quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ju... Pelos olhos da Ju




"Faz algum tempo que eu queria escrever algo, isso talvez. Não sei, na minha mente eu já escrevi tantas vezes que acho que o original era bem diferente do que está saindo agora.



A primeira vez que essa idéia surgiu na minha cabeça foi no dia do meu aniversário... Já faz quase um mês. Mas naquele dia eu estava indo ao Centro, passear com meu neguinho, comemorar o aniversário, enfim. Dentro do ônibus, ao passar sobre a ponte lá estava essa frase, é o anúncio de uma clínica de olhos, mas é engraçado como as coisas mais inesperadas chamam nossa atenção e uma maneira... A frase é simples, bem direcionada até, talvez quem a criou nunca pensou nela de maneira diferente... Talvez.

'Todas as formas de ver a vida'.

Isso pegou na minha cabeça, comecei a formular teorias e mais teorias na mente, sei lá, estava suscetível naquele dia, sempre fico, aniversário, fim de ano, meio que não consigo não ficar...
Fiquei com aquilo na mente, óbvio que o cara (ou mina rsrs) que criou aquele slogan se referia a ver concretamente, distinguir formas e cores com perfeição, curar os olhos, dar as pessoas condição de ver. Mas ver o que? Parei pensando o que significa ver a vida? De quantas formas podemos ver a vida? Comecei a observar, as pessoas ao meu redor pareciam nem ver a vida que os cercava, sim, porque a vida é muito diversa, está em pequenos detalhes com mais clareza do que nos grandes. Acho que ela se revela com mais sutileza e, no entanto, com mais força em uma formiga trabalhando no chão, em um pássaro parado sobre um muro, em uma criança brincando solitária na areia, em uma flor balançando ao sabor do vento do que em um grande aglomerado de pessoas que andam para lá e para cá, que se esbarram e nem assim enxergam as feições daqueles em quem deram o encontrão. No shopping um dia desses tinha uma mulher chorando desesperada no meio das pessoas, de um sem número de pessoas, ela tinha perdido o filhinho pequeno e precisava de ajuda para achá-lo... Um sem número de pessoas ao seu redor e nem meia dúzia se dignou a parar para acolher o seu desespero, o problema é que nem viram o seu desespero. Afinal, isso também é uma forma de ver a vida? No fim, uma das poucas pessoas achou a criança, final feliz, que bom! Finais tristes ficam melhor nos livros... O fato é que há muitas formas de ver a vida e observando o comportamento das pessoas naquele dia eu não gostei muito delas. Curioso, mas naquele mesmo dia tive uma aula de sociologia pela noite e foi ótima. No final da aula vimos umas imagens que serviriam para a composição de um trabalho, imagens fortes, imagens tristes, vidas maltratadas, olhos sem brilho, suplicantes por esperança. Tive vontade de chorar, alguns colegas davam risada... Não das imagens é claro, nem as viam, ou simplesmente elas não diziam nada... Todas as formas de ver a vida? É, acho que no fim são utilizadas poucas formas para ver a vida...
Hoje pensando um pouco sobre isso lembrei de uma outra frase que faz muito sentido pra mim, outra que ficou em mim, curiosamente no mesmo contexto, ver... Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos. Será que usamos o coração para ver as coisas, ou nos apegamos tanto aos olhos? Divagações... o que importa no fim é que usemos o coração, se não pra ver , no mínimo pra sentir, e não só amor, raiva, medo, mas para sentirmos também a brisa da vida soprando no rosto, porque a vida, essa sim precisa ser vista e sentida, mas com o coração."


Post escrito pela Ju, via Piauiiii!! Valew pequenaaaaahhh

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