforto perto dele. Ele teve suas razões afinal...

Conseguimos nos beijar em dois locais do shopping, às escondidas, mas nada muito profundo. Mas ainda assim foi um ótimo passeio, muito bom fazê-lo vir até mim pra variar as coisas. Ele insistiu que eu colocasse o anel e pra ele não perder o trem pra sampa (kkk) eu o coloquei. O cerco está se fechando. Tenho que tomar a decisão se esse será meu primeiro relacionamento. Pra fechar, teve um momento muito legal em que eu disse:

"Não sei se um dia vou estar pronto pra me relacionar. Não sei nem se as pessoas sabem que estão prontas... Ou se devem estar..."

"Uma dica: Tenta. Você nunca vai saber se não tentar. Comece. Se não der certo, termina. Mas não fica na dúvida..."

Quem sabe este não seja aquele que eu venho procurado há tempos.... um herói pra me salvar... Pra me mostrar esse mundo desconhecido...
segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pendências: Parte V: O peso do Um Anel...



A semana:

Minha semana foi bem agitadinha se comparada às outras das férias. O Fulano, que mora no interior de São Paulo voltou e no domingo, foi ao Projeto Purpurina, que ele se comprometeu a falar por aqui no futuro em um colaborativo (que eu espero há meses...). Eu fui na casa do meu irmão e dormi lá pela primeira vez, foi bem legal.

Na segunda feira, marquei com o Fulano de ir no shopping Tatuapé para conhecer o Albano e o Primo. Tivemos um passeio bem legal, nos encontramos depois do cinema (pois o Primo, seu amigo e o Albano foram ver outro filme).

Terça feira, fui ao dentista e como estava de bicicleta, aproveitei para dar uma volta, pensar na vida como anteriormente eu fazia. Esse é um momento novo pra mim, a possibilidade de um namoro, de um relacionamento com um cara legal. Foi uma ótima tarde.

Quarta feira, eu e o Tiago nos encontramos e fomos ao cinema, escolhemos o filme menos visto e ficamos no cantinho escuro. Acho que a gente se empolgou. Foi muito gostoso deitar no colo dele enquanto ele me beijava. E também nunca tinha visto um segurança na sala de cinema. Até que o filme era legal (fomos obrigados a ver, já que não podíamos mais ficar nos amassos). Depois do cinema, passeamos novamente e foi agradável. Paramos em uma pracinha e o Tiago pegou um anel e colocou no meu dedo, dizendo:

"Não vou pedir nada, vou esperar que você me peça em namoro. Quando estiver pronto. Mas fica com meu anel."

Gostei da atitude, fiquei orgulhoso com o anel, e passei a usar. Eu o abracei na estação, mas não nos beijamos dessa vez.

Quinta, tive que ir na faculdade a noitinha pra renovar minha bolsa. Encontrei meu irmão pra pegar uns documentos e depois caminhei até a facul, onde não demorou mais que cinco minutos. No trem, na ida e volta, senti o peso daquele anel, de não olhar aos rapazes como sempre olho, avaliando quem poderia ser uma possibilidade e quem não era.

Sexta foi feriado, e eu e o Fulano saímos pra caminhar, como não fazíamos há muito tempo. Mostrei o anel e conversamos de muitos assuntos. Combinamos de sair no domingo e chamei o Tiago, enquanto ele chamou seus amigos do Projeto Purpurina.

Sábado foi o único dia que fiquei em casa, e de noite encontrei o Bruce na internet...

Flashback: A história do Bruce é bem interessante. No dia em que saí sozinho pra "T" e conheci o Tiago, eu o chamei pra sair. Mas ele não quis, estava cansado. Ai me enrolei com o Tiago e quando o Bruce tentou marcar algo, eu tive que dizer que não dava. Talvez se tivesse saído comigo quando eu chamei, a gente PODERIA ter se conhecido melhor e talvez eu não teria conhecido o Tiago.

