quinta-feira, 29 de abril de 2010

Expose II: Armário de Segurança Máxima

Após longa pausa, volto para mais um post. Desculpem a demora, mas infelizmente os posts demorarão mais devido ao TGI cujo trabalho está sendo intenso. Após aquela decepção com o segurança, decidi que iria chegar até ele e colocá-lo contra a parede, afinal, aqueles olhares não me enganavam, ele tava a fim...

No dia seguinte, fui pra facul e no caminho fiquei imaginando minha abordagem:

"Oi, Cezar... Então... sei que você gosta de caras... pode falar. É por causa da minha preferência na cama? Pô, nem só de sexo se faz uma relação."

Muito direta...

"Oi, Cezar... Que horas você sai do serviço? Poderíamos almoçar juntos e conversar, que tal?"

Tá, eu não teria coragem pra essa abordagem também. Acabou que cheguei na entrada e passei pelo estacionamento, ele não estava. Na hora de ir embora, desci as escadas de lá também. O cumprimentei com a mão, como nunca tinha feito. E parti, sorrindo timidamente sem que saísse nenhuma palavra. Eu jamais conseguiria conversar novamente. Subitamente, voltei pelo estacionamento, fingindo ter esquecido algo, mas ele já não estava mais lá. Andei pela faculdade toda pensando em como teria aquela conversa, em como seria encontrá-lo. Mas não o encontrei. Será que ele saia naquela hora? Fulano disse pra eu tomar cuidado, pois se continuasse correndo atrás, poderia acabar sendo acusado de assédio. que exagero (?)

Passou o fim de semana. Segunda feira, decidi sair por lá. O cumprimentei de novo. Então ele puxou assunto:

"E ai, como vão as coisas?"

"Tudo tranquilo... e por aqui? É tão de boa trampar aqui, né?"

"É sim, mas você sabe... Chega uma hora que você diz já deu o que tinha que dar."

"Já passei por isso, heheh."

Peguei uma revista no balcão dele e folheei, minhas pernas estavam meio trêmulas.

"Naquele dia, no banheiro, você tava a fim, né?"

Quase engasguei com sua fala repentina. Mas criei coragem e falei:

"Tava, mas você não curte..."

"Eu já curti."

"Eu sabia, hahaha..."

Contei que ele não tinha me enganado no banheiro, que percebi a forma como ele me olhava. Até que então ele sentiu-se confortável para falar a verdade:

"Eu estou namorando há dois meses... com um cara."

"Sério?"

"Sim, e ele me fez mudar muito, eu já fui muito safado, já fiz cada coisa que até Deus duvida. Se não fosse ele eu tinha te agarrado naquele banheiro..."

Bom, depois disso conversamos abertamente sobre muitas coisas. O fato dele morar só mas o irmão morar nos fundos e já tê-lo pego no colo com o namorado, de ele quase ter terminado por que o namorado só queria ser ativo com ele, e o que mais me chamou a atenção:

"Eu gosto da solidão. Por mais que eu namore, eu gosto de ficar só, ter meu momento com meus pensamentos."

Me identifiquei muito com isso... Seríamos perfeitos um pro outro, heheh... Claro que não falei isso pra ele, mas fui embora pensando muito nisso. E pensar que no semestre passado, quando eu passava por lá, ele me olhava com olhos de solteiro, com vontades de predador. Perdi, mesmo saindo vitorioso, pois meu radar gay é infalível em todos os sentidos!! E quem sabe não tenha ganhado um bom amigo.
quarta-feira, 21 de abril de 2010

Expose I: Alerta de Segurança





Infelizmente o post que eu escrevi sobre a descoberta de mais uma pessoa sobre minha sexualidade acabou falhando, então contarei essa história futuramente. Era a primeira de duas partes com o nome Expose. Essa é a segunda.

Desde o semestre anterior da faculdade, algumas vezes eu saía pelo estacionamento (saída proibida para pedestres) para não ter que dar uma volta enorme na faculdade. Quando eu saía por aquele local, observava que um segurança ficava me observando. E a cara que ele fazia não era muito boa não. Eu ignorava, afinal pagava mensalidade (mentira, sou bolsista) e saía por onde quisesse dali. Mas o segurança era bonito, eu ficava olhando-o com certa desconfiança, sem saber por que era observado daquela forma.

