quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Dicas ao Sol: Como sobreviver a uma OBI (Relatos de um sobrevivente)



Bom, ultimamente tenho presenciado muitas pessoas com problemas em relação às famosas OBIs, aquelas pessoas que surgem em nossas vidas e que nos tornam pessoas mais felizes, mais motivadas... e de uma hora para a outra nos torna obcecados, doentes e dependentes delas. A coisa piora quando essa pessoa, que só de abrir um sorriso nos derrete e só de falar ilumina nossas vidas vazias não pode ficar conosco, justificando através de vários subterfúgios como "sou hétero", "creio em Deus", "somos amigos demais pra estragar tudo". Eu já passei por isso e você leitor já deve ter passado. É triste. MASSS eu sou um sbrevivente. Isso mesmo, eu sbrevivi e uma OBI em minha vida. E vou contar como.


Minha OBI era uma pessoa difícil, mas tinha dentro dele um lado bom. Ele era o famoso pegador, o bonzão, típico mano cheio de gírias e trejeitos, o "vida loka". Mas por detrás dessa máscara, eu via sua necessidade de ser notado pelos caras que moravam perto da casa dele, um rapaz que pegava tantas garotas mas que não se satisfazia com nenhuma, em busca de um rumo na vida, mas preso no destino da maioria daqueles peões que trabalhavam comigo na empresa onde o conheci. Enfim, um derrotado em pele de vitoriso descolado. Por ver além de sua carapaça, eu tive esperanças. E cada sorriso, cada vez que ele me chamava pra acompanhá-lo, cada bincadeira que fazíamos, cada vez que ele falava um de meus palavrões pessoais (eu invento palavrões pra não falar os verdadeiros, hehe) eu me derretia. Eu simplesmente FLUTUAVA perto dele...

Só não saímos da empresa no mesmo dia por que ele tinha estabilidade devido a um acidente que sofreu (com a moto). Ainda assim, toda vez que ele entrava na net, eu ia falar com ele no MSN (nem sempre sendo bem tratado). Quando deletou seu orkut, eu fiz de tudo pra descobrir se ele tinha outro. Salvei todas as suas fotos no computador. Ficava esperando ele ficar online, e quando ficava, eu ficava que nem um urubu na carniça.

Além de ter quase me oferecido pra fumar maconha com ele, cheguei no fundo do poço quando ele me ligou dizendo que tinha roubado números de documentos da empresa em que trabalhamos e queria que eu falsificasse tais documentos trocando fotos e números de RGs para utilizar no ROUBO de motos....... e eu quase aceitei!!! Liguei pra ele para dizer que aceitava mas ele tinha conseguido de outra forma. Chegar ao ponto de quase cometer um crime pela pessoa era o fim. Então comecei a reavaliar minha condição e aceitei que estava doente.

O processo de eliminação da OBI é lento, já aviso. Comigo foi lento, e doeu bastante. Mas sobrevivi.

1. O primeiro passo é o desapego, e provavelmente é o que mais machuca. A ÚNICA forma de se desapegar é mantendo distância. Convivência não deixa a OBI morrer. Então afaste-se.

2. Vá cortando outros tipos de contato como Orkut e MSN. Diminua a frequência de conversas, demore para responder as mensagens até que a pessoa perceba que você não é mais o mesmo. Assim, perceberá que deve te tratar de forma diferente, pois aquele antigo dependente livrou-se dele.

3. Deletar de sua vida é a parte mais triste do processo. Livrar-se de vez do telefone, MSN e Orkut, até que mais nada reste, somente a lembrança. Suas fotos também devem ser deletadas assim que possível. Tão difícil quanto deletar é deixar a pessoa lá na lista de contatos e vê-la entrar e sair e parar pra pensar: "Puxa... eu superei." É perigoso, pois se ele vier a falar algo, pode trazer vários sentimentos à tona e isso pode ruir todo o trabalho. Mas vale a pena superar. Hoje essa é minha situação. Ele fica on, e eu ignoro. Ainda não consegui deletar as fotos, mas hoje às vejo como as de amigos, não mais como antes (que ficava meia hora olhando em cada foto, admirando cada pedaço do rosto e desejando estar junto e.... Deixa pra lá).

Não sei se essas dicas ajudam, só sei que é um processo BEEEM lento e é preciso se atentar às recaídas, resistir a cada vontade que surgir de sequer falar com a OBI, pois qualquer palavra trocada pode ser um retrocesso. Vençam suas OBIS, pois sem elas a vida pode brilhar menos, os pássaros podem não cantar, o despertar do relógio pode ser penoso e o caminhar pode ser cansativo. Enfim, dias ensolarados podem ser envoltos de sombras e escuridão quando elas não estão presentes... MAS... NÓS SOBREVIVEMOS!!!

1 comentários:

Anônimo disse...

Valeu RUD!!!
Valew por dividir sua experiência PERIGOSA. Que bom q vc pulou fora...
Na hora de falar e pensar pra mim tá tudo certo, mas afirmar isso e agir e lidar com os meus sentimentos tá osso... Tô aprendendo...
PRIMO