Fim do Flashback: O Bruce estava BEM triste com o fim de mais um relacionamento. Ele procura um namoro sério e vive se frustrando com caras que não o levam a sério, bem parecido comigo. Diante de toda aquela tristeza, eu resolvi chamá-lo:

"Bora cair na pista, dançar na 'T'. Vai eu, meu rolo e meu amigo!!"

Ele acabou aceitando e a gente marcou na catraca da Barra Funda.

Domingo: O Fulano foi na frente com seu amigo do Purpurina e encontrei o Bruce. O Tiago só iria chegar bem mais tarde. Achei o Bruce um gato, mas pelas roupas já vi que era bem boy, rsrs. Não sei se ele gostaria de mim caso eu estivesse solteiro, mas provavelmente não, apesar de ter me direcionado uns olhares bem estranhos. Olhei pro meu anel e fiquei firme. Ele revelou-se super tímido, com uma voz bem baixinha, diferente das impressões que tinha com as fotos. Na balada, fomos dançar após o Fulano me apresentar seu amigo do Purple e logo o Tiago chegou. Foi então que uma sequência de eventos se seguiu, culminando em uma péssima noite. O Tiago chegou e não quis saber de papo com o pessoal. Eu fui atrás dele e ele falou que uma amiga de seu serviço estava presente na "T", e que não poderíamos ficar em qualquer lugar. Ficamos meio que escondidos. Em meio aos beijos, ele me mostrou que tinha outro anel, igual o que eu estava usando. Eu pedi pra ele colocar, afinal, eu estava usando. Ele colocou. Depois saímos e ele foi ver aonde a amiga estava. Sentei perto do Fulano e Bruce, que estavam batendo o maior papo enquanto os dois amigos do Fulano ficavam. Depois de meia hora, o Tiago voltou (ofegante). Mas o que mais me chamou a atenção foi seu dedo. Sem o anel que ele tinha acabado de colocar. Imediatamente eu tirei o meu, aquele que eu tinha passado de quarta a domingo. A noite estava acabando e na estação, observei o Tiago, que além de estar bem chato (sarcasmo só é bom a dois), olhava estranhamente pro Bruce. Como se quisesse... Ele ainda olhou pra mim e perguntou se eu estava chateado. Nem respondi.

Deixamos o Bruce e o Tiago no metrô, partindo. Então compartilhei minhas dúvidas com o Fulano. Aquele Tiago que ele conheceu aquela noite não era o mesmo que eu conheci há duas semanas. Algo estava diferente.

Cheguei em casa, tirei o anel do bolso e coloquei em cima da mesa, decidido a não usar mais...

PS: Ah, e durante toda essa semana, o Tyler sumiu. Já nem sei dizer mais nada...
quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pendências: Parte IV: Dançando no mesmo ritmo



Ok, nenhuma pessoa é rasa o suficiente pra não ter um passado. Ninguém é preto e branco, e definitivamente, nenhum homem é uma ilha. Que culpa tenho eu de haverem pendências na minha história? Culpa nenhuma. Minha única culpa foi cair na pista, me deixar levar pelo som, me envolver em um beijo e gerar uma pendência extra a essa altura do campeonato. Agora terei que lhe dar com as consequências...

Quando vi o recado do Tyler, mandei uma mensagem a ele que podíamos ir no cinema nessa semana, ver um filme na República, e que ele podia ficar tranquilo, pois não era cinemão e nem pornô.

Na terça feira, entrei na net e conversei com o Tiago, que entre outras perguntas, falou:

"O que pra você é um relacionamento perfeito?"

Eu então respondi:

"É cumplicidade. É o diálogo silencioso entre duas pessoas, como se estivessem dançando em um mesmo ritmo, em uma só sintonia."

Ele adorou a resposta.