Um dia, no início da semana passada, saí por lá com uns amigos. O segurança estava de pé fora do seu balcão e começou a me olhar. Então resolvi encarar. Fiquei olhando pra ele. Uma de minhas colegas viu e ficou indignada.

"Por que você tá encarando o rapaz, Rod?"

"Eu? Eu não, to me olhando no espelho aqui..." (tinha um espelho entre mim e o segurança).

Na quinta feira, terminei a prova e desci para a biblioteca para ver se havia algum TGI que eu pudesse pesquisar relacionado ao nosso projeto final. Não encontrei nada e me dirigi ao elevador. Na porta do elevador, estava o segurança, saindo de uma sala de exposição de quadros. Eu o cumprimentei, ele respondeu e foi saindo. De repente, voltou. E parou do meu lado na porta do elevador. Entramos e ele perguntou:

"Qual andar?"

"Três..."

Ele apertou. Comecei a olhar para ele, não com a seriedade de antes, mas com serenidade. Ele então deu um sorrisinho sem jeito. Descemos no três e cada um foi para um lado. De repente, pensei:

"Pro lado que ele foi, só há o banheiro..."

Voltei e subi para o banheiro. Comecei a lavar as mãos. Logo, ele saiu e a porta pela qual ele saiu bateu. Eu ri.

"Porta nervosa, hein..."

Ele riu, começou a lavar a mão do meu lado. Os olhares que trocou comigo estavam dizendo que ele estava tão a fim quanto eu. Mas eu estava com muito medo, além de nunca ter feito nada em banheiros como um valor pessoal. Mas aqueles olhares...

"Trabalha faz tempo aqui?"

"Há três anos..."

"Como é?"

"É legal... mas as vezes enche o saco."

"É, como tudo, né..."

"Você estuda aqui? Qual seu nome?"

"Rod. E você?"

"Miller."

Saímos do banheiro, e não sei por que continuei andando atrás dele, que ia com passos largos caminhando. Fomos pelo corredor. Eu tinha que conseguir chegar a meu objetivo até o fim daquela conversa.

"Você estuda o que?"

"Design..."

"Pô, eu gosto desse curso. Bem legal."

"É sim... E você, só trabalha? Ouvi dizer que quem trampa aqui pode fazer curso de graça..."

"Ah, mas eu sou tercerizado."

Descemos as escadas. Eu não sabia pra onde ele estava indo.

"Mora sozinho, Cezar?"

"Moro sim. Mas trabalho de segunda a sábado. Não é muito bom morar só."

"Ah, eu gostaria. Qual sua idade?"

Chegamos no corredor térreo.

"Tenho vinte e oito, tô ficando velho."

Bom sinal, eu pensei, vinte e oito é a idade da maioria das pessoas com que me dei bem.

"Tá nada, pra mim é uma boa idade. Tenho vinte e quatro."

"Vinte e quatro? Idade perigosa, hein..."

Dei uma risada e tinha nas mãos a oportunidade perfeita.

"Ah, mas não tenho problema quanto a isso, não, já me decidi. Sou gay mesmo."

"É?"

"Uhum."

"E faz o que?"

Essa é a famosa pergunta que adoram fazer, ATV ou PASS. Respondi a ele quase que automaticamente.

"Mas e você? É gay também?"

"Não."

"Não"? "NÃO"? Mas e aqueles olhares? E aquelas insinuações? Com certeza aquilo era mentira. Com certeza meu gosto sexual era o mesmo que o dele e por isso ele recuou na hora "H".

"Tenho uns amigos que curtem e quando sua amiga falou de você estar olhando pra mim no estacionamento, desconfiei que fosse por esse motivo. Mas não tenho nada contra."

Chegamos então ao fim do corredor.

"Vou ter que descer aqui pra pegar meu crachá. Até mais, Rod, a gente se vê."

