sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Porque diversão também é preciso


O próximo a surgir em minha vida foi um puto. Aconteceu no início de 2012. Como eu disse, existe um ciclo no qual me encerrei, e do qual não consigo sair. Me decepciono com os putos, procuro alguém pra me entregar pro amor, me decepciono e recorro aos putos. 

Seu nome era Michael, um puto do site de pegação que pouco frequento. Marquei com ele de nos encontrarmos em uma noite, porém fiquei receoso e tentei desmarcar, ligando para ele. 

 "Escuta, Rud. Sou um cara bem prático, curti seu perfil, mas se não quiser hoje, de boa." 

Acho que ouvir a voz dele me deixou mais confortável, e fui pro encontro, quase as 20:00 da noite de sábado. Quase nunca ia para encontros tarde da noite, por questão de segurança. 

Na república, marquei com ele na saída da estação, e depois de esperar um pouco, seu carro parou, e eu saltei para dentro. Quando olhei pro cara, que no site não expunha seu rosto, apesar de exibir um corpo gostoso, quase tive um treco. Era lindo, como um modelo. Durante nossa busca por um motel, fomos conversando, e o papo fluiu muito bem. Apesar de saber que só rolaria sexo, não seria Fast foda como no caso do Batista, e eu estava empolgado. Nos beijamos no carro, o que achei bem excitante, e ele colocou minha mão dentro de sua calça, onde pude brincar um pouco com o instrumento.

 Após quase duas horas, chegamos a zona oeste de sampa, em uma rua somente de motéis. Não sei ao certo que lugar era aquele. Entramos no quarto, e tivemos uma noite bem empolgante. 

Na saída do hotel, Michael, que tinha bebido um pouco, jogou a chave na minha mão, e pediu que eu dirigisse seu carro pela, evitando o risco dele ser parado e multado na estrada. Era um automático, o que facilitou meu trabalho. Guiei o carro até entrarmos na Castelo Branco, onde ele assumiu o controle. Nosso papo foi muito agradável e ele me deixou há uns quinze minutos de casa. Ele era realmente lindo, arrisco dizer que o mais bonito com quem estive. 

E, com minha insegurança falando mais alto, nunca mais tornei a ligar nem nos falamos.
sábado, 10 de novembro de 2012

Nem tudo está perdido... ainda


Depois do trauma da quase fast foda, conheci uma pessoa que realmente valeu a pena. Odisseu.

Esse rapaz, também conheci no site de relacionamento que costumo entrar, se revelou uma pessoa bacana. Marcamos de nos conhecer na República. Tivemos um papo agradável, e eu contei que não estava a fim somente de sexo, pois tive experiencias bem tensas com relação a isso e não devemos negar nossa natureza. Ele também não queria somente sexo. Dito isso, depois de muito rodeio, fomos pra um motel.

Tivemos uma noite muito gostosa e agradável. Depois do acontecido, olhei pra ele enquanto se vestia. Fiquei admirando aquele rapaz, simples, bonito sem exageros, corpo em formas naturais, sem precisar tirar nem por. Não sei o que me deu, avancei e o beijei. Senti que dessa vez tudo poderia dar certo.

Nosso segundo encontro foi na Paulista, nos encontramos e caminhamos, conversando sobre muitas coisas. Fomos ao parque Trianon masp, e sentados, nos encostamos um no outro e ficamos conversando sobre antigos relacionamentos. Ele demonstrou ter os mesmos medos que eu. Falamos de doença, e de se cuidar, e ele começou a procurar no celular um posto de saúde ali próximo pra gente fazer um exame rápido. Não encontrou nenhum, e fomos ao shopping, conversando juntos por algumas horas. Depois, comemos no mac, e ele viu um ex dele, demonstrando um pouco de tristeza. Falou um pouco de sua família e eu da minha. Estávamos nos aproximando cada vez mais, e eu estava gostando daquela simplicidade.

Para nosso terceiro encontro, marcamos de nos ver no Tatuapé, e caminhamos conversando por lá. Foi bastante agradável, e eu só pensava em pedir pra ele para irmos no motel que parecia me chamar ali perto, porém ele me levou a uma estrada perto do shopping e ficamos nos beijando ali. Muito gostoso. Alguns carros passando começaram a mexer conosco, e achamos melhor partir.

Mas então, como é minha vida, e não um conto de fadas, o declínio começou.

Odisseu fazia faculdade na época, e eu tentei diversas vezes marcar algo com ele, mas sem sucesso. Ele nunca podia. E o pior, suas mensagens de celular eram sempre coisas vagas, sem nenhum aprofundamento, sem curiosidade sobre nada. E essa falta de atenção me fez desanimar. Desabafei por SMS com ele, e decidimos terminar, já que ele estava vivendo em um período muito conturbado e corrido. Em sua última mensagem, me escreveu.

"Você me marcou muito e vou guardar você no meu coração quebrado, não tenha dúvidas disso."

Olhei pra mensagem, e sem dó, deletei, sem respondê-lo...
 
Isso foi no final do ano passado... Atualmente Odisseu está namorando, claro.

domingo, 4 de novembro de 2012

Odisséia do Menino Devasso: Parte Final: Contra a natureza


Fiquei devendo o fim dessa minissérie, e acho que foi isso que mais me travou pra continuar escrevendo. Os fatos são de mais de um ano atrás, então não tem muito sentido ser extremamente detalhista. Aconteceu que me deparei com um rapaz, de nome Batista, em um site de relacionamento (eu como sempre cometendo os mesmos erros). Durante as mensagens que trocamos via SMS, contei a ele um pouco de mim, e falei da minha experiencia de ser dominado por um cara (como narrada na primeira postagem dessa minissérie). Ele achou bacana e prometeu fazer o mesmo.