No dia seguinte, a caminho para encontrar o Tiago, recebi uma mensagem dele às 13:10 perguntando se eu ia mesmo para o encontro, que estava combinado para 13:30. Já fiquei cheio de dúvidas, tentando ligar para ele sem conseguir, o que me deixou com muita raiva, já que estava tudo combinado e agora eu nem sabia aonde ele estava. Estando eu no último vagão, estressado com a situação, olhei para o lado e vi em um banco um cara... bem bonito. Cheguei na Barra funda, onde eu deveria descer, e aquele rapaz, junto a meia duzia de outros rapazes, permaneceram no vagão. E eu também. Queria descer, tinha que descer, mas as dúvidas em relação à ida do Tiago me fizeram permanecer sentado. O rapaz bonito começou a me olhar, enquanto outro olhava para ele. Eu disfarsei. O bonitão balançou a cabeça negativamente para o que o paquerava e voltou-se para o meu lado, mas não tive certeza se olhava para mim.

Desci na estação, tentando falar com o Tiago de novo, sem sucesso. O bonitão andou na minha frente e chegando perto das escadas que levavam ao banheiro, ele às subiu. Foi então que eu me dei conta:

"Mas que merda eu estou fazendo aqui?"

O trem apitou e eu saltei pra dentro, voltando à Barra Funda, com a cabeça martelando a possibilidade de ter tido aquele rapaz bonito comigo... Mas eu superei. Foi a última tentação.

Chegando na estação de trem, não vi o Tiago. Encostei no pilar, furioso, e então de repente ele surgiu.

"Estou aqui desde as 13:00... Aqui em baixo não tem sinal."

"E aonde você estava agora?"

"Vi um cara parecido com você... e fui atrás dele, até perceber que não era você."

"Hmmm... Ok..."

Fiquei desconfiado mas deixei pra lá. Saímos da estação e caminhamos próximos à praça da República. Mostrei a rua gay pra ele e fomos até o cinema. Como ele já tinha visto Eclipse, escolhemos o filme pra assistir, ou melhor, para NÃO assistir. Só começaria às 15:00. Nos sentamos e começamos a conversar. Me surpriendi com o papo dele, MUITO legal mesmo. Falando sobre diversos assuntos, sem pensar muito, sem silêncios constrangedores.

"Eu não faço nada em público, mas também não sou um medroso."

Ele disse, e eu o desafiei:

"Ah, é? Pois então prova, vamos ali fora, em plena luz do dia e você me dá um beijo de novela."

Ri muito ao ver que ele ficou vermelho com o que eu disse. Entramos no cinema e esperamos as luzes se apagarem para dar o primeiro beijo, seguido de vários outros. A posição que fiquei foi super desconfortável, com minha perna esquerda no colo dele. A divisória do banco não subia e tive que ficar dessa forma, mas mesmo assim foi muito bom o escurinho do local, a gente se beijando e conversando baixinho. Falamos sobre ele gostar de mulheres também e ele percebeu minha insegurança com relação a isso.

"Não se preocupa, se eu estou com mina, fico só com a mina, se estou com muleque, é só com muleque..."

Acabei gostando do que vi de Eclipse, me pareceu bem engraçado até, apesar de nos outros dois filmes ter ficado com MUITO sono. Tiago é fanático. Ele disse que teria que sair às 17:00, pois tinha compromisso, mas saímos do cine e ele decidiu que não daria mais pra ir no compromisso dele. Então ficamos andando pelo centro de São Paulo, incrivelmente cheios de assunto. Ele entrou em uma loja de doces e recebi uma mensagem. Tyler...

"Vamos marcar sim! Cara, ri muito com o que você falou sobre o cinema pornô, as pessoas ficaram até me olhando de tanto que eu ri."

Fechei a mensagem e disse que era um amigo meu. Fomos andando até a São Bento, conversando sobre nossas preferências e eu perguntei o que ele gostava mais em meninos e em meninas.

"Então... Menina é legal por que as formas do corpo são daora... mas o ruim delas é que ficam cheias de frescura. Não pega aqui, não pega ali..."

"Hummm.... bom, sorte sua que na "T" você não enfiou a mão onde não devia, se não eu ia te dar uns safanões e um chute na bunda. Muita gente pega onde não deve por lá. Eu consigo identificar as boas pessoas assim. Certos lugares não devem ser pegos em locais públicos... Certos locais nem devem ser pegos."

"É verdade... Acho que gostei de você por você ser diferente dos outros caras. Por não ser tão rodado, por ser tranquilo."