Sai de lá com o coração disparado, sem saber o que pensar. Eu tinha me exposto por que tinha certeza que algo sairia dali. Das certezas, só restaram dúvidas. Afinal, aquele segurança foi sincero ou esconde algum esqueleto em seu armário?
sábado, 17 de abril de 2010

Sentidos




"...SALVAÇÃO
PARA OS DESESPERADOS

ESPERANÇA
PARA OS INJUSTIÇADOS
JUSTIÇA
PARA EVITAR A GUERRA
GUERRA
PARA OBTER PAZ
PAZ
PARA SE FAZER NECESSÁRIA A GUERRA

AMOR
PARA CONTRADIZER O ÓDIO
ÓDIO
PARA NOS LEMBRARMOS QUE SOMOS HUMANOS
HOMENS
MATANDO SEUS IRMÃOS
MORTE
PARA A VIDA VALER A PENA
IMORTALIDADE
PARA SONHARMOS E ESPERARMOS
SONHOS
PARA NÃO ENLOUQUECERMOS
LOUCURA
PARA DAR VALOR A PAZ DE ESPÍRITO
ESPIRÍTO
PARA SE CULPAR POR PECAR
PECADO
PARA NÃO IR ALÉM DO PERMITIDO

LEI
PARA JULGAR OS CULPADOS E INOCENTES
PRISÃO
PARA PUNIR CULPADOS E INOCENTES
TEMPO
PARA SEPARAR O FEITO DO QUE SE FARÁ
AÇÃO
PARA DESENCADEAR REAÇÃO
REAÇÃO
PARA EQUILIBRAR O UNIVERSO
UNIVERSO
PARA NOS LEMBRAR QUE SOMOS PEQUENOS

SER
PARA PENSAR E EXISTIR
EXISTÊNCIA
PARA PREENCHER A LACUNA DE NÃO EXISTIR
NADA
PARA SABERMOS QUE TUDO É ALGO
VAZIO
PARA PROCURARMOS SEMPRE PREENCHER
FELICIDADE
PARA DAR UMA RAZÃO À VIDA
JORNADA
PARA QUE NUNCA PAREMOS

GRAVIDADE
PARA NOS RENDERMOS À FORÇA
GOVERNO
PARA NOS RENDERMOS, À FORÇA
CAPITALISMO
PARA CONSUMIR E SE CONSUMIR
COMUNISMO
PARA ACHAR QUE A SOLUÇÃO EXISTE
SOCIALISMO
PARA DIZER QUE A IGUALDADE EXISTE
STATUS
PARA DIZER QUE A DIFERENÇA EXISTE
RAÇA
PARA DIZER QUE NÃO SOMOS IGUAIS
CREDO
PARA DIZER QUE DEUS NÃO É IGUAL
DEUS
PARA SENTIR E DAR SENTIDO

PARA MOVER NOSSAS MONTANHAS

OBSTÁCULO
PARA TRANSPASSAR E SE SUPERAR
SUPERAÇÃO
PARA IR ALÉM DE SI MESMO
EU
PARA ME SEPARAR DO OUTRO
OUTRO
PARA EU TER COM QUEM COMPARTILHAR
FRAQUEZA
PARA EU SABER QUE NÃO SOU O MELHOR
ERRO
PARA EU SABER QUE POSSO MELHORAR
ILUSÃO
PARA EU SENTIR QUE POSSO VOAR
FILOSOFIA
PARA ESTIMULAR PERGUNTAS
CIÊNCIA
PARA ENCONTRAR RESPOSTAS
MITO
PARA IR ALÉM DAS RESPOSTAS
HISTÓRIA
PARA APRENDER COM O PASSADO
UNIVERSO
PARA IDEALIZAR O FUTURO

AMIZADE
PARA SABER QUE NÃO SE ESTÁ SOZINHO
INIMIZADE
PARA SABER QUE NÃO SE ESTÁ SEGURO
SOLIDÃO
PARA DAR VALOR A UM ABRAÇO
SILÊNCIO
PARA SER MAIS BELA A SINFONIA

APARÊNCIAS
PARA QUERERMOS MUDAR
COMODISMO
PARA JUSTIFICAR PERMANECER
CEMITÉRIO
PARA ENTERRAR OS MORTOS
ESCRITÓRIOS
PARA ENTERRAR OS VIVOS
ENTRETERIMENTO
PARA ESCAPAR DA REALIDADE
REALIDADE
PARA AMAR O ENTRETERIMENTO
FALSIDADE
PARA NÃO ADMITIRMOS SER
INSPIRAÇÃO
PARA SENTIR A SENTELHA DIVINA
ELEVAÇÃO
PARA CHEGAR AO TOPO
QUEDA
PARA A VITÓRIA SER AINDA MELHOR

