sábado, 15 de janeiro de 2011

Início de ano: Parte VII: Contraste em tons de ironia



Bom, esse início de ano tem sido um pouco corrido em vários quesitos. Estou vivendo uma corrida profissional-afetiva que eu mesmo estou estranhando. Me inscrevi em dois sites que dão sete dias gratuítos e depois cobram por cadastros de currículos (o que me revolta profundamente, já que se uma pessoa está em BUSCA de emprego, significa que ela não tem condições de pagar por tal serviço), tamanho meu desespero para conseguir alguma coisa na minha área. Qualquer coisa na verdade....

O desespero é tanto que fiz uma entrevista para uma vaga que paga menos que um salário mínimo, bastante concorrida e com vários testes. Acho que passei para a segunda fase de tão sem noção e desinteressados que eram os outros concorrentes. Um deles chegou a dizer que como defeito pessoal ele era DESORGANIZADO. Dizer isso em uma entrevista é pedir pra sair. O pior foi quando deixei o prédio. Dois dos entrevistados, ainda estudantes, falando do quanto aquele salário era abaixo do que esperavam. Imagine eu, formado na área... deveria estar mais revoltado que eles mas estava aceitando passar por aqueles testes.

Estou desanimado com o mercado de designer. Mandei mais de 100 currículos mas parece que ser formado sem estágio irá me condenar por muito tempo ainda.

Na vida afetiva, as coisas estão nebulosas. Primeiro conheci um cabeleireiro por um site de relacionamento. Conversamos bastante pela net e na virada do ano, ele me mandou uma mensagem dizendo que estava pensando em mim. Dias depois, me ligou do serviço e conversamos bastante. Mas esses papos começaram a revelar um pouco mais dele, rapaz resolvido, ganhando muito bem (comprou uma moto no fim de semana que nos conhecemos), disse até que tinha planos de morar fora no ano que vem, ou nos Estados Unidos ou na Europa.

Me afastei dele....

Fui para a balada e, dançando, vi um rapaz que começou a me encarar. Bonito, só não tinha muito corpo, magro como eu. Dancei muito perto dele, mas então ele saiu de perto e decidi não dar mais confiança. Um pouco mais tarde, ele se aproximou de novo e acabei ficando. Conversamos, ele começou a me falar dele. Tinha 25 anos, seu nome era Doug, cursando enfermagem para salvar vidas, já que sentia essa necessidade de ajudar os outros. No caminho para a estação, ele falou de sua personalidade:

"Eu sou oito ou oitenta... Quando eu quero, eu faço, quando eu não quero, não faço. Minha opinião é muito forte. A gente tem que saber o que quer de nossas vidas."

Além de se descrever, ele contou sobre suas experiências de casado por alguns anos. Falei sobre isso há uns dois posts atrás. A mãe de seu namorado o expulsou de casa e eles dividiram esse tempo juntos como um casal, uma experiência única apenas com um ano a mais do que eu.

Por Msn, ele soltou uma pequena pérola:

"Nunca me deixei envolver com cafajestes... acho que isso vai muito da minha personalidade."

Eu então espondi:

"Já eu só me envolvi com cafajestes... Será que tem a ver com minha personalidade?"

Não gosto de pessoas que se vangloriam demais pelo que são e que acham que suas experiências de vida são a coisa mais valiosa que têm. Acho que há muito mais valor em muitas outras coisas... Só preciso descobrir quais...

Bom, tomei um pouco de distância do Doug...

Através de um novo site de relacionamento, conheci um outro rapaz. Não rolou muito papo pelo MSN, mas mesmo assim arrisquei marcar um encontro. Meu instinto, ao ver as fotos bonitas dele, foi o de querer desistir de encontrá-lo, mas decidi dar uma chance e na quinta feira, lá fui eu no encontro. Marcamos de ir a um cinema na Paulista, local em que ele mora.

Chegando lá, esperei muito, até que ele chegou. Ficou um clima MUITO estranho quando o encontrei... Ele parecia não querer estar ali. Caminhei com Ronald pelas ruas da Paulista e ele disse:

"Então, acho melhor não irmos ao cinema. Não vai dar para conversarmos direito."