Na São Bento, ele foi dançar Bump, aquelas máquinas de dança. Fomos a um banheiro macabro e ele queria beijar ali mas eu não quis, muito estranho o lugar. Ele dançou e ficamos trocando olhares enquanto conversávamos, às vezes pegando um no outro bem de levinho...

Por fim, lá pelas 19:30, voltamos à República e fomos em um barzinho, onde começamos a falar de relacionamento e de... sexo. Eu comecei dizendo:

"Sou tranquilo em relação ao sexo. Não tive experiências 100% boas, por isso não faço muita questão nem levo isso como o ponto decisivo."

"Nem eu. Também sou tranquilo em relação a isso! Mais um ponto pra gente."

"Pois é. Há três coisas que levo em consideração: Personalidade, Aparência e só depois o Sexo. No seu caso, você é um chato, sua aparência é terrível, espero que o sexo salve (eu sendo MUITO sarcástico)."

Felizmente ele riu das minhas ironias, rsrs. Depois de um tempo, ele falou:

"Acho que eu ficaria feliz em tentar algo com você. Nunca pensei que poderia namorar um cara..."

"É... a gente pode se dar bem mesmo, né... Também sinto isso..."

Eu disse, pensando no Tyler, na promessa, na pendência com ele, vivendo aquele instante em que todos os fatores indicavam uma só evidência: Tiago esperando eu pedí-lo em namoro.

"Estamos nos conhecendo... Vamos com calma..."

Falei, finalmente.

"Ok."

Eu então fiz a maior burrada da minha vida:

"A gente é exclusivo, né? Ou não?"

Burro, burro, burro!!! Por que fui falar isso? Agora se eu encontrar o Tyler e beijar ele, será traição!!!

"Opa, somos sim! Não ficamos com mais ninguém."

Ele respondeu, alegre. Decidimos partir e na estação, ele me deu um beijo em público (quase de novela)... Fiquei surpreso.

Em casa, liguei o msn e lá estava o Tyler. Devido à posição em que fiquei no cinema, minha perna estava doendo. Pra terminar de jogar a merd... no ventilador, eu escrevi:

"Então, Tyler, alguns amigos meus até zoaram da minha cara por a gente se conhecer há mais de seis meses, morarmos na mesma cidade e até agora não ter se encontrado. Vamos tentar semana que vem?"

Ele então respondeu:

"Caraca, sério? Pow, desculpa fazer você passar por isso, a gente se encontra semana que vem sem falta."

"É, nem que seja pra gente ser amigo!! Né?"

Já tentei prepará-lo para apenas uma amizade, mas então, a punhalada final...

"É, mas ei... Não pensa que eu esqueci não... Lembra que a gente fez nossos votos pela net, né? Nosso casamento virtual!!"

Fiquei parado olhando para a tela do computador. Eu pensei que ele não lembrava disso. Minha culpa cresceu enquanto minha perna doía, lembrando meu encontro da tarde. Definitivamente eu não podia continuar com aquilo, vivendo de uma promessa do passado e de uma expectativa de futuro. E enganado duas pessoas tão boas... Afinal, é impossível dançar com dois acompanhantes.

A bola de neve continua crescendo...

Meu Encontro com um Bear



Colaborativo escrito pelo Primo!!


Eu estava completando meus 18 anos, era jovem e ingênuo no meu ponto de vista, já que para minha idade tem pessoas que fazem coisas que "só Deus duvida” (frase de fofoqueiro) sendo que eu até aquela época havia tido uma experiência frustrada de beijar uma menina (credo!!!).

Estava louco pra começar a beijar e pegar aqueles que me atraiam de longa data: os boys. Passava pela minha cabeça “finalmente vou poder ir uma balada gls” eu sabia que elas existiam, sim, mas pra mim era como se fosse um inferno carnal (resquício cristão na personalidade) no qual agente perde a virgindade só em respirar no ambiente.



Bom, como então ir na balada se eu não conhecia ninguém e tava com medo de me expor? Fiz o que todo gay pseudo-enrustido faz: comecei a pesquisar pela internet, foi lá que eu conheci o bate-papo e passei para o tão conhecido fenômeno da Microsoft o Messenger vulgo MSN.



