segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Início de ano: Parte VI: Entre o que somos e o que viremos a ser



Continuando a minissérie "Fim de ano," só atualizando para Início de ano, é de madrugada e decidi fazer uma breve reflexão para abrir 2011. Um assunto que tratei ano passado no blog e que não sai da minha cabeça. O ponto de virada.

Todo filme, todo livro, série, toda história que pretende contar acontecimentos na vida de alguém, absolutamente tudo começa a ser contado de um ponto de virada. Ninguém quer ver a vida comum e pacata das pessoas. O importante na vida, o começo da vida é quando você deixa de ser o que você nasceu (indefeso, incapaz, inútil) e passa a ser alguém para a vida, a sociedade e você mesmo. O próprio universo foi um ponto de virada. Antes dele, o que existia é inimaginável, e o big bang ou Deus ou ambos o criaram para que ele fosse algo. O ponto de virada nos transforma de ordinários a extraordinários.

Normalmente esse ponto para os héteros "vida loka" é quando eles deixam aquela vida desregrada, cheia de salões, baladas, pegação, e criam uma responsabilidade, engravidam uma mulher, constrõem uma carreira e abandonam os velhos amigos, as motos e até seu linguajar chulo (estou sendo otimista, pois os vida loka geralmente vão pra cadeia, morrem em acidentes de moto,etc). Aos nerds, o ponto de virada é quando finalmente são reconhecidos em sua vida profissional pelos anos de dedicação a linguagens de programação e passam de vítimas humilhadas para verdadeiros e jovens líderes poderosos (o mundo é dos nerds). Cada nicho social, se assim podemos subdividí-la, tem seres humanos que sofrem seus pontos de virada e mudam quem são, como uma necessidade em suas vidas. O ponto de virada dos homossexuais acredito que seja no momento em que descobrem o amor e assumem um compromisso, deixando o "meio gay". Tomando esse blog como exemplo, eu só passei a escrevê-lo quando minha vida teve uma grande virada (eu era virgem e deixei de ser), porém isso não foi suficiente para me transformar em sujeito-homem.

O ponto de virada nos transforma e não tem volta. Nesse fim de semana conheci um rapaz na balada que, com 25 anos, já tinha morado dois anos com um homem, vivido uma vida com este, amanmdo-o e construindo algo junto. Foi uma história intensa, como ele mesmo contou, e não duvido. O ponto de virada deles foi quando a mãe de seu namorado o expulsou de casa e ele teve que se virar com o rapaz pagando aluguel para se sustentarem. O ponto de virada é um sacode na vida, é o imprevisível nos socando a cara e dizendo: "Saia da área de conforto, acorde para a vida." Coitado de quem não obedecer. Eu, que escrevo histórias, me ligo muito nesses ritos de passagem, nessas transformações que acontecem em nossas vidas.

Ano passado eu tive uma meta e consegui cumprí-la. Esse ano, nesse comecinho, sou como uma tábula rasa, estou zerado, cheio de projetos mas com uma vida em branco pronta para começar a ser escrita. Apesar de não depender de nós viver um ponto de virada, eu necessito encontrá-lo em minha vida. Eu, formado, sem emprego, cheio de planos que dependem de capital, preciso sair da área de conforto, preciso morar sozinho e preciso achar alguém que divida comigo sonhos. Que venha o ponto de virada que me transformará de quem eu sou para o que virei a ser.

3 comentários:

Junior disse...

Rud estou torcendo muito por vc.Espero que neste ano vc consigua cumprir com seus ideais,suas metas,pense bem e vc conseguira achar a saída p o encontro do melhor.Mesmo aqui em Itu-tão longe mas tão perto-cruzo os dedos p q o bem,a fortuna a sorte sejam mais visivéis a vc.Bjos se cuida,e vê c n demora tanto p blogar!!!Bjos

Stênio disse...

Sua maneira de pensar encanta, mas sua análise social chega a ser assustadora de tão perfeita...
Olha, enquanto cultivar esse pensamento e essa capacidade de raciocínio, você vai longe, e de quebra ira divertir a todos com os seus encontros e desencontros...
Agora tome cuidado, uma coisa muito triste acontece com aqueles que tem o do de enxergar através as coisas, está acontecendo comigo... Quando podemos ser de algum diferencial, quase sempre o mundo se manifesta de alguma maneira através de nós, e isso assusta... Quase comos se perdessemos nossa identidade para nós mesmos...
Continue sua busca, que nós continuamos no seu blog...
Abraços!!

James disse...

Yossef: Valew pelos votos, cara... Olha, conheço uma pessoa de Itu, mas ai é bem grande, né, você nem deve conhecer. Vou tentar postar mais, mas é que dependo de acontecimentos pra postar, heheh.

Stênio: Hey, valew pela análise, cara, é realmente assustador enchergar demais às vezes... Como tudo na vida, há seus pontos positivos e negativos. O negócio é a gente conseguir equilibrar os prós e contras, hehe.