domingo, 12 de dezembro de 2010

Fim de ano: Parte II: Momento de glória



Cheguei duas horas mais cedo para montar o lap top no anfiteatro e ensaiar com meu grupo. Não tivemos muito tempo para o ensaio, pois os outros grupos chegaram para testar. À medida que os minutos avançavam, eu ia ficando mais tenso. Treinei ensaiando junto com a Beata e logo chegou um rapaz de outro grupo, o que fez eu ficar bem nervoso. Se com uma pessoa eu ficava assim, imagine quando chegassem todos os prometidos...

Porém, acabou que, tirando aqueles que estudaram conosco que eu chamei (incluindo o Jé, uma figura peculiar, que eu sempre achei que era gay mas que ficava só vendo pornografia hétero nos computadores da facul), ninguém mais veio. Nem segurança, nem ex, nem marido, nem Kevin do trem.... nem meu irmão foi. A Hayashi selou o fim de nossa amizade não indo também. E confesso que fiquei aliviado. Se algum deles fosse, eu ficaria muito nervoso.

Antes de começar a apresentação, a Beata pediu que nos abraçássemos em grupo e o fizemos, como uma equipe quase que pela primeira vez. E com as energias de todos, vestindo a camiseta da nossa obra, idealizada por mim, a apresentação começou.

Após a Beata, eu falei. Contei uma sinopse da história, apresentei personagens, rascunhos, produção, plano de comunicação, site, links de internet... e por fim, uma animação de 12 minutos produzida inteiramente por mim.

Após a animação, fomos aplaudidos. Finalmente acabou. Ficamos face a face com a banca, e defendi meu trabalho de seus argumentos, de forma equilibrada e inacreditável, como nunca pensei que eu pudesse fazer. Aquele foi meu momento de glória. Minha professora orientadora me abraçou e me elogiou, dizendo que meu medo era à  toa. Fechamos a vida universitária, viramos uma página da história.

No sábado, fizemos um amigo secreto com a maior parte da turma da facul, e até que foi legal. Eu que pensei que seria um daqueles eventos em que as pessoas ficariam com falsidade... Mas foi bem interessante, apesar das piadas homofóbicas que sempre tem entre os homens machões, das quais não ri para nenhuma.

Não tem muito o que alongar desses últimos acontecimentos. Já tive uma crise pós-término de facul, meu humor nesses dias está péssimo, já fiquei eufórico e grilado com o futuro... Enfim, vivo um período de estranhamento, de chegar em casa e não ter que ajustar detalhes de um projeto. Isso é preocupante.

Nesses anos de vida universitária, vivi os mais perturbadores dilemas. Tinha o dilema de trabalhar em logística e de ter que escolher se ficava ou partia... O dilema de, se conseguisse um emprego, não ter tempo de produzir o TGI, e o pior deles: Para arranjar emprego, precisaria de cursos... e para fazer cursos, precisava trabalhar. Mas como fazer curso, trabalhar e estudar na facul? A lição que eu tiro da vida universitária não poderia ser pior: "A vida te encurrala, e você precisa saber desencurralar. E se você não souber, vai aprender na marra. Ah, se vai."

2 comentários:

sinner disse...

Caro Rud,

meus parabens pelo termino bem-sucedido de faculdade... mas uma coisa me deixou um tanto intrigado: a ausencia das pessoas na apresentaçao...

quando defendi meu mestrado, foram tantas pessoas (umas 50) que a sala nao cabia mais e foi preciso interromper a apresentaçao para aumentar o numero de cadeiras...

ja em uma especializçao que fiz, era somente eu e os tres membros da banca... nesse dia eu me perguntei o quao importante seria aquele momento para todas pessoas que eu convidei, seja amigos, colegas de trabalho ou familiares... é muito triste nao ter ninguem para bater palmas no fim da apresentaçao, ou mesmo desejar parabens...

sei que para muitos alunos, sobretudo na graduaçao, quanto menos pessoas melhor na apresentaçao do tcc, eu ja acho o contrario... quando uma pessoa se dispoe a ir assistir algo que ela nem domina nem tem interesse, mostra o quanto de fato ela tem consideraçao pelo individuo...

bem, ainda assim desejo-lhe muita sorte nessa nova etapa de sua vida...

ate mais

sinner

James disse...

Bom, Sinner, pra você ver quantas pessoas ingratas conheço. ^^

Fora a família, que eu realmente não quis que fosse, todos os assim ditos amigos deram uma desculpa qualquer (apesar da maioria trampar e eu saber que é difícil quando não se trata de nossos interesses), mas na boa, eu nem liguei pra isso, viu. O número passava de 50 pessoas, muitos desconhecidos, muitos da turma de designer da noite que eu chamei e vários familiares dos meus companheiros de grupo. Mas é a vida, nunca esperei que ninguém fosse, logo os que foram é lucro.

Isso me lembra uma frase que escrevi outro dia e que as pessoas ficaram indignadas mas é a pura verdade:

"Espere o pior das pessoas e talvez você se decepsione menos. Talvez....."