O MSN é maravilhoso!!! No começo num sabia dizer um “oi”. Eu ficava me perguntando como expressar emoções por isso? Agora depois de muita experiência sou até capaz de no MSN dar um “duplo twist carpado” by Daiane do Santos e almoçar ao mesmo tempo...



Foi por lá que comecei a conversar com o “Danilo” aquele que viria a ser meu primeiro encontro e meu primeiro beijo homo-afetivo. Bom, a foto dele no MSN revelava um rapaz jovem que está a fim de conhecer gente da mesma idade.



No começo fiquei impressionado de como é gostoso expressar desejos pelo MSN e não se sentir culpado. E agente escreve merda, escreve sacanagem e escreve sobre tudo que na “fala” nos causaria repudio ou sentiríamos um bloqueio.



Ainda tremendo e pensando como eu iria contar pra minha mãe que eu ia dormir fora (não tinha esse costume) aceitei a proposta do Danilo de se encontrar na República e ir para a balada “D”.



Consegui enrolar todo mundo aquele dia e consegui dinheiro pra ir pra balada, pensei em desistir, mas fui. Ao chegar à catraca do metrô liguei para o Danilo para avisá-lo que estava esperando por ele.
Fiquei encostado na parede da estação e já estava um pouco assustado porque nunca vi tantos gays ao vivo e a cores a poucos metros de mim. Estava ansioso (primeira balada) até que vi um homem de barba, com um óculos escuros sobre o cabelo, uma camiseta regata provavelmente tamanho “P” que apertava o seu corpo e dava pra ver a saliência da barriga e os pêlos que brotavam do peito, das costas e parecia que não tinham fim e um short que até agora me pergunto se aquilo existe ou não. Ele parecia um BEAR (gay peludinho) que fez compra na C&Ah, só que no setor infantil. Ele veio em minha direção e abriu a boca e falou:
“Oi, eu sou o Danilo”
com uma voz aguda parecida com as fêmeas da espécie homo sapiens. Tá! Eu sei que a maioria de vocês falaria alguma coisa e dariam meia-volta (é o que eu faria atualmente), mas não, eu fiquei e fui com ele para “D”, pensei: “Pelo menos posso ser amigo do BEAR”.

 
Adorei as musicas e fiquei encantado com a liberdade que havia lá dentro da balada, dancei muito e não cansei. Em algum momento da noite ele veio e me beijou (tá!! Eu deixei). Adorei aquela sensação, parecia que eu voava e pedia mais e mais... Mas depois o deixei de lado e dentro de mim surgiu uma vontade louca de ficar com TODOS da balada (guloso, né?). Eu queria ser beijado e queria experimentar o beijo de todos que estavam lá...
Fiquei frustrado com o Danilo (ele deve aplicar esse golpe até hoje já que era feio. kkkk) Eu me pergunto como eu beijei ele? Mas eu me lembro daquela frase: “É errando que se aprende” e como diz uma comunidade do Orkut “ Eu já fiz um feio feliz”, mas fiquei contente com a gama de possibilidades que se abriram pra mim naquele dia na balada... E naquela noite pude me descobrir e saciar os meus desejos que outrora eram só desejos...
terça-feira, 6 de julho de 2010

Pendências: Parte III: No meio do caminho havia... dois caminhos



Bom, nos últimos tempos, o Tyler desapareceu, e percebi que relações assim, cheias de enrolação, não eram uma coisa boa e nunca terminavam bem. Se ele quisesse mesmo me encontrar, teria dado um jeito, nós moramos na mesma cidade. Além disso, eu lhe mandei mensagem no celular e ele não respondeu. Foi então que, no fim de semana, decidi cair na balada, hehe. Fui sozinho dessa vez e no caminho o Albano me ligou. Como ele fala meio pra dentro, quase não consegui ouvir, mas tinha algo a ver com copa, ele queria saber aonde eu ia assistir o jogo na segunda feira. Eu não assisto nem jogos da copa e fui sincero.

