sexta-feira, 11 de março de 2011

Caminhos cruzados: Apresentando: Aquele que não podia ser encontrado



A vida é mesmo muito engraçada, cheia de embaraços, um "castelo de caminhos cruzados" (ótimo livro), um emaranhado de entrelaços cósmicos estranhos e bizarros. Aquelas certezas no interior do poço parecem elucidar-se lá do fundo da escuridão do esquecimento, querendo voltar. Sim, a vida é mesmo uma batalha entre os destinos invisíveis se digladiando numa arena dentro de nós. Os últimos acontecimentos, um deles em especial, selaram os últimos tempos de minha vida com chave de ouro.

Tudo começou no ano passado, quando fui na turma da noite e vi um rapazinho em um dos grupos de designer que achei muito lindinho. Convidei ele e seu grupo para assistirem minha apresentação de TCC e eles foram, foi bem legal.

Voltando ao presente, decidi nã ficar em casa esperando a segunda feira de carnaval, na qual eu trabalharia (injustamente, porém sem nem ligar, já que estava muito empolgado pra começar) e ir à "B" (cansei da "T") me acabar na pista. Fui à balada e quase me perdi pra chegar lá, mas consegui. Aguardei a entrada na fila e entrei. Foi bem legal a balada, inclusive o show que teve, dos quais não sou fã, foi bem interessante, assisti inteiro e curti. Em um momento do show, vi do outro lado do palco um rapaz. Quando vi, fiquei encantado. Ele me deu umas olhadas do outro lado do palco, meio desconfiado, e fiquei olhando sem parar. Então, me bateu uma dúvida:

"Eu conheço esse rapaz!"

Fiquei encafifado. Quem era ele? Eu lembrei de sua fisionomia de algum lugar. Após o término do show na pista principal, fui para a pista mais tranquila e sentei no sofá, ficando de boa. O rapazinho apareceu naquela pista também e ficou conversando com um amigo. Foi então que eu recordei.

Sim, era o designer da turma da noite.

Mas não tinha certeza. Será que era ele? Fiquei intrigado o resto da noite, e até nos cruzamos de novo, mas ele meio que virou a cara... deixei quieto. Fui embora pensativo: A balada foi boa, mas acho que tenho problemas com balada, pois não me acabo de dançar como a maioria e saio de lá faltando algo. Que careta eu sou....

Bom, cheguei em casa e só me restava esperar o dia seguinte, primeiro dia em um emprego novo com tudo novo de novo. E o medo de novo também. Só o que eu queria é parar de aprender. Tive um mês de aprendizado no teleatendimento e agora terei novos processos de aprendizagem. Isso cansa. Não que esteja reclamando, só estou observando.

Dia seguinte, fui pra nova empresa. Ansioso, empolgado, temeroso. Seria o único novato na equipe, o único a entrar, conhecer um grupo já formado. Bateu a insegurança natural. Cheguei e esperei até encontrar uma mulher da qualidade, Katia, que me levou para conhecer a equipe do estúdio que fica em uma porta ao lado da operação, com uma porta de metal escrito "Somente pessoal autorizado". Me senti importante. Conheci a equipe que dali em diante dividiria experiências (na verdade, por ser feriado, só tinham dois da minha equipe, de webdesigners, mais três da equipe de vídeo e fotografia e mais duas da equipe de multimidia, todos dividindo o mesmo espaço, o estúdio. Os rapazes foram bem hospitalheiros com minha chegada, mas não fiquei por lá muito tempo. A Katia fez questão de me levar ao terceiro andar para conhecer a equipe de produção, que trabalha em conjunto com os designers (sempre quis dizer "os designers" incluindo-me na equipe, em voz alta, hehe). Agradecerei a Kátia por toda minha vida por esse tour.

No andar de cima, conheci a equipe de produção, conheci a equipe de qualidade (com um rapaz que achei muito gato) e caminhei para a terceira fileira, do pessoal responsável por livros. O primeiro rapaz girou a cadeira e meus olhos encararam sua face. Nossas mãos se cumprimentaram, selando uma resposta à pergunta que ficou aberta há tempos. Como um flashback de filme, me veio à mente a primeira conversa que tive com aquele rapaz encantador pelo msn, com o qual combinei de me casar, e que depois ficou me mandando mensagens por diversos meios de comunicação como orkut, sms... rapaz que morava na mesma cidade que eu e que, no fim das contas, acabei nem me encontrando, achando ser apenas uma relação ilusória, um produto de minha imaginação. Vocês, caros leitores, se lembram de Tyler? O também chamado aqui no blog de "marido"? Pois é... ele existe. E naquele instante único, apertamos as mãos, saindo faíscas dos olhos mediante nosso reconhecimento imediato. Destinos cruzados, afinal...