MUROS
PARA NOS SEPARAR DO MUNDO
CERCAS
PARA NOS SEPARAR DOS OUTROS
ESTRELAS
PARA ILUMINAR A NOITE
TELEFONE
PARA NOS CONECTAR COM QUEM CONHECEMOS
REDE
PARA NOS CONECTAR COM QUEM NÃO CONHECEMOS
EMPREGO
PARA HONRAR O PÃO DE CADA DIA
POLÍTICA
PARA ENRIQUECER UNS E EMPOBRECER OUTROS
SOCIEDADE
PARA NOS DOMESTICAR E CIVILIZAR
CIVILIZAÇÃO
PARA NOS DIFERENCIAR DOS BÁRBAROS

HUMILHAÇÃO
PARA NOS TORNARMOS GRANDES DIANTE DOS PEQUENOS
OPINIÃO
PARA NÃO SER DISCUTIDA
MÚSICA
PARA OUVIR E CALAR QUEM OUVE
HARMONIA
PARA QUE TODOS SE DIRIJAM A UM PONTO
PERFEIÇÃO
PARA PERSEGUIR INCANSAVELMENTE
PSICANÁLISE
PARA DELIMITAR OS SONHOS
NIILISMO
PARA PROVAR QUE RUIM PODE PIORAR
CHUVA
PARA QUE POSSAMOS SOBREVIVER
DINHEIRO
PARA QUE POSSAMOS SOBRE...VIVER

DOENÇA
PARA NOS SENTIRMOS FRÁGEIS
ESPORTES
PARA NOS SENTIRMOS FORTES
DESCARTES
PARA PENSARMOS, LOGO EXISTIRMOS
SARTRE
PARA NOS CONDENARMOS A SER LIVRES
NIETZSCHE
PARA DIZER QUE DEUS MORREU
RELIGIÃO
PARA PROVAR QUE DEUS ESTÁ VIVO

CURVAS
PARA DINAMIZAR ESTRADAS RETAS
ESTRADAS
PARA DAR VALOR AS VIAGENS
SUMIR
PARA QUE DÊEM VALOR QUANDO VOLTAR
DESEJAR
PARA CADA LUTA TER RECOMPENSA
NOME
PARA QUE DEIXEMOS DE SER NÚMEROS
NÚMEROS
PARA PROVAR QUE NEM TUDO QUE NÃO SE VÊ NÃO EXISTE
RELÓGIOS
PARA DEMARCAR O TEMPO IRREVERSÍVEL
FOTOGRAFIA
PARA REVERTER O TEMPO
MORAL
PARA JUSTIFICAR A VERGONHA DE SENTIR
LOUCURA
PARA JUSTIFICAR A LIBERTAÇÃO DO EXTINTO
RACIOCÍNIO
PARA JUSTIFICAR A PRISÃO DO EXTINTO
EXTINÇÃO
POR QUE A VIDA É ETERNA, MAS NÓS NÃO
BOMBA
POR QUE TEMOS PODER, NÃO SABEDORIA
MAL
POR QUE NUNCA SOMOS CULPADOS
BEM
PARA TRILHAR O CAMINHO DA SALVAÇÃO..."
quarta-feira, 14 de abril de 2010

Desencontros e não-encontros



Não sou bom em encontros. É uma constatação que cheguei graças a experiências não muito agradáveis, que vou compartilhar agora.



Há mais ou menos um ano, ainda trabalhava na empresa de logistica e adicionei uma colega de trabalho com a qual quase não conversava no orkut. Um ato que em nada influenciou em minha vida. Exceto por um fator: Alguns meses depois, recebi um recado de um rapaz me adicionando. Fabrício era seu nome. De amigos em comum, tínhamos essa colega de trabalho.

Conversei com ele e não sei o que deu em mim, mas perguntei sobre ele e ele confirmou que era gay. Nossa, que coincidência. Demorou o maior tempão e marcamos um encontro no shopping da minha cidade. Peguei carona com minha irmã e consegui chegar atrasado. Quando cheguei lá, ele estava um pouco chateado com o atraso. Ainda assim conversamos e foi bem legal, com direito a selinho no ônibus diante de uma criança sapeca e tudo.

Mas não rolou mais nada, Fabricio começou a namorar e eu meio que o esqueci.