Durante a balada, fiquei entediado. O rapaz que eu ignorei na fila e que na noite em que fui com os amigos vi com outro cara, estava lá de novo.... e sozinho. Pronto: Eu tinha a meta da noite. Persegui ele por horas, mas sem muita expectativa. Mais para o fim, eu o vi com outro cara.... e depois com outro, aff.

Paguei às dez e meia e desci, sem nada de extra ter acontecido. Como sempre, tornou-se tedioso ir à "T", mas é minha única opção sem grana, pois tem a questão de não pagar nada. Voltei à pista e comecei a dançar em um canto. Entre as luzes da pista, eu avistei aquele rapaz. Baixinho, aparentando um pouco definido, mais para magro, cabelo enrolado. Dançando um pouco à frente. Ele me viu e começou a olhar para trás. Então, saltou para próximo à minha parede e eu já previ que estava a fim. Seria questão de tempo. Soltei meu braço enquanto dançava e minha mão começou a bater no braço dele, que começou a me olhar. Eu sorri vitorioso, virando-me para ele com o pensamento:

"Ok, pelo menos pego um..."

Eu estava mesmo a fim de ficar DESCOMPROMISSADAMENTE, afinal, há pendências para essas ferias. Começamos a nos beijar, e ele veio com umas mordidas. Eu então falei:

"Dá pra morder menos?"

Ele falou "Tá" e não colocou mais o dente, achei legal. Começamos a conversar dentre os beijos. O nome dele é Tiago, de Santiago, mora em guarulhos, longe que nem minha cidade. Após beijos e dança, eu o puxei para fora (Alerta, alerta!!! Não se aprofunde, você tem PENDÊNCIAS!!)e começamos a papear. Contei que nunca namorei e ele perguntou quanto tinha durado meu maior rolo. Eu falei que uns três meses (exagero...), e ele falou.

"Ah, isso é pouco tempo pra namorar, mesmo."

Achei estranho, não há um tempo certo pra esse tipo de coisa. Ele revelou ser Bissexual, ficando com meninas também. Era quase onze horas, trocamos celular e eu disse:

"Então, tenho que ir pra não perder o trem. Você vai ficar né?"

"Não, vou junto!!"

Ele falou quase que imediatamente. Subimos as escadas, ele pagou e fomos caminhando. Lá fora, perto de onde o careca nos atacou, ele me deu um beijo, achei interessante, ainda que perigoso. Caminhamos e ele me contou que eu era o terceiro homem que ele ficava. Fiquei preocupado quando disse que pegava as mulheres (por que preocupado, acabei de conhecer), pegamos o trem e ele ficou me olhando. Fiquei cm medo. Desci do trem me despedindo com um aperto de mão e pensando:

"Ok, foi bem legal. Mas como tudo que eu tenho vivido nas baladas da vida, não durará muito. Além disso, há o Tyler. Ele sumiu, mas eu tenho que tentar marcar com ele, prometemos que seria nessas férias."

O celular apitou em uma mensagem:

"Aposto que achou que eu não ligaria, né? Gostei de você, quero te ver amanhã, conhece o Tatuapé?"

Tatuapé de segunda feira? Tentador... Mas no dia seguinte teria a droga do jogo, o transporte seria terrível. Decidimos marcar um cinema na quarta feira.

Quando cheguei em casa, entrei no msn mas logo fui dormir. Fiquei pensando sobre a noite que tive. Eu conheci uma pessoa na pista de dança, que não quis só beijo... como isso é possível?

Na manhã seguinte, abri meu msn. Lá então surgiu a mensagem de Tyler:

"Ei, cara, tudo bem? Cadê você? Sumiu... recebeu minhas mensagens?"

MensageNS??? Quantas ele teria me mandado? Desde quando tem tentado se comunicar? Nesse instante, meu sossego de férias acabou, e dois caminhos opostos se abriram diante dos meus olhos: Tyler... e Santiago...
sexta-feira, 2 de julho de 2010

Pendências: Parte II: Filosofia de um garoto gay



O encontro de dois blogs. O encontro de duas ideologias. O encontro de dois mundos, dois destinos, duas vivências... Assim posso descrever o encontro daquelas mãos no Trianon Masp, Avenida Paulista, centro de São Paulo.

