quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Primeira vez: Parte I: Loirinho boyzinho



A primeira vez é inesquecível, bem como dizem. No meu caso, a jornada foi longa e exaustiva. Nunca havia feito sexo com um homem, e sendo homossexual, durante muito tempo de minha vida isso foi tudo que eu quis. Devido á minha idade sem ter compartilhado contato físico com outro cara, eu me achava um alienígena, achava que tinha algum problema. Como pode, alguém querer algo e não conseguir? A coisa simplesmente não fluía, o desespero me acompanhou durante muito tempo. Tentava, exaustivamente, sem sucesso. No início de 2010, decidí que faria antes dos 24 anos. Faço aniversário em março, então três meses seria meu prazo definitivo. Narrarei aqui a corrida contra o tempo até chegar no apse e no desfecho dessa saga. Não foi nada fácil.

Começou no fim de 2009, em dezembro. Como sempre, teve início na "T", minha balada preferida. Aprendi a dançar um pouquinho e vivia me aventurado na pista de dança; Ali era o local em que os lances casuais aconteciam. Quando não havia uma chance de conhecer alguém que quisesse um bom papo e quem sabe rolasse alguma química, era só ir para a pista e esperar alguém que logo aparecia. Rola o beijo e cada um para seu canto. Às vezes faz bem, mata a necessidade, mas não gosto, não me sinto bem comigo. Não sou assim, não quero uma vida casual. Só de vez em quando caio na tentação. E naquela noite de dezembro, lá estava eu. Perto de mim, dançava um carinha muito bonito. Depois de um tempo se encarando, não deu outra. Começamos a nos beijar e a pegação foi intensa. Depois de uns vinte minutos lá, aos beijos e amassos, perguntei seu nome. Pablo. Eu peguei na mão dele e disse:

"Vamos lá fora."

"Pra que?"

"Quero conhecer você..."

Ele soltou da minha mão, sorriu para mim e disse:

"Eu... vou ali... Depois eu volto."

Obviamente eu já sabia o que aquilo significava. Ele jamais voltaria. Mas eu fui tolo. Conhecia as regras da pista de dança. Casual, não compromisso. Ainda assim, me senti mal. Desci a escadaria para a segunda pista e sentei em um dos banquinhos. Me senti miserável. O ano logo ia virar e eu, com 23 anos, não era capaz de atrair nenhum homem para perto de mim e nem de conquistar ninguém. 23 anos, sozinho no mundo. A vida é injusta. Faltavam quinze minutos para as 11 da noite, horário máximo para sair daquela matinê sem perder o último trem. Subi para a pista de dança. Estava de blusa, fazia frio naquela noite. Ali, próximo à entrada da pista, decidi tomar as rédias do meu humor. Disse para mim mesmo: Não vou permitir ficar triste agora. Comecei a dançar. Não sei dançar, imagino o quão desengonçado estava, com raiva de mim por estar com raiva daquele mundinho gay de casualidades e descompromissos. Dancei até não aguentar mais. Foi então que, ao meu lado,avistei um boizinho loirinho e de olhos verdes, desses que você olha e pensa: "Legal, nunca vou pegar um desse na vida." Tirei minha blusa, estava com uma regata branca por baixo, quase nunca saio de regata, só quando estou com blusa. O loirinho, ao ver aquela regata, descontrolou-se e se jogou nos meus braços. Foi uma surpresa pra mim, considerando que eu só dançava e que sua beleza era acima dos padrões. Que beijo perfeito era aquele? Depois de uns cinco minutos, puxei ele para o lado de fora.

"Desculpa, tenho que ir embora mas passa seu telefone agora!!" Falei, cheio de decisão, nem eu me reconheci. Ele passou, entre beijos, pegou o meu também. Disse que também ia embora e subimos juntos. Conversamos, caminhando juntos até a estação de trem. Ficamos de nos ligar e trocamos msn também. Fiquei esperançoso. Era aquela chance que pedi aos céus de conhecer alguém em quem eu sabiamente investiria. O nome dele era Leonard. E eu decidi que iria ter minha primeira vez. Era agora ou nunca.

1 comentários:

Anônimo disse...

Tive a sorte de manter um relacionamento com um Homem diferente dos padrões do "mundinho gay".2 anos. Realmente é incrível, como vejo nesse mundo , a leviandade sendo tão comum quanto pipoca em cinema!

Bom , te desejo boa sorte e que valha a pena!