Então, passou o maior tempão e o encontrei no msn. Ele tinha terminado o namoro e decidimos nos encontrar de novo. Marquei na República, onde poderíamos ficar a vontade. Mas então aconteceu uma coisa estranha devido à falta de comunicação: Fabricio morava à duas estações da minha, e marcamos na República. Ao invés dele me esperar, ele foi na frente pra se encontrar lá. Resultado: Eu que achei que o pegaria dali duas estações cheguei na República com quase uma hora de atraso.

Quando cheguei lá, ele estava muito chateado e não queria papo, andamos para cima e para baixo, sem rumo e sem papo, eu com vergonha do atraso e ele nervoso. Então, me enjuriei do clima:

"Vamos embora, vai."

Sugeri, e na estação, eu disse que ia dar uma volta. Na verdade não queria voltar com ele até sua estação. Ele partiu. Nunca mais nos vimos...

Desencanei de encontros, até chegar esse ano. Não sei o que me deu para voltar a investir nisso. Marquei um com um cara do orkut e fui com cara e coragem. Cheguei lá e esperei meia hora.... uma hora... uma hora e meia...

Foi meu primeiro bolo, e infelizmente não foi o último.

Recentemente, tive uma fase de encontros. Marquei um com um cara de apelido Kyee. Fotos bem legais no orkut, cara boa pinta. Fiquei morrendo de medo, por que em algumas parecia um modelo. O encontro foi ótimo. Conversamos a tarde toda, umas oito horas seguidas explorando cada canto de osasco, ele contou basicamente os relacionamentos que teve até então e falou bem mais do que eu. Sentamos no shopping e seu papo me fascinou. Ele não era daqueles bonitos e metidos sem conteúdo. Gostei muito. Anoiteceu, e morto de tanto andar, acompanhei-o no trem até sua estação, com vontade de fazer daquele encontro algo inesquecível. Nem rolou. Depois acabamos nos tornando amigos por msn, e acho que nem rola mais.

Meu próximo encontro foi com o Max, o qual vocês conheceram há alguns posts atrás. Não deu muito certo e atualmente nossa amizade tem mais baixos do que altos.

O encontro seguinte foi até cômico: Conheci através de um site de relacionamento gay e o cara tinha um papo moralista (clássico) de quem queria arranjar um namorado pra compartilhar. Queria coisa séria. Peguei carona com minha irmã, carona essa que selou nossos destinos (para posts futuros) e eu e o cezar nos encontramos em um mini parque próximo à casa dele. Naquele dia eu estava impossibilitado de fazer algo, devido a limitações físicas (eu tava com a boca machucada por causa do aparelho) e levamos um papo legal. Ele era bem fortão e depois de um tempo falando dos ex e de quanto ele tinha personalidade forte e era meio louco, começou com insinuações.

"Eu sou só ativo e quando pego alguém... até me descontrolo!!"

Eu estava nervoso por causa da situação, morrendo de vontade de visitá-lo em sua casa mas sem poder por causa da minha boca, mas não queria falar isso a ele.

"Sua timidêz está prendendo seu sangue no testículo?"

Perguntou, então, com um ar de revolta.

"Por que?"

"Você não está excitado como eu..."

"AAhh... rs..."

"E então, Rod... Você vai transar hoje?"

"... Não..."

Logo depois ele teve que ir. É, isso por que queria um relacionamento, cara sério esse.

Conheci então um cara na estação de trem, o Fê. Ele foi bem ousado, sentou do meu lado e começou a me perguntar algumas coisas. Trocamos telefone, simples assim, e marcamos depois pra se encontrar em osasco. Mas ali não podia rolar nada e ele pediu que eu entrasse no banheiro ao lado do dele. Entrei, meio que sem entender e saí depois de um tempo, confuso. Ele falou que achava que dava pra passar por baixo da porta. Louco por sacanagem, não fazia bem o meu tipo. Acabamos perdendo o contato, queria que eu fosse na casa dele, mas eu não quis não. Quando falei de sair para bares, etc, alegou estar sem dinheiro, mas ele trabalhava em osasco, acho que não queria nada além de sexo.

Recentemente, conheci outro cara, Roberto, naquele mesmo site de relacionamento e conversamos por telefone. Foi um papo legal e no final da noite, me ligou e pediu que eu fosse até uma estação depois de minha cidade, pois ele passaria por lá. Eu fui, sai correndo de casa. Cheguei uns cinco minutos depois do combinado e ele não estava lá.

Esperei......................

