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sexta-feira, 16 de setembro de 2011
O fim de uma saga
E aconteceu que, como todos sabem, eu e o Tyler, vulgo "Marido", estávamos trabalhando no mesmo local, por coincidência ou ironia do destino. Nesse ínterim, fiz amizade com uma bela moça, Sunshine, que sentou-se ao meu lado (ela era da equipe do segundo andar, mas veio fazer um trampo no local, e nos tornamos amigos com facilidade). Ela também tornou-se amiga do Tyler, e em uma festinha de confraternização de aniversariantes do mês, eu o encontrei. Ele apertou minha mão, olhando nos meus olhos, e depois saiu. Fiquei observando-o de longe, de amizade junto a outros que eu desconfiava serem gays do setor de cima. Como eu podia ser tão deslocado naquele lugar? Todos pareciam ter um lugar. Até a Sunshine tinha sua equipe.
Um dia fui lanchar com a Sunshine e o Tyler surgiu. Conversamos um pouco. Falaram sobre o show da Katy Perry e eu fiquei na minha. Como a Sunshine podia ser tão cega de não ver que ele era gay? E como ele podia ser tão hipócrita e ficar tão na defensiva? Um ar de tensão ficou pairando entre nós três. A Sunshine me contou que o Tyler tinha lhe dito que se ela não namorasse, ele a pediria. Eu devia ter dito: “É, ele diz isso pra todos...”
Algumas vezes o yler foi no meu
local de trabalho e eu (tonto) ficava esperando ao menos um cumprimento. Nem
isso acontecia.
Então, os meses se passaram, e
fiquei sabendo que o contrato do Tyler iria vencer, tal como o da Sunshine,
ambos temporários. Fiquei triste principalmente por ela. Minha única
companheira. Ela conseguiu destacar-se nos últimos dias e continuar efetiva na
empresa, mas Tyler não teve a mesma sorte.
Alguns dias antes do fim para o
Tyler, eu voltava do banheiro e ele surgiu no corredor.
“Ei, estou indo almoçar, quer
vir?”
Perguntou, e eu me lembrei de
todas as chances que ele teve de me fazer aquele convite e do quanto insisti
para que acontecesse.
“Não, vou mais tarde.”
Ali, me libertei...
No dia do Tyler partir, ele foi
ao meu setor. Despediu-se de sua amiga no local, e nem olhei para ele. Ele
partiu sem nem olhar para mim. Assim, terminou aquele sonho de uma pessoa
inocente. Eu sempre acreditei em suas palavras enquanto era online e irreal.
Mas então, quando tornou-se real, vi a verdade de uma pessoa muito mal
resolvida emocionalmente. E me vi nele. Mas ao contrário dele, ao menos não
minto mais pra mim.
O último resquício de um romântico
esperançoso morreu com aquele adeus silencioso. Chegou a hora de nascer um Rud
prático, desprovido de sentimentalismo. Assim é o mundo gay. Frio, carnal e
mentiroso, e preciso sobreviver nele...
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