Concordei, já imaginando que eu não era o que ele esperava, era óbvio. Quase que falei: "Conversar o que?" considerando que ele estava mudo e eu calado. Ele também não era o que aparentava nas fotos. Nos sentamos em um barzinho da Paulista e entre silêncios hiper mega constrangedores, de quase 5 minutos ele falava de seu apartamento de aluguel de 3000 reais, que dividia pela metade com o amigo, das baladas que frequentava e de locais que não frequantava (os que eu frequento, basicamente, rs) em um papo INSUPORTÁVEL.... Pagou a conta e inventou que tinha um jantar com a irmã à noite. Eu fingi que acreditei.

Por fim, reencontrei um antigo colega que conheci em um dos grupais do Albano, o qual perguntou se eu estava solteiro, e apesar do caso do Doug, eu disse que estava. Bom, por enquanto eu ESTOU. Ele me ligou. Seu nome é Mauro, e em meio a nossas conversas ele me contou de sua experiência de 4 anos com um rapaz, de sua experiência fora do país, de tudo de bom que viveu em sua vida, trabalhando, morando só atualmente.... Tudo isso com um ano a menos do que eu.......

A moral de toda essa história é o espantoso e sombrio contraste que veio acompanhando esses homens nesse curto espaço de tempo com minha vida. Eles, bem resolvidos, vividos, cheios de história pra contar, de vida pulsante, de experiências e de independência..... e eu, formado na área que tanto acreditei, competindo em uma entrevista para ganhar menos de um salário mínimo, sem perspectiva de quando sairei de casa. É no mínimo frustrante. Não sinto inveja deles, só não os quero nesse momento em minha vida, por que comparações são inevitáveis. Olhar para mim, para minha idade, e pensar em tantas experiências que não foram vividas me frustra... Só quero paz, arranjar um emprego e ter minhas próprias vivências, cair e levantar na minha própria estrada e poder contar minha história com mais orgulhos do que lamentos. Definitivamente o ano não começou bem........

5 comentários:

Stênio disse...

Calma amigo, calma... A realidade é essa, continue aí na luta... Você ainda há de encontrar o seu lugar ao sol. Vida de recém formado é barra... Mas basta você conseguir o primeiro trabalho, depois fica mais tranquilo... Confie em você mesmo...
E quanto aos amores, bom, logo você encontra um cara que te preenche, alguém por quem você não vai se sentir julgado, de tempo ao tempo...
Abraços e cuide-se!

Junior disse...

Meu anjo,meu raio de luz,que desespero é este???Pergunte p eles se estes fatos vieram porque eles quiseram,é claro que n!!!Esta é a vida,onde tudo se toma forma ao decorrer da viajem neste mar infinito,tudo há de ocorrer com sua devida naturalidade,como diz o velho ditado: "DE TEMPO AO TEMPO."Bjos se cuida.

James disse...

Stenio

Como diria um amigo meu: "Eu só preciso de um sim." O único problema é que levar um milhão de "nãos" acaba nos desestruturando. Como posso confiar e acreditar em mim se a resposta do mundo é sempre negativa? Não há auto-estima que sobreviva. E isso se reflete em minha vida afetiva, onde eu sempre serei a parte frágil, dependente e incapaz de tomar decisões...

Yossef

Desespero é o que melhor me descreve nesses últimos dias. Muitos fatos não vem nas nossas vidas por que queremos, mas sim por que lutamos e batalhamos. Infelizmente as batalhas que travei até agora só contabilizo derrotas, e isso me deixa muito mal. E não é fácil dar tempo ao tempo quando sua família,seus relacionamentos e a sociedade lhe cobram resultados imediatos.... Estou pirando, rsrs.

Valew pelos votos dos senhores, mas meu buraco é BEEMM fundo e cada vez mais escuro....

Stênio disse...

Ei amigo, só agradecendo pela visita... Quero dizer que estamos aí, esse ano vai valer a pena para ambos, e no fim deste, estaremos os dois rindo de tudo o que nos ocorreu...
Abraços e cuide-se


ps.: Todo mundo fala para você dar tempo ao tempo, já percebeu?? rsrsrsrs
Vai ver, é isso mesmo que você tem que fazer...
;)

James disse...

Né, Stenio, também acho, KKKKKK.....