Este foi meu segundo bolo. Ele me ligou, alegando que esperou lá mas que como eu não cheguei ele partiu e disse pra marcarmos algo no dia seguinte. Quando liguei (é, eu ainda liguei) e ninguém mais atendeu. Não entendo a lógica de certas coisas, acho que para algumas pessoas é legal tirar os outros de casa e se divertir com elas sendo feitas de palhaças. Cada vez que isso acontece comigo, fico mais convencido da falta de seriedade desse universo. É triste na maioria das vezes.

Desencanei. Parei de procurar por encontros. O insussesso me dominou. Foi então que ele surgiu.

Thinker.

Um dos leitores do meu blog. Papo muito legal, procura o que rolar com direito a algo sério... senti que a coisa nele é diferente. Depois de desmarcar em um fim de semana, tudo ficou certo para nos encontrarmos no sábado. Durante o dia, deixei o celular em casa para cuidar de um caso de família e após resolvido, fui encontrar o pensador.

E esperei, esperei....

Mais um bolo? Dessa vez não. Em casa, ele me disse no msn que me ligou a tarde, pois teve uma urgência familiar e não pôde comparecer. Haviam ligações no meu celular que por não saber de quem eram eu ignorei. Então não tinha nem como.

O fato é que o incerto a tudo permeia. Não enchergo possibilidades à curto prazo em relação a homens. Uma pena. Voltando do encontro não acontecido com o thinker, comecei a pensar em me afogar nos meus trabalhos pessoais, forma clássica de sublimação, e deixar todo esse investimento de lado. Consegui por anos, mesmo não tendo sido feliz na maioria das vezes. Será que pode haver felicidade em abrir mão de algo tão essencial como o amor? Como o afeto? Não sei se quero descobrir, mas o mundo costuma querer me provar que estar só é minha única opção. Não que eu me importe em guerrear contra o mundo pra provar que ele está errado... mas às vezes cansa, às vezes depor as armas não é um sinal de fraqueza, mas de bom senso..
.

Ju... Pelos olhos da Ju




"Faz algum tempo que eu queria escrever algo, isso talvez. Não sei, na minha mente eu já escrevi tantas vezes que acho que o original era bem diferente do que está saindo agora.



A primeira vez que essa idéia surgiu na minha cabeça foi no dia do meu aniversário... Já faz quase um mês. Mas naquele dia eu estava indo ao Centro, passear com meu neguinho, comemorar o aniversário, enfim. Dentro do ônibus, ao passar sobre a ponte lá estava essa frase, é o anúncio de uma clínica de olhos, mas é engraçado como as coisas mais inesperadas chamam nossa atenção e uma maneira... A frase é simples, bem direcionada até, talvez quem a criou nunca pensou nela de maneira diferente... Talvez.

'Todas as formas de ver a vida'.

Isso pegou na minha cabeça, comecei a formular teorias e mais teorias na mente, sei lá, estava suscetível naquele dia, sempre fico, aniversário, fim de ano, meio que não consigo não ficar...
Fiquei com aquilo na mente, óbvio que o cara (ou mina rsrs) que criou aquele slogan se referia a ver concretamente, distinguir formas e cores com perfeição, curar os olhos, dar as pessoas condição de ver. Mas ver o que? Parei pensando o que significa ver a vida? De quantas formas podemos ver a vida? Comecei a observar, as pessoas ao meu redor pareciam nem ver a vida que os cercava, sim, porque a vida é muito diversa, está em pequenos detalhes com mais clareza do que nos grandes. Acho que ela se revela com mais sutileza e, no entanto, com mais força em uma formiga trabalhando no chão, em um pássaro parado sobre um muro, em uma criança brincando solitária na areia, em uma flor balançando ao sabor do vento do que em um grande aglomerado de pessoas que andam para lá e para cá, que se esbarram e nem assim enxergam as feições daqueles em quem deram o encontrão. No shopping um dia desses tinha uma mulher chorando desesperada no meio das pessoas, de um sem número de pessoas, ela tinha perdido o filhinho pequeno e precisava de ajuda para achá-lo... Um sem número de pessoas ao seu redor e nem meia dúzia se dignou a parar para acolher o seu desespero, o problema é que nem viram o seu desespero. Afinal, isso também é uma forma de ver a vida? No fim, uma das poucas pessoas achou a criança, final feliz, que bom! Finais tristes ficam melhor nos livros... O fato é que há muitas formas de ver a vida e observando o comportamento das pessoas naquele dia eu não gostei muito delas. Curioso, mas naquele mesmo dia tive uma aula de sociologia pela noite e foi ótima. No final da aula vimos umas imagens que serviriam para a composição de um trabalho, imagens fortes, imagens tristes, vidas maltratadas, olhos sem brilho, suplicantes por esperança. Tive vontade de chorar, alguns colegas davam risada... Não das imagens é claro, nem as viam, ou simplesmente elas não diziam nada... Todas as formas de ver a vida? É, acho que no fim são utilizadas poucas formas para ver a vida...
Hoje pensando um pouco sobre isso lembrei de uma outra frase que faz muito sentido pra mim, outra que ficou em mim, curiosamente no mesmo contexto, ver... Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos. Será que usamos o coração para ver as coisas, ou nos apegamos tanto aos olhos? Divagações... o que importa no fim é que usemos o coração, se não pra ver , no mínimo pra sentir, e não só amor, raiva, medo, mas para sentirmos também a brisa da vida soprando no rosto, porque a vida, essa sim precisa ser vista e sentida, mas com o coração."


