sábado, 18 de janeiro de 2014

Passado agridoce


Eu deveria ter vergonha de entrar aqui depois de passado mais de um ano sem postagem. Devia mesmo. Mas não tenho. Tenho um caso de amor e ódio com esse blog, e acredito que um dia voltarei a me dedicar a ele como antes, ou ao menos lhe darei um final decente. 

No presente momento, acho que não sou capaz nem de um, nem de outro. Apenas entro aqui com esse gosto amargo do que poderia estar escrevendo. Nesses anos que passaram, postando ou não postando, tantas coisas aconteceram. Há tanto que eu queria dizer e postar, mas não consegui. E não adianta tentar retomar o passado. 

A ultima tentativa foi frustrante. Acho também que o presente é sempre mais emergente. O final de 2013 teve um sabor especial. Teve um gostinho de esperança de que eu finalmente encontraria a felicidade em um amor. Vivi histórias que, se fosse um leitor do meu blog, duvidaria que de fato aconteceram. Mas aconteceram, de uma forma tão intensa, que olhando para trás, sinto uma mistura de felicidade e amargura. Preciso compartilhar isso aqui pra não explodir. Ano de 2013 foi um ano ruim. Não aqueles anos que dizemos que poderia ser melhor, mas foi ruim MESMO. Daqueles que você não quer mais ouvir falar quando termina e sente que não progrediu um só passo pra frente. Só queria que acabasse o mais breve possível. Aconteceu que, algumas semanas antes do temeroso fim (como já disse aqui, fins de ano me deixam mais pra baixo do que o normal) eu estava em mais um fim de semana entediante, caçando naqueles sites de putaria, quando enviei uma mensagem a mais um rapaz que faria-me as perguntas de sempre e terminaria em dois cenários possíveis: sexo fácil ou enrolação da web. Porém, quando o rapaz respondeu, percebi que ele era familiar. Mas estava diferente. Quando me enviou seu facebook, concluí que as suspeitas estavam certas. O rapaz era esse que vocês conheceram nesse post:

 http://nossolugaraosol.blogspot.com.br/2010/03/obis-rumos-que-vida-toma.html?zx=4cd16ef61543593b

 Sim, Kevin estava de volta. Pra não me complicar, fingi que não o conhecia e passamos boa parte daquela noite trocando mensagens e conversando via Watsapp (é, agora tenho mais essa ferramenta malévola graças a um Android que adquiri). Conversamos com uma afinidade assustadora e ele disse que sentia me conhecer de algum lugar. Eu, por outro lado, jamais imaginei que o reencontraria. Marcamos de nos ver no dia seguinte, que seria domingo, na Paulista, onde poderiamos ver os enfeites de natal. 

 Nos encontramos e a recepção foi ótima. Fomos até um barzinho do frei Caneca, onde nos sentamos e começamos a tomar uma bebida. Ele se lembrou do encontro na "T" de anos atrás, tendo 99% de certeza que me conhecia. Eu tinha 100% de certeza. Depois de alguns minutos, finalmente nos beijamos e foi como beijar aquele gatoto que conheci em 2007, sem tirar nem por. Era tudo um sonho, a primeira OBI que eu tinha em meus braços. Me chamou para ir a sua casa e resisti um pouco. Não queria que fosse apenas um sexo rápido e terminasse. Mas acabei indo. E claro, transamos. Foi uma ótima noite, e continuamos conversando no decorrer da semana. Porém, ele me revelou que faria uma viagem no começo do ano, e ficaria alguns meses fora do país, sem previsão de retorno. Era um sonho que ele tinha desde dez anos atrás, e não me opus. Apenas disse pra curtirmos o tempo que tinhamos sem pensar no futuro. E foi o que fizemos, ou pelo menos o que me esforcei pra fazer. Fui almoçar em seu apartamento, dormimos juntos e passamos ótimos dias. 

Mas fui notando que ele era bem triste por dentro. Havia algo naquele rapaz que o perturbava muito, um peso maior do que podia suportar. 

Um dia antes do ano novo, viajamos pra casa da minha prima na praia e passamos um dia fantástico juntos. Foi algo simples, ficamos andando na praia, com os pés na areia, mas foi algo tão intenso, eu olhava pro mar no horizonte e pensava: Finalmente encontrei aquele que procurei a vida toda. Não importa essa viagem, eu o esperarei, e viveremos essa história. Nem Hayashi nem nenhuma outra amizade poderia me impedir agora. Era eu e aquele rapaz contra o mundo e quem mais quisesse nos impedir. Não o deixaria ir novamente, escapando pelos meus dedos como da outra vez. Fomos até um morro bem alto na praia, de onde podia-se ver toda a paisagem e a muralha no horizonte no entardecer. Senti que tudo era possível. Resolvemos voltar na mesma noite, passeando de carro pela praia de São Vicente, com direito a parada em um quiosque gay e depois pelas praias de Santos. Dormi na casa dele e fui embora de manhã. 

Não passamos o fim de ano juntos por que ele teve que levar a mãe para a praia com a irmã dele. mas posso dizer que essa foi a melhor época de virada da minha vida. No fim de semana seguinte, passeamos pelo Ibirapuera e fui á casa dele. de noite, me levou de volta até minha cidade com seu carro.

E foi ai que as coisas começaram a desandar. 

Essa foi a ultima vez que eu o vi. Percebi seu afastamento pelas mensagens, que pareciam mais de amigos do que de amantes. Era como se ele quisesse que eu percebesse que era hora de deixar ir, era hora de eu aceitar que ele viajaria. Chegou a me dizer que era bom que eu me preparasse para sermos somente amigos, pois a viagem estava mais próxima, e que tínhamos apenas um lance e nada mais. O sonho desmoronava, e por mais que eu corresse atrás, sentia-o partir. Brigamos quando eu disse que estávamos nos tornando amigos ao invés de algo mais, e ele se afastou ainda mais. 

Engoli todo meu orgulho e liguei pra conversarmos, mas só vieram respostas secas ao que eu dizia. Seria uma forma de me afastar por estar de partida, ou teria sido mais uma ilusão de minha parte? um passado desenterrado que trouxe consigo esperanças demais e me encheu de falsas expectativas? Afinal, se todos os que ficam comigo acabam partindo com o tempo, por que com ele seria diferente? 

O passado é definitivamente superestimado e é um vespeiro quando colocamos a mão. Trás de volta o que foi adormecido, o que foi esquecido, e o que deveria ficar lá, silencioso. Mas não me arrependo. valeu cada momento, e cada sentelha de esperança de que podia dar certo. Talvez não tenha sido dessa vez, ou talvez tenha sido um timming ruim pela segunda vez. Agora só o tempo dirá.

2 comentários:

FOXX disse...

Gente, que infantil se afastar desse jeito. Vcs podiam ter ficado juntos até o fim. Menino mais covarde! Hunf!

James disse...

Olá, Foxx!! Sim, a coisa ainda tá pendente, mas acho que terei boas razões pra sair com ódio de toda essa história. Espero que a conclusão não demore!