Continuei cumprimentando as outras pessoas, esquecendo nomes, esquecendo fisionomias e Katia se sentou comigo explicando o sistema da empresa, mas suas palavras pareciam estar em outra lingua, eu a via falando e não estava entendendo, eu só conseguia pensar naquela troca de olhares, naquele destino selado, naquele instante.

Descemos, e de tarde, após o almoço, mandei mensagem no celular do Tyler, perguntando se era ele que eu tinha conhecido na empresa. Não obtive resposta. O restante do dia foi aprender o que eu ia fazer dali em diante. Mecher no Mac é um desafio à parte e vendo os rapazes mechendo no Photoshop, vi que terei que ralar pra chegar ao nível deles. O desafio será grande. Cheguei em casa, mandei mensagem pelo orkut ao Tyler. Nada de resposta também. Comecei a ficar irritado. Afinal, era ele ou não era?

Desisti de correr atrás. Tyler sempre foi um rapaz reservado, e eu acredito que ele não iria querer ter contato comigo na empresa, o que poderia, na cabeça dele, revelar seu segredo ou algo do tipo. Decidi deixar pra lá.

No dia seguinte, finalmente conheci a equipe toda de trabalho, todos me zoaram por começar no feriado e foi legal. São 7 webdesigners, mais eu e a supervisora, Andréia, amiga do meu irmão que fez a entrevista. Sentei ao lado dela, que começou a ensinar os processos. Aos poucos estou pegando bem. Ela me levou para o andar superior pra conhecer a chefia e passei na fileira do Tyler. Não olhei para ele, só de canto de olho, e ele estava vitrado no computador. Descemos, e voltei a trampar de boa. No fim da tarde, recebi uma mensagem dele:

"Você não recebeu meu sms pelo jeito, não é?"

Respondi que não, e ele disse que tentou mandar aos meus dois celulares. Disse que não recebi nada e pedi que ele reenviasse o que tinha mandado. Não obtive resposta. Enviei mais duas mensagens e nada. Isso me deixou irritado de novo. Pedi à minha supervisora pra me deixar ir me desligar do teleatendimento no dia seguinte e ela deixou, mas eu ainda teria que ir trabalhar a tarde.

No trem, indo para a empresa, mandei uma mensagem sincera ao ex-marido:

"Olha, cara, na boa, não quero atrapalhar sua vida. Sou um cara bem discreto como você, mas vou respeitar se não quer ter contato comigo. Desejo tudo de bom pra você, não vou forçar a barra. Só queria te conhecer em nome da amizade que um dia tivemos. Boa sorte ai, man..."

Não deu nem cinco minutos, recebi uma mensagem dele falando que queria almoçar comigo mas que não respondi as mensagens dele, pedindo que eu não fizesse o que ameassei (tá vendo como pressionando as mensagens dele chegam?). Ele combinou de almoçarmos juntos amanhã. Realmente esse é um dos períodos mais compensadores de minha existência, mas não tenho expectativas com o rapaz, procuro nesse instante uma boa amizade com ele. Já chega o quanto fomos precipitados no início da relação. Agora é esperar pelos próximos acontecimentos que hão de vir. Minha supervisora disse que no dia seguinte entraria uma equipe de novos integrantes no setor de livros, em que o Tyler trabalha, e eu iria assistir as explicações deles pra ficar por dentro. Bateu um medo de ver o rapaz na minha frente, duvido que consigo prestar total atenção no que me explicarem...

Enfim, como escrevi no msn: "Caminhante, não há caminho. Faz-se o caminho ao andar." Metade de mim está resolvida, agora só falta o coração...

2 comentários:

Junior disse...

Menino q vida agitada!!!Quanta coisa boa em.Espero que tudo de otimo ocorra a vc Rud.Parabens e bjos

James disse...

Vaaaaaleeeewwwwww