Post escrito pela Ju, via Piauiiii!! Valew pequenaaaaahhh
sábado, 10 de abril de 2010

O caso Tom: Parte Final: Que o destino se encarregue...



Bom, finalmente o caso Tom chega a um fim. Um brilhante desfecho, diga-se de passagem.

Há alguns fins de semana atrás recebi a visita de um de meus quatro amigos, a quem chamarei de fulano, já que ele não quer seu nome divulgado aqui. Marcamos de sair, e depois de uns contratempos, estavamos vips na "T", a clássica. Lá, encontramos o ex-namorado do Ed, que eu sabia que pintaria por lá. Conversamos um pouco e fulano disse que ele era bonito e perguntou:

"Por que você não pega?"

Não. Era impossível. No passado, eu, Ed e Miller tivemos muitos contratempos. Comecei a me comunicar com Miller pelo gmail e o Ed, apesar de ter dito que concordava, meio que discutiu comigo por causa disso. E não, nunca havia rolado esse tipo de química entre mim e o Miller. A mais pura amizade. Acho que namorado de amigo deve ser encarado como mulher, mesmo após o término. Jamais o faria.

Curtimos a noite. O fulano não estava no pique, não queria se envolver com ninguém por causa de um rolinho que estava tendo e eu fui à luta. Dancei algumas horas, estava mesmo a fim de curtir a balada e só ficar sem compromisso nem trocar telefones. Alcancei o objetivo algumas vezes. Fiquei com quem quis ficar.

Somente um não foi alcançado.

Não sei seu nome. Não sei de onde ele é. Sei que usa boné, é um pouco mais baixo do que eu e vive na "T",conversando com caras mais velhos. Sempre nos encaramos nos cantos. Às vezes, traço metas, objetivos a serem cumpridos na minha vida. Este era um deles. Pegar aquele carinha e ver se algo mais rolava. Eu e fulano conversávamos nos banquinhos e de repente, ele surgiu. E meio que me olhando, falou:

"Oi..."

Eu respondi bem baixinho, mas então ele beijou no rosto o cara do meu lado. O "oi" não tinha sido para mim, que vergonha.

Aquela noite acabou sem alcançar a meta, apesar de todas as outras terem sido alcançadas. Sou meio desencanado em determinadas questões. Às vezes, quando estou com vontade de ficar e dou sorte que me retribuam, eu o faço, mas esses surtos são raros.

No dia seguinte, sábado, fui ao teatro com uma velha amiga que nunca citei por aqui. Não sei por que nunca falei dela. Acho que nunca surgiu oportunidade. Fomos eu, o namorado dela e o irmão dela em uma peça chamada NuConcreto, uma crítica à sociedade moderna e à globalização que vive afetando nossas vidas. Adorei a peça, adorei o sábado chuvoso, apesar de algumas insinuações com relação à homossexualidade feitas por pessoas de fora do universo que nem sonham que eu faço parte de tal contexto. Bette é minha colega (não considero amigos pessoas a quem não contei sobre mim), e por muito tempo quis contar sobre mim mas que por não sentir confiança nela, mesmo por que descobri algumas coisas que nunca sonhei a seu respeito apenas pelo seu irmão (isso por que ela se diz amiga), acabei jamais contando. Seu irmão começou a me perguntar o motivo de frases que em uma época coloquei no msn (as quais aparentavam que eu estava gostando de alguém, não lembro na época de quem foi), mas desconversei. Sei lá, não minto mais em relação ao assunto, se me pressionarem demais acabo contando, mas há um motivo importante pelo qual ninguém dessa família sabe de mim: O irmão de Bette é um dos melhores amigos do meu irmão, que nem sonha de mim. E que fique assim. Uma vez Ed viu o namorado de Bette e jurou de pés juntos que ele é gay. Mas isso é impossível... será?! Tenho uns indícios, mas nada concreto. Posso adiantar que ele é uma pessoa estranha.




