sexta-feira, 2 de julho de 2010

Pendências: Parte II: Filosofia de um garoto gay



O encontro de dois blogs. O encontro de duas ideologias. O encontro de dois mundos, dois destinos, duas vivências... Assim posso descrever o encontro daquelas mãos no Trianon Masp, Avenida Paulista, centro de São Paulo.

Após encontrar o Thinker, caminhamos até uma lanchonete conversando sobre estudos, os dele, principalmente, já que ele estuda e se esforça pra entrar em uma boa universidade. Na lanchonete, conversamos sobre família e amigos e as idéias ora eram em comum, ora divergentes, mas acho que isso vai bastante de nossa diferença de idades e vidas. Ele é do ponto de vista que ser gay não interfere nas amizades, e que muitos não precisam saber de você ou de sua interpessoalidade. Eu já me baseio na idéia de quem não te aceita, não te merece, de quem não sabe, não te conhece, de que não dizer ao mundo quem você é significa mentir a todo instante. Mas claro, cada um com seus argumentos e suas idéias. Quando eu disse que me afastei dos amigos héteros, ele achou um absurdo, rssr, mas é a verdade, foi um processo natural.

Um segredo para um encontro dar certo (analisando algumas experiências próprias) é sair com um objetivo em mente, e nisso nós falhamos. A todo momento nos perguntávamos aonde pderíamos ir, e ficamos andando debaixo do sol quente na Paulista, não foi muito agradável esse ponto. Mas o papo, ainda que as vezes travasse um pouquinho, foi bem fluente, diferente do msn, onde escrever é sempre mais fácil, mas foi legal. Até que veio aquele momento...

Encostamos na parede da estação e ele perguntou o que eu tinha achado dele. Desde sempre ele vinha me dizendo que namorar era bem difícil pra ele por causa dos estudos. Porém, se ele gostasse, iria investir. Pelo tempo que passamos juntos, pelo papo que levamos, óbvio que não daria pra sair dali namorando, e eu comecei a falar:

"Bom, acho que nossos interesses no momento são diferentes, como você mesmo disse, não está podendo namorar..."

E então ele interrompeu:

"Sim, acho melhor ficarmos só na amizade mesmo."

Ai eu parei de falar. O que eu ia dizer é que se ambos estivessem de acordo, poderíamos ter algo sem compromisso aquela tarde. Mas claro, depois da declaração dele, fiquei quieto. Lembrei também que ele sempre disse que não era de ficar sem compromisso. Por isso era provável que minha proposta seria seguida de um fora. Ainda bem que ele me interrompeu, rsrsr. No dia anterior ele disse que não me deixaria fugir como faço em meus encontros habituais, mais um motivo para eu prever que ele não estava interessado. Fiquei chateado quando ele falou:

"você deve estar louco pra ir embora, né?"

Eu respondi que não e nos sentamos, conversando mais um monte sobre família. Contou de sua família bem estruturada e eu contei da minha desajustada, um contraste bem interessante. Voltamos a caminhar e ele quis assistir um filme em um cinema de filmes bem alternativos, eu desembolsei uma grana imaginando:

"Cinema entre amigos, é óbvio!! Ele sempre disse que conseguia tudo que queria, porém, ele acabou de dizer para sermos amigos, então não vai rolar nada."

Ainda assim, fiquei imaginando se não rolaria. Só que lá no cinema, encontramos uma colega minha do colegial, uma menina chamada Mirian. Eu tentei disfarsar, afinal estava em um encontro, mas ela entrou na mesma sala de cinema que nós e quando me viu, veio até nós. Apresentei o Thinker e depois de um papo rápido, ela voltou para o rapaz que estava com ela.

E eu e o Thinkerboy assistimos o filme, comportados como dois amigos.

Saímos do cinema rindo muito com o filme, principalmente o final, muito engraçado e sem noção. O encontro acabou sendo ótimo, acho que nos conhecemos bem e não ligo de acrescentar mais um amigo à minha vida, ainda que o próprio tenha dito quase na hora de ir embora:

"Apesar de eu ter esperado mais..."

Lembro que no blog dele, li uma vez sobre s três pontos essenciais e achei muito legal. Ele considera a atração física, o bom papo e o beijo como os três pontos essenciais. Por ai já imagino por que a coisa não fluiu, kkk, meu físico de Olivia Palito não é muito atrativo, meu papo não sei se agradou e o beijo não aconteceu. Baseado nessa reflexão dele, eu criei minha lista essencial para um bom relacionamento:

Personalidade: Se não tiver personalidade, se for um emaranhado de "legal", "hmmm" ou reações previsíveis, a coisa não flui muito bem. A personalidade é o que mais me atrai nas pessoas. As que me conhecem melhor são aquelas que realmente conseguem gostar de mim, e só a demonstro quando me sinto bem confiante, quando sinto reciprocidade. É, sou chato, srsr.

Físico: Sim, em segundo lugar, o físico. Mas não o porte físico, isso é o de menos. É o que eu chamo de corpo exposto: O estilo, o destaque, que faz você ver aquela pessoa na multidão, o que faz você aproximar-se dela e querer estar com ela. Muitos me criticam por certos estilos não me agradarem e sou até chamado de fútil, mas o que eu busco é um diferencial, ainda que provavelmente eu não o tenha. Nunca tive beleza ao meu lado, logo sempre procurei me destacar por estilo, por artifícios, mas de uma forma natural, usando por que gosto. É isso que procuro na pessoa, seu destaque natural.

Beijo, pegada e ademais: Então, quando tudo isso está bom, é hora de ver se o beijo lhe faz flutuar, se você sente o mundo ao seu redor ou se estão somente os dois naquele instante, voando no espaço e tempo vazio.

No fim de tudo, valeu o encontro, valeu o dia e valeu o (espero que sim) início de uma nova amizade!!

3 comentários:

Primo disse...

Acho que estas características são importantes pra mim também. Mas ficou faltando na minha opinião o "o compromisso" de dizer a verdade se gostou ou não, se vai ser amizade ou não, se vai acabar ou não.

James disse...

Ah, depois de tudo isso,ficou subentendido, só amizade mesmo!!

Doug disse...

lugar ao sol rsrs nao vou comentar pq jah cometei rsrs


mas esse post th legal que bom que as minisseries voltaram rsrs