sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Início de ano: Parte VIII: Final: Brainstorm: Sonhos esperando



O mês de Janeiro está quase se findando. Foi um mês de muitos encontros, frustrações, desencontros e surpresas. Posso dizer que nesse mês encontrei QUASE todos os meus amigos. 

Me encontrei com o Fulando, vindo da sua terra distante para passar as férias e tivemos uma discussão no meio de uma viagem de trem. Chegamos à bizarra conclusão de que à distância nos damos melhor do que perto.

No início do filme Harry Potter e as relíquias da morte, uma cena me chocou muito. Hermione, uma das principais, apaga suas fotos dos álbuns de família e a memória de seus pais de que ela existiu, como o prenúncio de uma guerra prestes a começar. Como eu queria me apagar da existência por um tempo...

Eu e o Doug tivemos uma DR por msn na qual discutimos sobre nosso lance. Ele disse que não sentiu interesse da minha parte e dançou conforme a música. Realmente não demonstrei interesse. Ele me ofuscava demais. Por enquanto não sou nada. Sou só um coletivo de sonhos esperando se realizarem...

Minha vida amorosa tem sido nula. A ordem agora é resolver socialmente pra depois investir emocionalmente. Sem grana não dá nem pra existir hoje em dia. Compro, logo existo... Não penso assim, porém a sociedade consumista nos obriga a nos adaptar. O único programa para pessoas sem dinheiro é passeio no parque, que eu adoro, mas que não agrada muita gente. Ah, e São Paulo é uma cidade mega cultural que oferece diversos eventos também, mas pra achar é difícil.

Isso me lembra a Hayashi, uma "amiga" que brigou comigo por eu não ter grana pra sair com ela e por não gostar de me socializar com os amigos dela... Ela me visitou no portão de casa depois de eu achar que nunca mais a veria. E foi muito estranho. Não consigo fingir que tudo está bem quando não está. Essa coisa de amizade é complicada.

Essa complicação pode ser vista no filme "a rede social", chocante e épico, mostrando o criador do famoso facebook como um rapaz mesquinho que traiu o melhor amigo para ser o jovem mais rico do mundo. Adorei a ironia: O homem que criou a rede social de um milhão de amigos não tem nenhum amigo...

Tive um desencontro com o Ed no dia que fui procurar emprego na Lapa, local onde ele pega ônibus para voltar ao fim de mundo onde mora. Uma pena não tê-lo encontrado, soube que ele pintou o cabelo de roxo. Eu ia rir muito.

Assisti a animação Como treinar seu dragão... como a amizade com os animais é sincera... o filme é sensacional, quase fui às lágrimas em alguns momentos. Estou tão emotivo ultimamente... Falando em bichos, me lembro que minha cachorra está doente, preciso de grana pra levá-la ao veterinário. Minha precisão por dinheiro me levou a atitudes bem controversas a tudo que discursei no ano passado. Fiz entrevista para um sub-emprego e estou na fila de espera deles, agora estou vivendo uma bomba-relógio: Preciso arranjar emprego na minha área antes que me chamem por lá.

Eu e o Primo íamos a uma balada juntos mas devido a uns desentendimentos com o Albano, acabei não indo.

Nesse momento, vivo um dilema moral. Não posso entrar em detalhes, mas há uma coisa que se eu fizer, pode realizar um sonho que tenho, mas ao mesmo tempo, a burocratização por trás da realização desse sonho pode botá-lo a perder. Tenho que decidir se dou esse salto no escuro ou se adio o sonho em nome de sua segurança... ''Há nos negócios humanos uma corrente cujo fluxo, ao ser seguido, leva ao sucesso:Desprezado, todo o curso da vida do homem confina-se aos baixios e as tormentas" Segundo a presidente dos estados unidos na série 24 horas em sua última temporada e reta final eletrizante, essa frase da peça Julio Cesar de Willian Shakespeare significa: "É agora ou nunca", o que me faz lembrar da frase tema do filme póstumo do Michael Jackson This is It...