Enfim, a peça foi genial, mas me senti meio mal por mentir para todos, por não poder ser eu mesmo. Não quero mais interpretar papéis nem ter que mentir para as pessoas sobre meus gostos. Por isso geralmente me afasto. E outra: São pessoas que, provavelmente quando souberem de mim, se afastarão automaticamente. Ao menos assim eu suspeito.

Encontrei o Tom, que eu readicionei no msn, online, e citei nossos encontros anteriores na "T" e na porta da "F", outra baladinha como "obras do destino". Pra que...

"Não, R, na boa, destino? Não vai querer falar de destino justo comigo, né?"

O mesmo niilista frio de antes, naquele momento me senti mal.

No domingo desse fim de semana, há quase um mês atrás, voltei à "T". Dançando na pista, avistei o Tom e nem fui até ele, desci para a pista debaixo. Encontrei novamente o garoto do boné, minha meta. Comecei a dançar bastante abaixo do ventilador, com o vento batendo em mim naquele calor insuportável. Tom desceu e começou a dançar naquela pista debaixo. Ele me viu. Veio até mim, me cumprimentou e deu a punhalada final:

"É o destino, né?"

É, com certeza era o destino. Ele continuou dançando longe de mim e então, de repente, o destino começou a movimentar suas peças.

O garoto de boné.

Tom.

Dançando.

Na mesma pista.

O garoto de boné então falou algo em seu ouvido.

Mais cochichos.

Não demorou muito, e o destino cruel se revelou.

Tom agarrou o garoto pelos braços e o levou lá para fora. Eu os acompanhei com os olhos. Eles começaram a se beijar. Estavam curtindo a noite. Minha noite acabou ali, óbvio. Meu passado obscuro e meu futuro não realizado se agarrando loucamente... Nunca tive uma noite tão chata naquele lugar. Mas o destino se encarregou de concluir o caso Tom de uma vez por todas. Acabou mesmo! Bola pra frente.
sexta-feira, 9 de abril de 2010

Prova, prova, provaaa!!!



Pessoal, estou encarando duas semanas de prova, muito estudo e pouco tempo, rsrs..... logo voltarei com novidades, tenham paciência.



PS: Prestes a ter um novo encontro, e se der certo (expectativas mantidas em nível médio, para não decepcionar ninguém) o acaso terá novamente batido as portas. Aguardemos, então.
quinta-feira, 1 de abril de 2010

A curvatura do paradoxo linear



A arte é um verbo
que conjugo no olhar
A chuva é uma música e o céu
meu maestro

Toco os lábios do chão
e o tempo se dobra em mil relógios amadurecidos
O tempo é ciência contida em uma pintura
A árvore tem frutos ocos
me observando com seus olhos azuis.

Se a arte é um verbo
vejo seus pretéritos borrados
futuros esculpidos
presentes bordados

A arte é um verbo sem regras
escrito em cadernos sem linhas
Verbo sem letras, num tempo sem relógios

Uma bala perdida
então se encontra
um corpo encontrado
a vida perde.
Jogo do destino
o beijo da morte
Jogo do destino
que encerra o forte

Golpe fatal, suspiro final
De vida não vista, de morte surpresa
O último espanto
em queda um pranto

Dor que não sente
Sangue fluente

A morte num jogo
que a vida não ganha
cruel é o destino
mão dadas com a fatalidade

Tão pré-calculado
dos anos de glória
dos anos de queda
sorriso aos dentes
coração de pedra

Um grande doutor
perdido no amor
frustrado em vida
encontrando na dor

Parado na rotina
que o fim encontra
o que nunca foi capaz de ter
nos dourados anos de inércia
finda no paradoxo do acaso