quinta-feira, 18 de março de 2010

Reflexões sobre a impessoalidade





A vida é tão involuntária.
A vida é tão cuspida, escarrada.

Ah, a vida é tão insuportavelmente viciante que deveria se ter tratamento pra se livrar do vício da vida.

A morte é tão inconveniente.

A vida é tão impessoal. Tão obrigatória. Não escolhemos nascer, não escolhemos nosso nome, não escolhemos crescer. Crescer, viver, morrer, sonhar.

Somos um emaranhado de automatismo impessoal.

A morte é tão estraga prazeres.

Tão aliviante, se nada mais for além dela.

Não acredito no inferno. Acredito no divino, mas acima de tudo na bondade do divino, não na punição que possa existir no além. Não acredito no ser humano, nem na bondade da maioria deles. Somos inteligentes, e por isso falhos. Somos conscientes. Somos livres.

Liberdade mascarada de um sistema que nos prendeu, ainda que livres sejamos.

Acredito que o mal exista.

O mal é originado da distorção da mente humana. É natural, ainda que cruel como uma doença.

Um vício.

A vida é então, cruel em sua essência.

A crueldade do homem é uma resposta.

Podemos ser salvos?



Nascemos condenados.
Vivemos perdidos.
Morremos sozinhos.




Ainda que acompanhados...

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