Após encontrar o Thinker, caminhamos até uma lanchonete conversando sobre estudos, os dele, principalmente, já que ele estuda e se esforça pra entrar em uma boa universidade. Na lanchonete, conversamos sobre família e amigos e as idéias ora eram em comum, ora divergentes, mas acho que isso vai bastante de nossa diferença de idades e vidas. Ele é do ponto de vista que ser gay não interfere nas amizades, e que muitos não precisam saber de você ou de sua interpessoalidade. Eu já me baseio na idéia de quem não te aceita, não te merece, de quem não sabe, não te conhece, de que não dizer ao mundo quem você é significa mentir a todo instante. Mas claro, cada um com seus argumentos e suas idéias. Quando eu disse que me afastei dos amigos héteros, ele achou um absurdo, rssr, mas é a verdade, foi um processo natural.

Um segredo para um encontro dar certo (analisando algumas experiências próprias) é sair com um objetivo em mente, e nisso nós falhamos. A todo momento nos perguntávamos aonde pderíamos ir, e ficamos andando debaixo do sol quente na Paulista, não foi muito agradável esse ponto. Mas o papo, ainda que as vezes travasse um pouquinho, foi bem fluente, diferente do msn, onde escrever é sempre mais fácil, mas foi legal. Até que veio aquele momento...

Encostamos na parede da estação e ele perguntou o que eu tinha achado dele. Desde sempre ele vinha me dizendo que namorar era bem difícil pra ele por causa dos estudos. Porém, se ele gostasse, iria investir. Pelo tempo que passamos juntos, pelo papo que levamos, óbvio que não daria pra sair dali namorando, e eu comecei a falar:

"Bom, acho que nossos interesses no momento são diferentes, como você mesmo disse, não está podendo namorar..."

E então ele interrompeu:

"Sim, acho melhor ficarmos só na amizade mesmo."

Ai eu parei de falar. O que eu ia dizer é que se ambos estivessem de acordo, poderíamos ter algo sem compromisso aquela tarde. Mas claro, depois da declaração dele, fiquei quieto. Lembrei também que ele sempre disse que não era de ficar sem compromisso. Por isso era provável que minha proposta seria seguida de um fora. Ainda bem que ele me interrompeu, rsrsr. No dia anterior ele disse que não me deixaria fugir como faço em meus encontros habituais, mais um motivo para eu prever que ele não estava interessado. Fiquei chateado quando ele falou:

"você deve estar louco pra ir embora, né?"

Eu respondi que não e nos sentamos, conversando mais um monte sobre família. Contou de sua família bem estruturada e eu contei da minha desajustada, um contraste bem interessante. Voltamos a caminhar e ele quis assistir um filme em um cinema de filmes bem alternativos, eu desembolsei uma grana imaginando:

"Cinema entre amigos, é óbvio!! Ele sempre disse que conseguia tudo que queria, porém, ele acabou de dizer para sermos amigos, então não vai rolar nada."

Ainda assim, fiquei imaginando se não rolaria. Só que lá no cinema, encontramos uma colega minha do colegial, uma menina chamada Mirian. Eu tentei disfarsar, afinal estava em um encontro, mas ela entrou na mesma sala de cinema que nós e quando me viu, veio até nós. Apresentei o Thinker e depois de um papo rápido, ela voltou para o rapaz que estava com ela.

E eu e o Thinkerboy assistimos o filme, comportados como dois amigos.

Saímos do cinema rindo muito com o filme, principalmente o final, muito engraçado e sem noção. O encontro acabou sendo ótimo, acho que nos conhecemos bem e não ligo de acrescentar mais um amigo à minha vida, ainda que o próprio tenha dito quase na hora de ir embora:

"Apesar de eu ter esperado mais..."

