domingo, 14 de fevereiro de 2010

O caso Tom: Parte I: Namoro



Sábado, véspera de feriado de carnaval, tive um dos momentos mais assustadores de minha vida. Eu literalmente achei que iria morrer. Nossa, mal comecei o blog e já acontece uma história emocionante. Legal!!

Mas para falar dessa história, antes tenho que chegar até ela. E o modo como devo fazer isso é apresentando o "Caso Tom".

Tom. Estudante de filosofia. Eu o conheci na balada que mais frequento até hoje. Para não arranjar problemas, à chamarei de "T". Sempre que posso vou à "T", apesar de que ultimamente o local está muito decadente, cheio de grupos pré formados e ataque da "febre do Hetero", que é como chamamos a invasão deles ao nosso espaço. Uma vez, eu estava na fila da "T" e então, na minha frente, avistei aquele cara. Seu sorrisinho me encantou. Não resisti, e lá dentro lhe apontei um refrigerante. Ao invés de vir beber, ele veio e me tascou um beijo. Ai ficamos. Mas na época, eu não curtia nem entrar na pista de dança, e ele queria muito dançar. Eu o deixei ir, e algumas horas depois, o vi com outro cara, saindo da pista e beijando do lado de fora. Nossa, foi uma decepção muito grande, por que eu realmente havia gostado do cara. Mas fazer o que, fui embora sozinho pra variar.

Mas não acabou por ai. Depois de mais ou menos uns quatro meses (não lembro o tempo exato), eu estava na T de novo e o avistei poir lá. Ele passou me olhando e eu fiz cara feia, principalmente por pensar que ele já havia me esquecido e tava tentando me cantar de novo. Ele então sentou no banco do meu lado e falou

"Desculpa. Você me conheceu em um momento conturbado da minha vida e eu acabei não te dando o devido valor."

Subimos para a pista superior e ele me abraçou por trás. Eu me derreti todo e lá fui novamente. Dessa vez ficamos a noite toda e ele nem foi dançar, quis ficar só comigo. Mas nessa época eu já tinha aprendido a curtir a pista de dança e dançamos juntos.

Durante mito tempo da minha vida, eu tive vontade de namorar sério, e dividi esse pensamento com o Tom ali mesmo. Ele então, surpriendentemente me disse: "Você quer tentar?" Isso foi na mesma noite que nos reencontramos. Eu aceitei. Fomos embora juntos, passamos de mão dadas (que perigo) pela paulista, sem ligar muito para o mundo. Conversamos em um papo que fluia. Pessoa rara esse Tom.

Durante a semana seguinte, eu encarei o cotidiano de alguém que estava namorando. Não olhava para os homens ao meu redor, não fertava com ninguém e sempre nos falávamos carinhosa e rapidamente no telefone. Foi uma relação legal. Ainda na mesma semana, eu, já desempregado, fui almoçar com ele e nos encontramos na república. Um filósofo era tudo que eu precisava, afinal meu sonho sempre foi me aventurar no ramo do questionamento e do pensamento. Mas a mesma filosofia que nos uniu, acabou por nos atrapalhar. Ele me contou sobre sua filosofia de vida baseada no Niilismo.

"Eu não acredito em nada que não seja palpável. Não acredito no amor, vivo apenas o momento. Nesse momento estamos juntos, mas nunca poderemos saber o momento seguinte."

Sua sinceridade em relação ao amor acabou com minha visão sobre Tom. Como me dedicar a alguém que não acredita no amor? Como confiar em alguém para quem só o momento importa? Fui para casa com muita reflexão, e quando contei do meu namoro para os amigos, todos me julgaram precipitados. Um deles chegou a dizer que eu estava forçando um namoro apenas para não ficar sozinho. Que mal havia nisso?!

Bom, eu estava na casa da Hayashi quando ele me mandou uma mensagem: "Você não me curtiu muito, não é?" Sabe daquelas mensagens que a pessoa manda só pra ouvir você negando e dizendo o contrário?! Pois é, mas eu aproveitei a brecha pra tacar a bomba: "Precisamos conversar." Era o começo do fim...

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