Eu e a Samara nos encontramos em Osasco. Ela, vinda do Piaui para passar as férias está do mesmo jeitinho da última vez que nos vimos, dois anos atrás. O passeio foi bem tranquilo, mas sem grandes novidades.

E assim vou indo, caminhando com todas as dúvidas e emoções desse princípio de 2011... em um mês está assim, que dirá em doze. Mês que vem, Nosso Lugar ao Sol faz aniversário de um aninho. Espero conseguir alguma surpresa (mas não garanto).

PS: acho que esse foi o brainstorm mais confuso que já escrevi... mas enfim, brainstorm não foi feito pra fazer sentido...
sábado, 15 de janeiro de 2011

Início de ano: Parte VII: Contraste em tons de ironia



Bom, esse início de ano tem sido um pouco corrido em vários quesitos. Estou vivendo uma corrida profissional-afetiva que eu mesmo estou estranhando. Me inscrevi em dois sites que dão sete dias gratuítos e depois cobram por cadastros de currículos (o que me revolta profundamente, já que se uma pessoa está em BUSCA de emprego, significa que ela não tem condições de pagar por tal serviço), tamanho meu desespero para conseguir alguma coisa na minha área. Qualquer coisa na verdade....

O desespero é tanto que fiz uma entrevista para uma vaga que paga menos que um salário mínimo, bastante concorrida e com vários testes. Acho que passei para a segunda fase de tão sem noção e desinteressados que eram os outros concorrentes. Um deles chegou a dizer que como defeito pessoal ele era DESORGANIZADO. Dizer isso em uma entrevista é pedir pra sair. O pior foi quando deixei o prédio. Dois dos entrevistados, ainda estudantes, falando do quanto aquele salário era abaixo do que esperavam. Imagine eu, formado na área... deveria estar mais revoltado que eles mas estava aceitando passar por aqueles testes.

Estou desanimado com o mercado de designer. Mandei mais de 100 currículos mas parece que ser formado sem estágio irá me condenar por muito tempo ainda.

Na vida afetiva, as coisas estão nebulosas. Primeiro conheci um cabeleireiro por um site de relacionamento. Conversamos bastante pela net e na virada do ano, ele me mandou uma mensagem dizendo que estava pensando em mim. Dias depois, me ligou do serviço e conversamos bastante. Mas esses papos começaram a revelar um pouco mais dele, rapaz resolvido, ganhando muito bem (comprou uma moto no fim de semana que nos conhecemos), disse até que tinha planos de morar fora no ano que vem, ou nos Estados Unidos ou na Europa.

Me afastei dele....

Fui para a balada e, dançando, vi um rapaz que começou a me encarar. Bonito, só não tinha muito corpo, magro como eu. Dancei muito perto dele, mas então ele saiu de perto e decidi não dar mais confiança. Um pouco mais tarde, ele se aproximou de novo e acabei ficando. Conversamos, ele começou a me falar dele. Tinha 25 anos, seu nome era Doug, cursando enfermagem para salvar vidas, já que sentia essa necessidade de ajudar os outros. No caminho para a estação, ele falou de sua personalidade:

"Eu sou oito ou oitenta... Quando eu quero, eu faço, quando eu não quero, não faço. Minha opinião é muito forte. A gente tem que saber o que quer de nossas vidas."

Além de se descrever, ele contou sobre suas experiências de casado por alguns anos. Falei sobre isso há uns dois posts atrás. A mãe de seu namorado o expulsou de casa e eles dividiram esse tempo juntos como um casal, uma experiência única apenas com um ano a mais do que eu.

Por Msn, ele soltou uma pequena pérola:

"Nunca me deixei envolver com cafajestes... acho que isso vai muito da minha personalidade."

Eu então espondi:

"Já eu só me envolvi com cafajestes... Será que tem a ver com minha personalidade?"