Lembro que no blog dele, li uma vez sobre s três pontos essenciais e achei muito legal. Ele considera a atração física, o bom papo e o beijo como os três pontos essenciais. Por ai já imagino por que a coisa não fluiu, kkk, meu físico de Olivia Palito não é muito atrativo, meu papo não sei se agradou e o beijo não aconteceu. Baseado nessa reflexão dele, eu criei minha lista essencial para um bom relacionamento:

Personalidade: Se não tiver personalidade, se for um emaranhado de "legal", "hmmm" ou reações previsíveis, a coisa não flui muito bem. A personalidade é o que mais me atrai nas pessoas. As que me conhecem melhor são aquelas que realmente conseguem gostar de mim, e só a demonstro quando me sinto bem confiante, quando sinto reciprocidade. É, sou chato, srsr.

Físico: Sim, em segundo lugar, o físico. Mas não o porte físico, isso é o de menos. É o que eu chamo de corpo exposto: O estilo, o destaque, que faz você ver aquela pessoa na multidão, o que faz você aproximar-se dela e querer estar com ela. Muitos me criticam por certos estilos não me agradarem e sou até chamado de fútil, mas o que eu busco é um diferencial, ainda que provavelmente eu não o tenha. Nunca tive beleza ao meu lado, logo sempre procurei me destacar por estilo, por artifícios, mas de uma forma natural, usando por que gosto. É isso que procuro na pessoa, seu destaque natural.

Beijo, pegada e ademais: Então, quando tudo isso está bom, é hora de ver se o beijo lhe faz flutuar, se você sente o mundo ao seu redor ou se estão somente os dois naquele instante, voando no espaço e tempo vazio.

No fim de tudo, valeu o encontro, valeu o dia e valeu o (espero que sim) início de uma nova amizade!!
quinta-feira, 1 de julho de 2010

Pendências: Parte I: Novas diretrizes em tempos de férias



No início dessas férias, decidi que resolveria todas as minhas pendências. Cumprir velhas promessas, realizar encontros que ficaram pendentes. Enfim, cumprir diversos objetivos e necessidades para sobreviver. Dois fatores me impedem de ser plenamente feliz nessas férias: Não estar trabalhando e consequentemente não ter grana pra gastar no que quiser.

Bem no comecinho das férias, conheci um cara bem diferente do convencional. Seu nome era Mario (assim eu pensava). Como ele não ficava a vontade em público,nem mesmo em locais apropriados onde não há problema algum para se ter algo, pagamos um local para nos beijarmos. Claro que fomos além, mas o interessante foi o depois: Ele me revelou que seu nome, Mario, era falso... que ele era muito conhecido na praça e não saia dando seu nome verdadeiro. Além disso, era uma espécie de pastor da igreja e cuidava da sonoplastia do local. Enquanto estávamos juntos, ele veio com um papo de ter algo mais, mas devido a diversos probleminhas de comunicação, tive que recusar. Além disso, não senti que era a pessoa ideal pra dividir algo, ainda tenho muitas pendências internas pra resolver antes de me envolver seriamente com alguém, ele foi bom para eu entender isso. Não sei se é correto pensar que prática leva a perfeição quando o assunto é relacionamento, só sei que minha experiência é zero, então os medos ainda me dominam.

Na volta do encontro com o rapaz da igreja, vi a Beata no boulevard da minha cidade. Ela estava com um grup de jovens da igreja e disfarsei para não ser visto, mas quando olhei pra trás ela vinha correndo. Nos abraçamos e ela disse estar com saudades. Comecei a imaginar o que ela diria se soubesse aonde eu estava e com quem estava...

Tomei uma decisão estranha depois do encontro: Falei ao Mario que estava enrolado com outro cara (até que estou mesmo, com o marido) e contei ao Segurança sobre ele, oferecendo-o (mercado ilegal gls). Como o cara faz o estilo do Segurança, ele aceitou e dei o telefone dele. Não sei no que deu essa história, tomara que tenham se dado bem, como estou de férias não tenho visto o Segurança.

No fim de semana seguinte, foi em uma sexta feira, falei no msn com o Thinker e ele contou que ia matar aula, me chamando para dar um rolê. E eu aceitei...