quinta-feira, 1 de abril de 2010

A curvatura do paradoxo linear



A arte é um verbo
que conjugo no olhar
A chuva é uma música e o céu
meu maestro

Toco os lábios do chão
e o tempo se dobra em mil relógios amadurecidos
O tempo é ciência contida em uma pintura
A árvore tem frutos ocos
me observando com seus olhos azuis.

Se a arte é um verbo
vejo seus pretéritos borrados
futuros esculpidos
presentes bordados

A arte é um verbo sem regras
escrito em cadernos sem linhas
Verbo sem letras, num tempo sem relógios

Uma bala perdida
então se encontra
um corpo encontrado
a vida perde.
Jogo do destino
o beijo da morte
Jogo do destino
que encerra o forte

Golpe fatal, suspiro final
De vida não vista, de morte surpresa
O último espanto
em queda um pranto

Dor que não sente
Sangue fluente

A morte num jogo
que a vida não ganha
cruel é o destino
mão dadas com a fatalidade

Tão pré-calculado
dos anos de glória
dos anos de queda
sorriso aos dentes
coração de pedra

Um grande doutor
perdido no amor
frustrado em vida
encontrando na dor

Parado na rotina
que o fim encontra
o que nunca foi capaz de ter
nos dourados anos de inércia
finda no paradoxo do acaso

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