Não gosto de pessoas que se vangloriam demais pelo que são e que acham que suas experiências de vida são a coisa mais valiosa que têm. Acho que há muito mais valor em muitas outras coisas... Só preciso descobrir quais...

Bom, tomei um pouco de distância do Doug...

Através de um novo site de relacionamento, conheci um outro rapaz. Não rolou muito papo pelo MSN, mas mesmo assim arrisquei marcar um encontro. Meu instinto, ao ver as fotos bonitas dele, foi o de querer desistir de encontrá-lo, mas decidi dar uma chance e na quinta feira, lá fui eu no encontro. Marcamos de ir a um cinema na Paulista, local em que ele mora.

Chegando lá, esperei muito, até que ele chegou. Ficou um clima MUITO estranho quando o encontrei... Ele parecia não querer estar ali. Caminhei com Ronald pelas ruas da Paulista e ele disse:

"Então, acho melhor não irmos ao cinema. Não vai dar para conversarmos direito."

Concordei, já imaginando que eu não era o que ele esperava, era óbvio. Quase que falei: "Conversar o que?" considerando que ele estava mudo e eu calado. Ele também não era o que aparentava nas fotos. Nos sentamos em um barzinho da Paulista e entre silêncios hiper mega constrangedores, de quase 5 minutos ele falava de seu apartamento de aluguel de 3000 reais, que dividia pela metade com o amigo, das baladas que frequentava e de locais que não frequantava (os que eu frequento, basicamente, rs) em um papo INSUPORTÁVEL.... Pagou a conta e inventou que tinha um jantar com a irmã à noite. Eu fingi que acreditei.

Por fim, reencontrei um antigo colega que conheci em um dos grupais do Albano, o qual perguntou se eu estava solteiro, e apesar do caso do Doug, eu disse que estava. Bom, por enquanto eu ESTOU. Ele me ligou. Seu nome é Mauro, e em meio a nossas conversas ele me contou de sua experiência de 4 anos com um rapaz, de sua experiência fora do país, de tudo de bom que viveu em sua vida, trabalhando, morando só atualmente.... Tudo isso com um ano a menos do que eu.......

A moral de toda essa história é o espantoso e sombrio contraste que veio acompanhando esses homens nesse curto espaço de tempo com minha vida. Eles, bem resolvidos, vividos, cheios de história pra contar, de vida pulsante, de experiências e de independência..... e eu, formado na área que tanto acreditei, competindo em uma entrevista para ganhar menos de um salário mínimo, sem perspectiva de quando sairei de casa. É no mínimo frustrante. Não sinto inveja deles, só não os quero nesse momento em minha vida, por que comparações são inevitáveis. Olhar para mim, para minha idade, e pensar em tantas experiências que não foram vividas me frustra... Só quero paz, arranjar um emprego e ter minhas próprias vivências, cair e levantar na minha própria estrada e poder contar minha história com mais orgulhos do que lamentos. Definitivamente o ano não começou bem........
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dicas ao Sol: Igualidades, rivalidades e duplicidades



Ok, antes da polêmica do Ricky martin ser gay, eu nunca tinha parado para ouvir uma música sequer dele, nem nunca tinha visto um clip. Mas com sua revelação, ganhamos um aliado em nossa causa, o que ficou bem evidente em seu último clip.


Eu achei muito bão!!

Outro filme que me chamou bastante a atenção foi esse curta em animação...


Bem chocante e real, não?

