sábado, 6 de março de 2010

Primeira vez: Parte VI: O acaso vai nos proteger...



As coisas não estavam indo muito bem na minha busca. A busca em si pela mudança já não me animava mais. Então, praticamente desisti de minha meta. Entramos em fevereiro, e em um dia como outro qualquer, entrei em meu orkut gay só para ver se tinha algum recado como sempre fazia. E lá estava um recado de um cara. Jovem, cabeludo, sem camisa, foto diferente, mandando um oi ou coisa do tipo. Sem nenhum compromisso, respondi, já que não curto muito cabeludos. E fiquei de boa. Então, nos dias seguintes, recebi mais um recado adicionando. Perguntei coisas básicas como "de onde era" e logo já veio o msn para conversarmos melhor. Sua foto do perfil mudou, mostrando um cara bem diferente daquele primeiro cabeludo. Um cara de cabelo liso, corpo legal e tal. Adicionei no msn e em uma tarde nos encontramos, acho que era quinta feira.

Basicamente ele morava a oito horas de sampa, mas naquele fim de semana viria resolver alguns assuntos na capital, ficaria hospedado na Paulista. Contei o básico sobre mim, inclusive que não tinha muita experiencia e gostei daquele cara. Meio que no acaso nos conhecemos. Trocamos telefone e ele disse que no fim de semana me ligaria para nos encontrarmos. Mas eu senti que estava indo com muita pressa, sei lá. Enfim, era só um encontro, ninguém precisaria fazer nada que não quisesse. Dessa vez, decidi mudar a estratégia. Não contei nada ao Will e ao Ed, deixaria acontecer naturalmente. Na sexta feira, eu e Hayashi fomos a uma reunião com uma amiga dela que tinha planos para abrir um negócio conosco, algo bem ousado na verdade e o encontro foi legal, apesar de termos conhecido duas figuras curiosas que também fariam parte da equipe. Nessa, contei à Hayashi do que eu iria fazer amanhã, sabadão. Ela, como sempre, apresentou-me suas preocupações de eu realizar esses encontros, mas eu já a conhecia, ela se preocupava com minha gaylife em si. Will me ligou e estranhamente perguntou se havia algo que eu não queria lhe contar. Eu estava louco para contar mas não abri minha boca, deixaria tudo em segredo até acontecer!

No dia seguinte, acordei com uma estranha expectativa. Eu e Carlos, o rapaz da net, combinamos que se nos curtissemos, teríamos a noite no hotel. Sou inseguro por natureza, então acordei a mil. Ao meio dia, ele me mandou uma mensagem do ônibus, era um longo tempo de viagem, aquilo estava me deixando muito ansioso. Finalmente, às seis da tarde, ouvi pela primeira vez sua voz pelo celular, achei legal, não era como muitas vozes de caras com quem eu me encontrava, um quesito completo. Combinamos de um encontro às 8 da noite. Ele mudou o local do hotel, não seria na Paulista mas sim na República. Fiz os preparativos, disse à minha mãe que ia dormir fora e curtir aquela sexta feira, ela nem falou (muito). Fui, cara e coragem. Cheguei na estação e ele estava lá. Quando o vi, achei um pouco diferente das fotos que estavam meio embaçadas. Saímos da estação, conversando um pouco, caminhamos até o largo do Arouche e mostrei a ele a rua gay do local. Paramos na frente de um barzinho, aquele em que fiquei com o Leonard. Ele contou ser professor de filosofia, contou de alguns casos interessantes de sua vida, eu fiquei ouvindo bastante interessado. Ele não era um padrão de beleza, mas gostei dele. Tinha um papo legal, 27 anos e parecia mais jovem, só o que estragava era o cabelo "tigelinha". A foto inicial do cara cabeludo era dele com 17 anos, ainda bem que cortou, ficou melhor. De repente, surgiu um cara que conheci na baladinha uma vez, o qual olhei a noite toda, mas ele nem deu bola, sempre andando com um colega. O mais estranho é que o colega dele sempre me olhava e cochichava algo, o que fazia o outro olhar em minha direção. Aquela enrolação repetiu-se ali também, e Carlos reparou que eu olhei na direção deles. Contei o fato e ele então disse:

"Quase beijei você quando eles passaram. Mas nunca beijei em público assim."

Eu olhei para ele intrigado e me aproximei.

"Então essa vai ser sua primeira vez também."

Eu tomei a iniciativa, beijando-o. Me lembrei, inevitavelmente, do beijo do Leonard que demos ali naquele mesmo lugar. Mas era tempo de superar tudo aquilo. Era tempo de seguir em frente.

"Nossa, você não sabe o quanto eu esperei por isso. Via suas fotos no orkut, sem acreditar. Você é mais do que eu pensei que fosse."

Não sabia se aquilo era para conseguir o que ele queria, mas tomei minha decisão diante daquele bar. Quando ele me chamou para ir ao hotel, ainda receoso eu respondi:

"Vamos!"

2 comentários:

Ratio X disse...

COnta logo... rsrs abro todo dia o blog pra ver noticias novas...

abracao

James disse...

hahaha, é, eu gosto de narrativas lentas, muita gnt já falou que sou muito devagar, rs... mas infelizmente tem muita correria na facul,postarei menos aqui, mas não deixarei de postar, fiquem tranquilos