Na Paulista, encontrei com ele e sem muita conversa, entrei em seu carro. Tentamos conversar durante o percurso, até mesmo pra quebrar a tensão. Entramos em um motel bacana e saímos do carro, deixando os RGs na entrada. Subimos as escadas, e me dirigi ao banheiro. Quando sai de lá, ele estava nú na cama, e olhei com estranhesa. Eu sou adepto das preliminares, de tirar a roupa aos poucos, beijar muito pra entrar no clima...

"Tira sua roupa."

Ele pediu, e eu, com receio, o fiz, adentrando na cama. Percebi que ele se esquivou de me beijar, e tentei entrar no clima, mas sexo sem intimidade não era meu forte. Me segurou forte, me mandando chupá-lo, e eu levantei da cama às pressas.

"Espera... isso tá estranho..."

Falei, e ele me agarrou de volta, levando minha cabeça a seu pau. Me recusei novamente, e ele tentou me virar. Evitei, empurrando-o, e falei que o clima não estava legal.

"Ok... fazer o que... se você não curtiu, por que viemos aqui?"

"Não sei..."

Respondi, constrangido, enquanto ele se vestia.

"Você deu sorte que sou de boa, poderia não ter dado tanta sorte assim..."

Saímos do quarto a menos de dez minutos depois. Fui em silêncio por todo o trajeto, e ele me deixou na porta da estação de trem. Foi embora sem olhar pra trás. Essa foi minha maravilhosa experiência de fast foda. Literalmente "fast". Sentei na porta da estação, admirando as pessoas a toda velocidade entrando e saindo da estação. Nunca me senti tão só, tão envergonhado e tão sem saber o que queria. Só queria sumir. Eu não podia ser o menino devasso, afinal.

Quis chorar, e não consegui...
segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Saudoso Fim dos Tempos


"Há um fluxo nas coisas dos homens que ao seguir a correnteza, leva fortuna, mas omitidos a viagem de suas vidas ficam envolvidas em sobras e desgraças, esse mar imenso que navegamos e devemos seguir a corrente, ganhando ou perdendo o desafio diante de nós." (Ricardo Soares Barros)

Faz quase um ano que não publico por aqui, provavelmente quem acompanhava minha jornada abandonou esse navio... peço desculpas a todos por não ter dado satisfações ou mesmo um final decente ao Nosso Lugar ao Sol. E tanta coisa aconteceu, ainda que pareça que nada aconteceu. Minha vida parece estacionada, enquanto a necessidade de mudar grita dentro de mim. Minhas dúvidas existenciais perduram, e não, não encontrei, nem passei perto do meu Lugar ao Sol nesse mundo.


Com a iminência de mais um fim de mundo prestes a chegar, dessa vez predito pelos maias, em quem confio mais do que em Nostradamus, é impossível não se deixar levar pelo devaneio da possibilidade do fim. Ah, o fim, o que é pior em se pensar sobre o fim, é que ele me faz sentir confortável depois de tudo. Sempre tive medo do fim, mas de como será, e não de seu acontecimento em si. E no 
período em que estou vivendo, de total inércia, não seria dispensável o fim. Pensar nele me conforta. Não quero ser pessimista, estou apenas colocando as cartas na mesa, e não há nada que me prenda a essa vida. Não há paixão avassaladora, nem força intrínseca que me faça querer viver, sobreviver e lutar. Tenho um projeto pessoal que dura anos e que as vezes penso que se ele não der certo não terei nada. E dependo da sorte pra que ele dê certo, de uma grande conspiração universal acontecendo. Será que essa muleta pode me sustentar por muito tempo? E o pior, não quero depender apenas de um objetivo, pois se ele se cumprir, o que me restará?


O amor ainda perdura em seu enigma, quase inexplicável... quase como um unicórnio, fugindo de mim, nunca se manifesta. Ah, amor, onde está você? Vivi um ano seco, frio, sem carinho, me entreguei a caprichos da vida em busca de realizar prazeres ocultos, e não 
passei vontade em nenhum deles. Experimentei, e voltei ao princípio. Sim, voltei pra cá, onde um dia recebi conforto de pessoas que sempre gostei de dialogar. Estou perdido, em um deserto onde não há sol. Procurei o amor, sem sucesso, e meu coração continua quebrado e sem remendo. Não esqueço antigas paixões, e reencontrei algumas. E mais decepções surgiram, como de praxe. Eu não entendo como uma pessoa pode continuar no mesmo ciclo por tanto tempo. Avaliando esse um ano que estive fora... são os mesmos problemas, a mesma alma doente e triste que lhes escreve. Por que não consigo mudar? Por que não posso experimentar o amor, em sua forma suprema? O amor é pra mim um grande mistério, como Deus, que não entendo, e nem ouso querer entender.


Um ano se passou, e nunca a necessidade de mudar gritou tanto dentro de mim. A vida parece toda errada. Mas pensando no copo "meio cheio", surge dessa necessidade de mudança interior algo bom. O que seria de nossas vidas, se tudo permanecesse? O que seria de nós, se não houvesse mudança? Temos tendencia a detestar que as coisas mudem. Mas do jeito que estou, não posso continuar. A jornada continua, o objetivo é encontrar meu lugar, ainda que ele mude nos tempos que virão. Será a profecia maia o fim, ou apenas uma grande mudança no mundo e na vida de seus residentes, como uma necessidade do próprio curso do mundo em se renovar, assim como todos nós? Que venha o fim do mundo, porque não tenho nada a perder.... estou pronto.