Outra coisa que nunca fui de acompanhar é novela..... Porém, algumas me chamam a atenção e me prendem diante da tela. Uma delas voltou a passar nessa semana, O Clone de glória Peres. A novela na época foi uma grande revolução na forma de contar uma história, pois além de ser dividida em fases dentro de um espaço de vinte anos, contou com personagens cativantes, discutiu em pleno ano dos ataques às Torres Gêmeas a dualidade entre ciência e fé com diálogos inteligentíssimos e revelou ao mundo muito do que precisávamos saber sobre o mundo árabe, destruindo diversos preconceitos da época em que a maioria achava que todos eram terrorístas. Um marco!! Quem puder acompanhar de tarde (eu baixei da net, rssrs) não irá se arrepender. E pra fechar com chave de ouro tem um gostosão na abertura cheia de simbolismo, desde a música com uma letra bem complexa até as imagens espelhadas e os códigos de DNA formando o nome da trama. Pu#$&*ta trabalho de designer, rsrs.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Início de ano: Parte VI: Entre o que somos e o que viremos a ser



Continuando a minissérie "Fim de ano," só atualizando para Início de ano, é de madrugada e decidi fazer uma breve reflexão para abrir 2011. Um assunto que tratei ano passado no blog e que não sai da minha cabeça. O ponto de virada.

Todo filme, todo livro, série, toda história que pretende contar acontecimentos na vida de alguém, absolutamente tudo começa a ser contado de um ponto de virada. Ninguém quer ver a vida comum e pacata das pessoas. O importante na vida, o começo da vida é quando você deixa de ser o que você nasceu (indefeso, incapaz, inútil) e passa a ser alguém para a vida, a sociedade e você mesmo. O próprio universo foi um ponto de virada. Antes dele, o que existia é inimaginável, e o big bang ou Deus ou ambos o criaram para que ele fosse algo. O ponto de virada nos transforma de ordinários a extraordinários.

Normalmente esse ponto para os héteros "vida loka" é quando eles deixam aquela vida desregrada, cheia de salões, baladas, pegação, e criam uma responsabilidade, engravidam uma mulher, constrõem uma carreira e abandonam os velhos amigos, as motos e até seu linguajar chulo (estou sendo otimista, pois os vida loka geralmente vão pra cadeia, morrem em acidentes de moto,etc). Aos nerds, o ponto de virada é quando finalmente são reconhecidos em sua vida profissional pelos anos de dedicação a linguagens de programação e passam de vítimas humilhadas para verdadeiros e jovens líderes poderosos (o mundo é dos nerds). Cada nicho social, se assim podemos subdividí-la, tem seres humanos que sofrem seus pontos de virada e mudam quem são, como uma necessidade em suas vidas. O ponto de virada dos homossexuais acredito que seja no momento em que descobrem o amor e assumem um compromisso, deixando o "meio gay". Tomando esse blog como exemplo, eu só passei a escrevê-lo quando minha vida teve uma grande virada (eu era virgem e deixei de ser), porém isso não foi suficiente para me transformar em sujeito-homem.

O ponto de virada nos transforma e não tem volta. Nesse fim de semana conheci um rapaz na balada que, com 25 anos, já tinha morado dois anos com um homem, vivido uma vida com este, amanmdo-o e construindo algo junto. Foi uma história intensa, como ele mesmo contou, e não duvido. O ponto de virada deles foi quando a mãe de seu namorado o expulsou de casa e ele teve que se virar com o rapaz pagando aluguel para se sustentarem. O ponto de virada é um sacode na vida, é o imprevisível nos socando a cara e dizendo: "Saia da área de conforto, acorde para a vida." Coitado de quem não obedecer. Eu, que escrevo histórias, me ligo muito nesses ritos de passagem, nessas transformações que acontecem em nossas vidas.

Ano passado eu tive uma meta e consegui cumprí-la. Esse ano, nesse comecinho, sou como uma tábula rasa, estou zerado, cheio de projetos mas com uma vida em branco pronta para começar a ser escrita. Apesar de não depender de nós viver um ponto de virada, eu necessito encontrá-lo em minha vida. Eu, formado, sem emprego, cheio de planos que dependem de capital, preciso sair da área de conforto, preciso morar sozinho e preciso achar alguém que divida comigo sonhos. Que venha o ponto de virada que me transformará de quem eu sou para o que virei a ser.