terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O chamado da liberdade...



"As nuvens são passageiras desse trem chamado céu.
Eu sou um passageiro desse expresso chamado vida. E ultimamente comecei a pensar na vida como um expresso. Daqueles que partem com hora marcada, independente se você já entrou ou não. Meu expesso partiu sem mim. Ultimamente tenho sentido a angústia de abandonar o expresso no meio do caminho. Sinto a tristeza de deixar naquele expresso pessoas com quem convivi por uma longa jornada. Sim. Eu desci, e o expresso seguiu viagem. Todas as redes sociais que criei por aquele caminho agora se desfazem aos poucos. Algumas mais intensas com certeza permanecerão. Outras, porém, demonstram um resultado já previsto. Não podemos manter o mundo parado. O MUNDO GIRA SEM NÓS.
Morremos. Pessoas nascem. Deixamos o expresso naquela estação mas sermos facilmente substituidos por outros. O tempo não para. O tempo continua correr mesmo se pararmos nele. É egoismo demais querer que o mundo pare por que nós o deixamos? Minha vida é um projeto. Sempre foi um projeto, uma expectativa do que virá a ser. Quando o projeto está perto da concretização, eu o torno mais difícil para poder continuar no projeto. Assim minha vida nunca será uma prática, mas somente um planejamento do que a vida deve ser.

Eu sinto a vida partir sem mim. Sinto que a vida não precisa de mim para continuar. Sinto-me triste por não ser fundamental à vida. Deixo que o expresso me deixe. Me dediquei tanto a deixar o expresso que quando o deixei, minha vida perdeu a tal necessidade de dedicar-se. Sim, padeço da necessidade de dedicar-me a algo que roube-me o tempo e a alma. Algo que me prenda a uma razão. Minha viagem acabou mas os créditos não subiram. Estou vivendo no depois de tudo. Ninguém quer ver o filme depois dos créditos finais. Pagamos por ser livres. Mas estamos tão reclusos na máquina desse mundo que a vida perde o valor quando nos libertamos. A LIBERDADE É A MAIOR DAS PRISÕES, POR QUE A DESPADRONIZAÇÃO É O CHOQUE DA UNIDADE COM O COLETIVO.
Me dói ser o coadjuvante. Me dói não ser necessário na história."

Escrito por mim, algumas semanas depois de sair de meu último emprego.

1 comentários:

Curinga disse...

Lamento pelo teu emprego !

Ao ler esse post, me lembrei muito de um existencialista francês, que gosto muito,que dizia: "Estamos condenados a liberdade" Jean Paul Sartre.

Se não o conheces, fica a sugestão. Abraço.